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"Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim." – Jo 15.18

15 de março de 2010

Quase uma “angelocida”

          Quando completei meu artigo de hoje - "Vamos nos Alegrar" -  e fiz uma cópia para entregar ao pastor da PIBT, junto com duas traduções feitas durante a semana -  "O Evangelho Avatar"  (Dave Hunt) e "Atirando em Seus Próprios Feridos"  (David Cloud), chegou e-mail de um pastor batista bíblico, dizendo que, depois da Bíblia, ele tem se alimentado dos meus artigos, para pregar a Palavra com mais amor e melhor dirigir o seu rebanho, fazendo ainda considerações sobre os desvios da "propositada" e quase apóstata, Convenção Batista do Sul. O e-mail foi confidencial.

          Fiquei feliz porque vejo como Deus está me usando para a Sua glória, por Ele ser tão gracioso ao ponto de usar uma velhinha com 80 anos pesando nos lombos. Mas, no mesmo instante, pensei: "Aí vem bomba; que Deus me dê coragem para suportar o que vier pela frente". Na mesma hora, a filha Rose ligou, dizendo que não iria à igreja comigo, porque o seu  prédio está sem água. Mas esta foi apenas uma "bomba junina" e eu sabia que outra bem maior iria explodir a meus pés, ainda hoje... E talvez, na igreja!

          Durante o culto da PIBT, depois de alguns cânticos e orações, o pregador mandou que lêssemos uma passagem bíblica, por sinal totalmente fora do contexto atual, pois a dita se encontra em Êxodo 7:8-13, focalizando, em seguida, o valor da união na igreja. Depois de ler muitos autores reconstrucionistas, ele tem usado passagens do Velho Testamento, em suas pregações.

          Entre as boas analogias feitas sobre o texto lido no culto de hoje, usando a sua capacidade bíblica e intelectual, ele fez uma comparação, diretamente para me atingir. Resumindo o que ele disse: "Numa casa existem dois tipos de animais: o cachorro e o gato. O cachorro é amigo do dono, lambe as suas mãos, deita ao seu lado para amenizar-lhe a solidão, defende-o dos inimigos, etc. Enquanto isso, o gato é rebelde, não ama o dono, não coopera com ele, e ainda lhe faz alguns arranhões, simplesmente porque não valoriza o lar que o acolheu com carinho".

E continuou: "Na igreja acontece o mesmo. Temos gente que não coopera no trabalho da igreja, não colabora financeiramente com as despesas da mesma, não tem comunhão com os irmãos, e ainda se acha no direito de criticar o dono da casa, por se considerar mais culta e inteligente..."  Ele falou tantas coisas parecidas com o que a liderança e ele pensam a meu respeito que só "esqueceu" de citar o meu nome, talvez porque iria se engasgar na pronúncia do "Schultze", pois na hora de citar o de Charles Spurgeon (contra mim), ele assassinou o sobrenome do falecido. Como sempre tem feito, depois de me atirar os seus projéteis pastorais, ele resolveu amenizar o efeito dos mesmos, passando a focalizar a necessidade de mais generosidade na contribuição para a obra do novo templo, sabendo que isto não me atingiria, pois sou uma colaboradora fiel.

Como já declarei em alguns textos anteriores, não espero que pastor algum me elogie, pois não estou desejando perder meu "nanogalardão" celestial. Prefiro os que me criticam, pois assim eu cresço na graça e no conhecimento de Cristo. Com as suas pauladas, minha autoestima resvalou mais depressa do que um pudim de maracujá, que fiz ontem, o qual virou um tremendo mingau!

Mas,  já que fui cutucada com vara curta, vou contar outro motivo (mais do que justo) pelo qual o pregador não me aprecia. No lugar dele, eu odiaria esta "gata velha".

Há uns 10 anos, ele estava fazendo o comercial de uma certa Bíblia. Depois de alguns minutos de ardorosos elogios, temendo que ele estivesse elogiando uma NVI, ou BLH, as quais ele gosta de usar no púlpito, pedi a palavra e falei em voz alta: "Pastor, o senhor elogiou tanto essa Bíblia, mas esqueceu o principal; qual é a versão da mesma?"  Ele começou a folhear o livro, tentando chegar à pagina onde constava a edição, embaralhou-se todo, suas mãos começaram a tremer e, finalmente, ele declarou com voz meio rouca: "Versão Almeida, Revista e Corrigida". Então eu gritei para toda a igreja: "Irmãos, esta versão é boa. Podem comprar!".

De repente, o pregador (que sofre de hipertensão) começou a cambalear, foi amparado pela esposa e dali seguiu diretamente para a UTI do hospital mais próximo, com um princípio de AVC. Quase me tornei uma "angelocida"! Quando eu soube do caso, senti-me culpada, orei intensamente pelo seu restabelecimento; e quando ele voltou à igreja, eu fiquei vários dias dando graças a Deus pelo seu retorno e, até hoje, oro diariamente pela sua saúde.

Sei que ele e a liderança da igreja adorariam me ver pelas costas. Mas quanto mais me cutucarem, mais firme estarei no lugar que ocupo há 14 anos (desde janeiro 1996), o qual foi literalmente mencionado na pregação de hoje, porque sou dura na queda!

Que graça haveria em frequentar uma igreja, onde o pastor me achasse maravilhosa? Alguns pastores que lêem meus textos dizem que adorariam me ter como membro em suas igrejas, enquanto outros dizem, sinceramente, que não me suportariam. Isto faz lembrar  o que o Dr. Gilmer (Presidente da Editora Trinitariana no Brasil) me falou, num papo telefônico, a respeito do Dr. Peter Ruckman, "Só no céu ele vai ficar bonzinho". O Dr. Gilmer tem razão: Ruckman e eu somos muito parecidos!!!

Pois é: meus dois genros, as filhas, as netas e alguns filhos e filhas virtuais, que vêem minhas fotos na Internet, me chamam "gata", no bom sentido do termo, é claro. Mas, hoje, o pregador da PIBT me chamou "gata" no pior de todos, o que já é um progresso, pois, antes, eu era apenas "ninguém"! Romanos 8:28!

 

Recebi da autora Mary Schultze via e-mail, 14/03/2010 - www.maryschultze.com

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