E tudo voltou ao normal...

Dias após a reportagem da Rede Record sobre manifestação conhecida como “cair no espírito” parece que tudo voltou ao normal na gospelândia brasileira. Alguns caciques do evangelho se manifestaram outros preferiram o silencio, nos blogs e twitter muitos opinaram, criticaram e até apoiaram, enfim, houve um burburinho que movimentou o meio evangélico brasileiro.

O engraçado é que o fato ocorreu poucos dias depois das comemorações da Reforma Protestante (31/10). Acho que o Macedão (Edir Macedo) deve ter encarnado o espírito de Lutero e pregou nas portas de algumas denominações evangélicas algumas teses, bem que a Record deveria ter apresentado essa reportagem semanas atrás. 

Ao ver a matéria tive dois sentimentos distintos: contentamento e tristeza, tristeza por que de certa forma colocou todo o meio evangélico no mesmo patamar, tudo farinha do mesmo saco o que é uma grande mentira já que ainda existem pessoas serias e comprometidas com o verdadeiro evangelho, tristeza por se tratar de uma reportagem totalmente tendenciosa, com motivações escusas e sem nenhuma vontade de trazer a verdade à luz da Palavra de Deus. Faço minhas as palavras que li no twitter: “ver o Edir Macedo fazer apologética é a mesma coisa de um traficante pregar contra as drogas”.

Agora confesso que fiquei alegre por que independente das motivações a referida matéria expôs uma ferida interna da igreja, expôs que muitas denominações são sepulcros caiados, bonitos por fora, mas podres por dentro, expôs um mundaréu de igrejas cheias de gente vazia. Mostrou doutrinas estranhas as Escrituras, modismos, emocionalismos e etc. Mostrou principalmente que há algo de podre no reino da Dinamarca, que esse crescimento evangélico está mais para um inchamento.

Tomara que haja reportagens como essa que mostrem as mazelas da igreja brasileira: a idolatria de lideres e artistas gospel, que mostrem a venda dos púlpitos para politicagem, que mostrem a má administração (roubo mesmo) das entradas financeiras enriquecendo os “ungidos de deus”, que mostrem os desvios doutrinários e a manipulação das massas ao melhor estilo de Adolf Hittler, que mostrem a ganância de poder e os desejos megalomaníacos dos semideuses travestidos de lideres.

Já que internamente a igreja não quer lavar a roupa suja por causa dos seus “pajés comandantes” que se acham acima do bem e do mal, embriagado pelo vinho da infalibilidade papal herança de Roma, que venha então a intervenção externa para expor as feridas independentemente de suas motivações.   

Que o ocorrido nesse ultimo domingo sirva ao menos para levantar o debate entre as ovelhas para que possam observar mais atentamente o que está ocorrendo dentro da igreja.

Ronivaldo Brandão