Esboço de Mateus, Lucas e João

MATEUS
A Bíblia começa com o Jardim do Éden, e com um rio saindo dele e se dividindo em quatro rios; (quatro nas Escrituras sugere todas as direções - Norte, Oeste, Leste e Sul. Noé e seus filhos (4 no total) foram colocados em um mundo recém lavado. Abraão, mais tarde, foi chamado para sair da terrível idolatria deste mundo. Por meio de seus descendentes o mundo todo iria ser abençoado.

Assim Israel tornou-se o povo de Deus. Seu trono estava no centro - Jerusalém. Aqueles eram os planos de Deus... separação para Si mesmo, mas para uma bênção de alcance maior ainda. Para Israel foi dado o Antigo Testamento. Tudo centralizado neles. O Salvador do mundo seria seu Messias. Assim, ao chegar, Jesus nasceu ali.

Mais tarde, como um Homem, Ele apresentou-Se a eles. É por isso que o primeiro Livro da Nova seção da Bíblia começa com "Jesus Cristo". Este Livro tem diversas citações dos profetas dos dias do Antigo Testamento. Ele nasce em Belém, em conformidade com Miquéias 5:2. Serão mencionadas as outras partes e referências à medida que as encontrarmos.

Mt 1:18 O nascimento virginal de nosso Senhor Jesus. Isto é negado por muitos hoje, mas sabemos que a Palavra de Deus ensina claramente que nosso Senhor Jesus nasceu como havia sido prometido a uma virgem (Is 7:14).

LUCAS
Lc 3:23-28 A genealogia do Senhor Jesus vai até Adão porque o evangelho de Lucas apresenta Cristo como o Filho do Homem para o mundo todo. (Mateus O apresenta para os Judeus, e a genealogia vai até Abraão).

O Messias (forma grecizada do hebraico Mashiah, cujo sentido é Ungido, traduzido para o grego com Christós, de onde Cristo), segundo profecias vétero-testamentárias, seria descendente linear do rei Davi, portanto, da tribo de Judá, o influente filho de Jacó, bisneto de Abraão, o patricarca da fé.

Para demonstrar que Jesus era da linhagem davídica, os Evangelistas Mateus e Lucas inserem em seus Evangelhos a genealogia do Salvador, em função de José, havido por pai de Jesus, como era de praxe.

As genealogias, em geral, eram traçadas pelo lado paterno, mesmo porque naquela sociedade raramente a mulher receberia destaque. Portanto, alguns estudiosos entendem que ambos os Evangelistas a referem em relação a José, não a Maria.

Contudo, é razoável admitir-se que Maria era, também, da tribo de Judá, embora, por essa época, há não mais fosse de rigor consorciar-se com elemento da mesma tribo, como fora preceituado nos tempos antigos para evitar problemas de herança.

Mas, mesmo que Maria não fosse descendente de Davi, o fato de ser consorciada com marido dessa tribo dava-lhe plenos direitos à titulação davídica e Jesus, embora não gerado por José, fazia jus ao direito de descendência.

Mas, há quem atribua a genealogia lucana a linhagem de Maria, sendo ela, por certo, da mesma tribo de José. Seja como for, a titulação de José para efeitos formais, valeria para Jesus, Que seria legalmente da tribo de Judá, de que procederia o Messias.

Nenhuma contestação aparece nessa atribuição, que, certamente, era real para Maria, conforme parece indubitável das genealogias dos Evangelhos. É verdade que elas divergem não pouco entre si. Mateus parte de Abraão, Lucas vai até Adão; Mateus registra 42 nomes, Lucas 78.

Nem sempre os nomes paralelos coincidem, nem são os mesmos. É claro que não estão referidos todos os ancestrais em um encadeamento completo e regular. Além de possíveis imprecisões de forma, haveria, por vezes, troca de nomes, segundo o registro nos documentos acessíveis ou na tradição oral que teria servido de base para os escritos.

Para atender aos requisitos que eram de mister, as genealogias, a despeito de suas diferenças, eram perfeitamente satisfatórias e foram aceitas como válidas e procedentes. Por outro lado, imprecisões e falhas possíveis nessa relação ou rol de antepassados em nada afetariam a realidade da pessoa, da obra e do ensino de Jesus.

Seriam as genealogias simples informação colateral para precisar ainda mais a evidência de que Jesus era, de fato, o Messias prometido, o verdadeiro rei de Israel, o Filho de Deus, Salvador do pecador arrependido e Senhor de todo crente fiel, mesmo que nada falem de Maria.


JOÃO
Este evangelho apresenta muito mais, do que os outros três, das Pessoas do Filho de Deus, do Pai e do Espírito Santo. Estaremos lendo da rejeição do Senhor Jesus e nossa redenção, como se já tivesse acontecido. Não há menção do nascimento do Senhor, ou da ascensão para o céu, nem os eventos estão em seqüência. Podemos dizer que tudo está no "agora". Israel é visto como estando totalmente rejeitado por Deus.

Jo 1:1 Deus nos leva de volta para a eternidade, antes da criação do mundo. Deus não teve começo. Este evangelho fala da glória de Cristo, esse Homem bendito que hoje está na glória. Mostra-nos os filhos de Deus (os que crêem) como Sua família. João nos fala repetidas vezes que este Homem bendito é Deus.

Em João não há (1) nascimento do Senhor Jesus. (2) Não há registro de Seus ancestrais terrenos. (3) Não é tentado por Satanás. (4) Não há menção de nenhum caso de possessão demoníaca. (5) Não há agonia no Getsêmani. (6) Não há as três horas de trevas na cruz. (7) Não há o abandono de Deus. (8) Não há a ascensão. É o Senhor Jesus Cristo, rejeitado por Seu próprio povo Israel, mas vivendo e morrendo para a glória de Deus.

Jo 1:1-5 O que o Senhor Jesus sempre foi e é. Ele era antes do início de todas as coisas. Tudo o que Deus é, Sua sabedoria e amor e poder, estão em Cristo.

Jo 1:6-13 O propósito para o qual João Batista foi levantado era de apontar para "a Luz".

Jo 1:12 De acordo com o Evangelho, quanto à salvação individual só podemos afirmar 100% que somente aqueles que são "nascidos de novo" são filhos de Deus.

Jo 1:14-18 Foi isto que o Senhor se tornou quando veio ao mundo. Sua glória foi vista.