Pr. Cleverson de Abreu Faria
O Salmo 23 possui 57 palavras no original he Br aico.
Duas coisas precisam ser entendidas logo no começo do estudo do Salmo 23:
Primeira: os Salmos 22,23 e 24 estão ligados inseparavelmente, pois relatam o trabalho passado, presente e futuro do Messias, nos ofícios de Salvador, Pastor e Soberano.
No Salmo 22 o salmista dá com exatidão as agonias da Cruz, mil anos antes da invenção da crucificação como pena de morte. Perscrutando ainda mais dentro do futuro, o salmista vê o Messias-Rei em Sua Segunda Vinda, a entrar triunfalmente pelos portões da Cidade Eterna e pinta as glórias da Sua Vinda no Salmo 24.
Esse mesmo que desde a eternidade passada Era seu Salvador sofredor, e que Será seu glorioso Rei, o salmista-pastor, no Salmo 23, clama exultantemente: “Ele é meu Pastor, que me lidera, alimenta, cura e protege”.
A segunda: todos os verbos (palavras que expressam ação) estão no mesmo tempo verbal.
O Senhor é o meu Pastor
Ele é o Eterno, o Auto-Existente, todas as coisas e todas as vidas derivam Dele.
Para podermos dizer que Ele é o nosso Pastor, temos que tê-lo como nosso Senhor, caso contrário Ele não é o nosso Pastor e em todo este bendito Salmo não existe uma só palavra a nós dirigida. Todos nascemos em pecado, ninguém é ovelha do Senhor por natureza. Por natureza todos somos pecadores. Somente depois de aceitar a Cristo como Senhor e Salvador (novo nascimento) é que nos tornamos ovelhas do Bom Pastor.
Nada me falta(rá)
Se Ele é seu Pastor, o que você diz? “Nada me faltará?” – Não, o certo é “nada me FALTA”: uma experiência presente, atual. (“... Tudo é vosso...” pois sois “de Cristo” 1Co 3.22b,23).
Ele me faz repousar
Uma ovelha faminta NÃO se deita. Pode-se derrubá-la no chão, mas uma vez solta, ela se põe em pé e começa a andar.
Muito se parece com muitos dentro da Casa de Deus. Vivem correndo de uma para outra igreja; outros quando as coisas não correm exatamente a seu modo, logo entram em choque com alguém.
Am 8.11. Como seria bom se as ovelhas chegassem ao Bom Pastor e permitissem que Ele as alimentassem, então é que poderiam “repousar”. Isto é uma outra maneira de dizer: “Vinde a mim... E achareis descanso para as vossas almas” (Mt 11.28,29).
Em pastos verdejantes
Isto descreve a qualidade do alimento provido pelo Bom Pastor: fresco, luzente, abundante.
Aqui temos outra prova so Br e quem somos e a Quem pertencemos. Caso tenhamos preferências por coisas do mundo (televisão, novelas, outro programa qualquer) do que os “pastos verdejantes” de Sua Palavra, seremos realmente “ovelhas do Seu pasto?”.
Infelizmente para muitas pessoas a Bíblia é uma ração extremamente seca. Porém desde o momento que podemos dizer so Br e o Autor da Bíblia que “o Senhor é o meu pastor”, então o antigo Livro dos Livros se transforma em “pastos verdejantes”.
LIBERDADE DA SEDE
Leva-me para junto das águas de descanso (23.2)
Ovelhas não bebem de água corrente. E assim o pastor planeja, providente, levando Seu rebanho para águas de remanso. Onde calmamente bebem das águas de descanso. O Senhor conhece nossas limitações, temores, dúvidas e inclinações... E nos desvia da tempestade irrequieta, e todos os dias nos conduz à vida quieta. E quando a seca está ardente, Suas águas frescas nos deixam contentes.
Essa é outra prova real que testa se somos mesmo ou não de Suas ovelhas. Seguimos para onde Ele nos leva?
Alguns podem pensar que aqui nada mais é que novamente outro símbolo do descanso. Tendo em mente riachos que ondulam mansamente pelas Campinas. Porém, não existem tais córregos na Palestina. O Rio Jordão desce mil metros desde sua fonte até o Mar Morto, num declive médio de pouco mais de 4 metros por quilômetro, chegando a baixar, em alguns lugares, 10 a 12 metros por quilômetro percorrido. Os riachos menores, que desembocam no Jordão, do leste e do oeste, são correntes impetuosas na estação chuvosa leitos ressequidos no restante do ano. Os pastores da Palestina não podem depender de tais correntes para satisfazerem as necessidades de seus rebanhos. Para else, por conseguinte, “águas de descanso” significam os poços profundos que escondem, no subsolo, fontes que nunca se secam. E levam até Ali os seus rebanhos, não para descansarem, mas para mitigarem a sede.
Da mesma forma nosso Bom Pastor mitiga a sede de nossa alma com as profundezas infalíveis do Seu amor eterno.
Refrigera-me a alma
Em he Br aico, “alma” significa “vida”. Portanto, Ele refrigera a minha vida.
Lem Br a que uma ovelha faminta não se deita? Pois bem, outra verdade, é que uma ovelha enferma não se levanta – e menos ainda, segue o seu pastor.
Não é uma indicação do que afeta alguns em quase todo rebanho espiritual? Estes tais não se sentem bem, estão espiritualmente enfermos.Lançam a culpa no pastor. O ministro é alvo fácil.
Já notou como um homem fisicamente enfermo pode ficar enjoado, cheio de vontades, irritadiço e até mesmo impertinente? No terreno espiritual acontece semelhante coisa.
Em regra geral, a dificuldade não se encontra nos outros mem br os da igreja, nem necessariamente no pregador. Freqüentemente a causa da dificuldade é o próprio indivíduo enfermo espiritualmente. Examine a si mesmo e se está enfermo, peça que o Bom Pastor refrigere sua alma.
LIBERDADE DO PECADO
“... Guia-me pelas veredas da justiça...” (23.3)
As ovelhas não possuem, segundo nos é dito, senso de direção. Seu alcance visual é restrito. Mui pouco percebem à distância e o pastor as guia em cada instância. Também nós no caminho muitas vezes nos perdemos, e da virtude nos desviamos pelo que fazemos. Mas Cristo, nosso Pastor, nos encaminha e, se O seguirmos, em reta linha, com Davi, diremos com razão: “Ele me guia na vereda da retidão”.
“Veredas da Justiça!” Que significará tal expressão? Significa o oposto dos caminhos errados e tortuosos. O pastor de ovelhas precisa conhecer os caminhos certos, visto que há tantos caminhos errados.
Lem br e que o nosso Bom Pastor, já andou por todo o caminho que hoje passamos, pois Ele foi “tentado em todas as cousas, à nossa semelhança” (Hb 4.15).
“Veredas da justiça”, entretanto, não segundo pensamos que elas devem ser, mas segundo Ele julga.
Por amor do Seu nome
Tais palavras têm o sentido de: “por causa de Seu bom nome”, ou ainda, por causa de Sua reputação.
A mais valiosa possessão de um pastor na Palestina é sua reputação adquirida de nunca levar seu rebanho para um lugar onde não possa tirá-lo novamente em segurança. Tal habilidade é absolutamente necessária para a segurança do rebanho.
Durante uma parte de cada ano os pastores da Palestina guardam seu rebanho nas pastagens das montanhas. Mas, antes do inverno precisam guiá-los até as terras mais baixas. O caminho é sempre perigoso: pelas profundas e apertadas gargantas, entre as rochas (“wady’s” como as chamam lá). Algumas dessas “wady’s” não podem ser atravessadas. E não é fácil escolher o caminho certo – tanto na Palestina como na vida espiritual – pois existem muitos desvios errados.
ü Um desses caminhos pode levar a um jardim particular, onde, se uma ovelha for apanhada atravessando, segundo as leis do oriente, fica pertencendo ao proprietário do lugar.
ü Outro caminho errado pode levar a um lugar onde as ovelhas não podem sair, o que significaria morte lenta, pela fome.
ü Um terceiro caminho pode terminar num precipício, e na morte súbita.
Podemos dar graças a Deus porque o nosso Bom Pastor não nos conduz nunca a tais armadilhas mortais. “Ele me guia pelas veredas da justiça por causa de Sua reputação”.
Sim, “Ainda que eu ande pelo vale das som br as da morte, não temerei mal nenhum?” Não exatamente, pois a verdade é que eu não TEMO mal nenhum (tempo verbal presente).
O Vale da Sombra da Morte
Será que tal vale representa a morte física? Não, pois no versículo seguinte já somos considerados como vivos, e bem vivos. Doutra maneira não poderíamos receber todas as demais provisões desse bendito salmo. Portanto, que significará essa expressão – o “vale da som br a da morte?”
John A. Broadus (O Preparo e Entrega de Sermões) cita esta passagem dizendo que: “Muitos tomam quase que como sacrilégio dizer que esta passagem não se refere diretamente ao tempo em que se avizinha de nós a morte”; e declara que: “... nenhuma outra passagem das Escrituras é mais mal compreendida e mais erroneamente empregada”, visto que aqui nenhuma referência é feita ao ato de morrer.
A “SOMBRA da morte”. A ênfase deve ser posta nessa palavra – sombra.
Alguns caminhos certos, que precisam ser percorridos, atravessam lugares perigosos. Nas gargantas profundas e estreitas os dois lados da rocha se aproximam tanto que o sol, mesmo ao meio-dia, nunca penetra até ali. Profundas som br as são lançadas. Naquelas som br as a morte se a br iga. Lobos, leões e assaltantes humanos, piores que os irracionais, podem estar ali escondidos, à espreita de vítimas. As ovelhas, que são tímidas, sentem isso, e são confortadas pela presença de seu forte livrador. Pode-se perceber isso pela maneira como se achegam a ele.
Semelhantemente acontece na vida cristã. Mediante a perda das possessões, mediante o afastamento dos amigos, mediante o sofrimento “mental ou corporal”, atravessando tais vales, mesmo ao meio-dia, nosso mundo se enche de som br as. Graças a Deus, entretanto, “não há vales escuros e tene br osos” quando Jesus nos guia.
Que é que produz as som br as? A luz, naturalmente. Ninguém pode ter som br as sem que tenha também a luz. E quanto mais br ilhante a luz, mais profundas as som br as. Visto que há som br as é que sabemos que o sol está br ilhando, embora o vale seja tão profundo que não possamos ver o sol. Portanto, não olhemos para baixo, para as som br as. Olhemos para cima!
Muitas vezes no nosso caminhar enfrentamos tais som br as. São as som br as do nosso caminho. As som br as, no mundo físico, são causadas por alguma coisa que destrói a passagem da luz. Assim também acontece com as som br as espirituais.
Nossa vida egoísta, centralizada em nós mesmos, é que se interpõe entre nós e o Sol da Justiça. Para seguirmos o Bom Pastor devemos render nossas vidas a Ele, mesmo que muitas vezes, nosso caminho possa parecer uma verdadeira som br a de morte.
O que me aproveita render minha alma para Deus ao longo do caminho? Em nada temer!
Não temerei mal nenhum
“Não TEMO mal algum” (tempo presente). Posso tremer. Pertence às fraquezas do corpo, mas a alma não se deixa atemorizar. Por que? Por causa da presença do Pastor.
Tu estás comigo
Como sabemos disso, visto que não O podemos ver? Da mesma maneira que o menino que sabia da existência de seu papagaio de papel. O menino estava de pé, com o br aço levantado, segurando o longo fio, quando um cético se aproximou e lhe perguntou: “Que é que você está fazendo?” “Empinando um papagaio”, foi a resposta. Mas o papagaio de papel estava tão alto que se escondia entre as nuvens baixas, e não podia ser visto; pelo que também o cético disse: “Não vejo papagaio nenhum”.. “Sim, mas está ali, senhor”, respondeu novamente o menino. “Mas como é que você sabe?” “Porque posso sentir o puxão”.
Como, pois, sabemos que o nosso Pastor está conosco, quando as som br as velam Seu bendito rosto? O mundo incrédulo não O pode ver. Porém, podemos sentir Sua orientação, que nos lidera. Podemos sentir o terno toque de Sua mão traspassada.
A tua vara e o teu cajado me consolam
A vara – uma peça de madeira longa e dura – é a arma do pastor oriental, cujo propósito é defender as ovelhas, e não espancá-las. Porém se uma ovelha teimosa (e realmente existem algumas) insiste em desviar-se do caminho seguro, para a esquerda ou para a direita, o pastor toca na ovelha com a vara, no om br o oposto, gentilmente deixando a entender: “Estás fora da fila”. Caso a ovelha teimosa não entenda o sinal, o pastor bate com a vara, como a dizer: “Entra na fila”. Mas, se a ovelha insensata, mediante contínua desobediência, força o pastor a uma ação violenta, ele dá-lhe pancada forte e, se necessário, dá-lhe pancada após pancada, com a vara que tem o propósito de defendê-la. Isso naturalmente, o pastor faz não porque odeia a ovelha, mas antes, porque a ama e sabe que isso é o melhor que ele pode fazer para a segurança da ovelha.
“As coisas não acontecem por acaso na vida cristã. O trato providencial de Deus, com você, meu irmão, tem sido tal que provação após provação, dificuldade após dificuldade, castigo após castigo, lhe têm sobrevindo? E já perguntou a si mesmo o motivo disso, mas não encontrou o motivo? É bem provável que o Bom Pastor, devido ao Seu amor, esteja tentando dizer-lhe, com Sua vara, que você está fora da fila”.
É um conforto sabermos que nosso Pastor possui uma poderosa vara de pastor para a nossa “defesa”, ainda que algumas vezes O forcemos a empregá-la contra nós, para nossa disciplina.
O cajado do pastor é mais longo e fino que sua vara, e numa das extremidades o cajado termina em U. trata-se de uma espécie de anzol para pegar ovelhas que se metem em situações difíceis. Se, por exemplo, uma ovelha que se desvia, vem a cair entre as rochas, numa fenda estreita demais para o pastor entrar, o pastor coloca seu cajado em torno do pescoço da ovelha, e então, pouco a pouco tira a ovelha para a segurança. A ovelha vem com os olhos arregalados, com a língua para o lado de fora, meio asfixiada, mas, sem dúvida alguma, confortada com o fato de que o pastor traz o cajado justamente para tais emergências.
Como tal situação se parece com quando nos metemos em dificuldades, e das quais nosso paciente Pastor nos tem de tirar.
Preparas-me uma mesa
Muitos comentaristas e mestres da Bíblia têm interpretado tais palavras como uma interrupção na continuidade do quadro que descreve o pastor e sua ovelha; como se fosse uma transição de um pasto verdejante para ovelhas, para uma sala de banquete.
Isso sucede, entretanto, por desconhecerem os costumes do oriente. Que pena seria perdermos de vista a tarefa mais importante do pastor, justamente quando o salmo começa a cantá-la, e passar a vê-la aqui como um simples banquete no interior de um salão...
Não há transição alguma aqui. O quadro é da ovelha e seu pastor, do princípio ao fim. A “mesa” da ovelha, muito naturalmente, é o pasto. Nenhuma incumbência do pastor requer mais habilidade e coragem do que a de preparar uma “mesa de pasto” que sirva de seguro terreno de alimento para seu rebanho.
Existem ervas venenosas, como a chamada “osso de ovelha”, que necessita ser arrancada e queimada. Além disso, existem os buracos de serpentes, no pasto, e as pequenas, mas mortais “serpentes do capim” que costumam morder as ovelhas no nariz e matá-las, se não for o cuidado do pastor. Mantendo afastadas as ovelhas com sua vara, o pastor ou mata as serpentes ou entope seus buracos, para que não possam fazer dano às ovelhas.
LIBERDADE DO PERIGO
“Preparas-me uma mesa na presença dos meus adversários...” (23.5)
Novamente, nas fendas das rochas que circundam o pasto pode haver furnas de animais ferozes. O pastor, arriscando a própria vida, precisa ou entrar nas furnas e matar os devoradores latentes com a vara ou com sua faca, ou então, com grandes pedras, tapar as entradas das furnas para que – lobo, chacal, hiena ou tigre, possam apenas olhar para as ovelhas que gostariam de destruir, mas não podem. Portanto, literalmente, as ovelhas se chegam, em segurança, às suas “mesas de pasto”, na “presença de seus adversários”, que estão impotentes.
Naturalmente que o nosso “pasto” espiritual é a Bíblia “corretamente manejada”. Este pasto tem sido ameaçado em todo o caminho pelos falsos profetas – pregadores, “lobos com peles de ovelhas” e pelos falsos mestres, com o “veneno de áspides sob suas línguas”. Tais pastores vivem procurando controlar o pasto inteiro.
Unges-me a cabeça com óleo; o meu cálice transborda.
Talvez você possa pensar: “Como estas palavras se referem às ovelhas?” Mas, de fato, elas se referem.
O dia do pastor já está quase terminado. Já levou seu rebanho até a entrada do curral seguro das ovelhas, cercado de altas paredes. Mantendo afastadas as ovelhas com a vara, examina-as cuidadosamente, para ver do que precisam para se sentirem à vontade e em conforto, a fim de prepará-las para o descanso da noite.
Bem perto de seu alcance, na entrada do curral, existe um tanque que está cheio de água tirada de uma fonte próxima. Ao lado do tanque existe uma grande taça com duas asas. Ao seu alcance está pendurado um chifre oco, com azeite de oliveira. Numa prateleira está um frasco de alcatrão curativo.
E o pastor, então, chama por nome uma de suas ovelhas. Talvez essa ovelha traga uma ferida no om br o ou no flanco, onde algum espinho cruel, ou uma presa ainda mais cruel, de um lobo, deixou uma ferida aberta. Então o pastor toma o frasco de alcatrão e unge o ferimento com seu bálsamo curador.
Então, colocando-se na entrada do curral de ovelhas, o pastor vira-se no calcanhar e se transforma numa “porta viva”, e deixa a ovelha entrar.João 10.7, Jesus disse: “Eu sou a porta das ovelhas”. Apenas por meio Dele, que é a “porta das ovelhas” – e por Ele Somente – podemos “entrar e sair e achar pastagem”. Não existe outra Porta.
Em seguida o pastor chama outra de suas ovelhas. Esta aparece cansada e exausta. O pastor toma o azeite de oliveira, derrama um pouco do mesmo so br e a cabeça da ovelha cansada, e dá-lhe uma massagem completa.. E então o pastor permite que a ovelha entre no curral passando por baixo dele, porta viva. Chega uma terceira ovelha, demonstrando todos os sintomas de estar padecendo de grande sede. Então o pastor mergulha a grande taça de duas asas na água fria e a traz cheia. A ovelha mergulha o nariz e bebe – e a taça transborda. O pastor apresenta a taça que transborda até que a ovelha se sinta satisfeita.
E dessa maneira, uma a uma, o bom pastor ministra às necessidades de todo o seu rebanho, até que terminam por ficar todas em segurança, no interior do curral. Em seguida, deitando-se na entrada da porta – continuando assim a ser uma porta viva – o pastor guarda as ovelhas enquanto elas dormem.
Aplicação
Azeite – símbolo do Espírito Santo.
Unção – serve para preparar para o serviço nos dias que estão à frente.
Cálice a transbordar – outra maneira de expressas Seu super-abundante suprimento para todas as nossas necessidades “segundo a riqueza da sua graça” (Ef 1.7).
“Bondade e misericórdia certamente me SEGUEM”
As ovelhas provavelmente não pensam nisso... mas nós devemos pensar... Diferentemente dos pastores ocidentais, que seguem atrás do rebanho e o impelem, o pastor oriental vai à frente das ovelhas e as lidera. O cão ou cães do pastor é que seguem atrás do rebanho... um competente guarda-costas.
Alguém já sugeriu que a Bondade e a Misericórdia do Senhor são Seus poderosos cães pastores, a proteger-nos em todo o percurso do caminho.
Todos os dias da minha vida
Note: não é no céu que todas estas maravilhas acontecem.. Apesar de que no conceito de Deus nos seja permitido “Assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus” (Ef 2.6), continuamos habitando no mundo dos homens. Este trecho, portanto, fala so br e “Minha vida” e não so br e “Depois de minha morte”.
E HABITO na casa do Senhor para todo o sempre
Será que o escritor aqui escreveu a sentença no tempo verbal futuro? Não, não foi este o caso.
A vida eterna começa neste mundo: “... quem crê no Filho TEM a vida eterna” (Jo 3.36) – uma possessão presente.
Como, portanto, posso “habitar” (tempo presente) – tanto aqui como no além “na casa do Senhor para todo o sempre?”
Pense no seguinte... existem lugares onde há uma casa onde as pessoas moram e na mesma casa no outro lado havia o lugar de trabalho, parecendo uma única casa e entre elas um corredor aberto. O trabalhador durante o dia fica ali atarefado e quando finda o dia tem que atravessar este corredor... frio... escuro... tene br oso.., para enfim chegar ao lugar de descanso...
Ao homem está ordenado morrer uma só vez (Hb 9.27) e se Cristo não voltar, todos enfrentaremos um mesmo corredor, a morte. Tal corredor por um instante será frio e escuro. Mas, mesmo atravessando-o podemos continuar a dizer: “Continuo na casa do Senhor”. Mas desta vez, para toda a eternidade.
E assim termina o Salmo 23, como rebanho seguro, no seu curral, enquanto que o Bom Pastor, que “não dormita nem dorme” (Sl 131.4), vigia Sua ovelhas.
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(Estudo Baseado em O Cântico Pastor de Dr. Ernesto L. Tiffany)
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