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"Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim." – Jo 15.18

25 de agosto de 2009

ABORDAGEM BÍBLICA SOBRE O CASAMENTO



I. COMO FOI O CASAMENTO NO INICIO.


A. Deus criou um casal feito de um homem e de uma mulher. Não foram dois homens e uma mulher nem duas mulheres para um homem, Gen. 2:1-25. Deus os fez na base de um para um. Jesus, referindo-se a Gen. 2:24 em Mat. 19:4-6, disse : “Não tendes lido que aquele que os fez no princípio macho e fêmea os fez. E disse: Portanto deixará o homem pai e mãe, e se unirá à sua mulher, e serão dois numa só carne? Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto o que Deus ajuntou não o separe o homem.”

B. A história não tem documentos que possam comprovar quaisquer cerimônias ocorridas naquela época. Porém havia entendimento comum das famílias das pessoas envolvidas dadas em casamento pelos próprios pais. Somente após a prática da poligamia, iniciada com Lameque, da quinta descendência de Caim, é que a Bíblia registra e trata da degeneração moral das famílias. Gen. 4:19.

C. Gen. 6:2 “Viram os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas, e tomaram para si mulheres de todas as que escolheram.” Há duas hipóteses sobre quem são “os filhos de Deus”:

1) são descendentes de Sete, ou
2) são anjos de Deus. Se são anjos de Deus então precisaríamos admitir que toda lei genética foi quebrada e que espécies diferentes se cruzam, procriam. Desta forma, então, evidenciamos a teoria da evolução, se admitirmos. Mas creio que estes homens foram descendentes de Sete porque depois do nascimento de Enos, os homens começaram a se chamar pelo nome do Senhor, de acordo com as escrituras originais em Gen. 4:25.

Destas duas teorias acima, o importante a ressaltar é que a degeneração da família resultou em grande iniqüidade, de tal forma que Deus se irou, destruindo o mundo pelo dilúvio.

D. O sexo no matrimônio é abençoado por Deus. Não é pecado, porque foi estabelecido por Deus, Gen. 1:28; Hebreus 13:4.

E. Quando Deus mandou o dilúvio que destruiu toda a humanidade (menos Noé, sua esposa, seus três filhos e esposas), Deus começou a raça humana outra vez na base de um a um: um homem para uma mulher. Não muitas mulheres para um homem, nem muitos homens para uma mulher. Deus não criou a poligamia.

II. O QUE MOISÉS ENSINOU A RESPEITO DO CASAMENTO.

A. Mesmo antes da lei de Moisés vigorar, o casamento era contratado entre as famílias. Algumas vezes, deixava-se a decisão a cargo da moça como no caso de Rebeca, mas a maioria das vezes foi contratado por negociação. Um exemplo é Raquel. No tempo de Moisés já a poligamia estava instalada, dai a necessidade do divórcio para haver ordem. Mesmo assim, perante Deus o homem permanecia faltoso, pela dureza do seu coração.

B. Foi Deus quem deu o mandamento: “Não adulterarás” que foi acompanhado com a pena de morte para os infratores, Ex. 20:14. Deut. 22 arrola as infrações que culminaram com a pena da morte para o indivíduo:

1. v. 13-21. Se um homem se casasse e achasse que sua esposa não era virgem, ela seria apedrejada até morrer.
2. v. 21. Observe que a prostituição foi grave e as filhas de Israel pagaram por este pecado com suas vidas. Este pecado é chamado “doidice” ou “loucura” em Israel, Gen. 34:7.
3. v. 22. Se um homem se deitasse com uma mulher casada, ambos estariam sentenciados à morte.
4. v. 23-27. Se um homem deitasse com uma virgem desposada de um homem e ela não gritasse por socorro então os dois foram mortos. Mas se ela foi forçada então só ele que morria.
5. v. 28-29. Se um homem se deitasse com uma moça virgem, não desposada, eram obrigados a casar. Ele não poderia repudiá-la até a morte.


C. À luz dos fatos citados acima, em que situação o homem podia divorciar-se de sua mulher? Somente em Deut. 24 achamos os termos para se fazer isto. Jesus disse aos fariseus que Moisés deu permissão por causa da dureza dos corações, mas não foi assim no princípio. Os fariseus basearam seu argumento em Deut. 24, que diz que se ele achasse “coisa feia” nela quando casaram, podia repudiá-la. O termo “coisa feia” é traduzido da palavra “ervah” em Hebraico, que quer dizer, “algo relacionado à nudez” e é encontrado em dois lugares na Bíblia. Além de Deu. 24:1 é achado em Deu. 23:14 falando de uma pessoa que não tem cuidado em coisas íntimas. Era uma desgraça ter a impureza dos hábitos e para descobrir qualquer coisa intima da pessoa. O Talmud, livro não inspirado que os Judeus usam para interpretar a lei de Moisés, explica que o costume dos Judeus era de fazer o contrato de casamento um ano antes que o casal consumisse a união. Neste período, a moça foi observada. Se o homem não quisesse ficar com ela então era necessário repudiá-la legalmente. E porque não foi caso de adultério, ela não foi morta pela lei. O homem podia repudiá-la se ela tão somente tirasse o véu porque era o símbolo de que ela pertencia a ele.

Os judeus aproveitaram desta “brecha” na lei para justificar o repúdio por qualquer coisa. Segundo Deut. 24:2, a mulher repudiada por ter nela a “coisa feia” podia casar de novo. Porém em v. 4, podemos notar que quando o segundo marido se casou com ela, ela foi contaminada. Neste segundo casamento, ela ficou contaminada, mas não no primeiro. Por esta razão, se ela quisesse voltar ao primeiro marido, seria adultério. Sendo assim, o segundo casamento era um tipo de adultério tolerado por causa dos corações duros dos homens e para haver mais ordem na nação. Quem deu esta lei foi Moisés. Por esta mesma razão deduzimos que a expressão “coisa feia” não é adultério, porque se fosse assim, então, o segundo marido não a contaminaria, porque ela já estava contaminada antes de se casar com ele. Heb. 13:4 é muito claro que no matrimônio, o leito é sem mácula. Se o leito fosse sem mácula no segundo casamento durante a lei, então por que a mulher foi contaminada por seu segundo homem? Concluímos que o caso de divórcio e re-casamento em Deut. 24:1-4 não deixa de ser pecado, só foi dado para ter ordem na sociedade. Também estes versículos não tratam de infidelidade, mas sim de qualquer desgraça pessoal ou desrespeito ao marido, e com o passar do tempo deu margem ao abuso desta liberdade que Moisés deu.


III. O QUE JESUS ENSINOU SOBRE O CASAMENTO.

A. Jesus disse que ele veio para cumprir a lei e não para destruí-la. Ele cumpriu a lei na sua morte e pregou-a na cruz. Mas até a morte dele, a lei ainda estava em vigor para os judeus. Quando os fariseus fizeram a sua pergunta sobre o divórcio, eles ainda estavam debaixo da lei. Portanto, tudo que Jesus falou sobre o assunto concordava com a lei que estava em vigor. De fato, é notável que Cristo intensificou a lei, dando o sentido verdadeiro dela. Mat. 5:27 e 28 explica que só o ato de cobiçar a mulher já é adultério. Mat. 5:31-32 mostra o que ele pensava dos antigos. V. 31 “ Também foi dito: Qualquer que deixar sua mulher, dê-lhe carta de desquite.” Em v. 32 “Eu, porém, vos digo que qualquer que repudiar sua mulher, a não ser por causa de prostituição, faz que ela cometa adultério, e qualquer que casar com a repudiada comete adultério.”

Notemos:

1. O assunto aqui não é o direito do homem casar se de novo, mas é que ele faz a sua mulher cometer adultério se ele divorciá-la. (É entendido que ela provavelmente vai casar de novo, sendo “livre” do marido). Esta explicação concorda com DeuT. 24:4 que diz que a mulher será contaminada com o segundo marido.

2. O homem tinha o direto de repudiar a sua mulher se ela fosse infiel! Neste caso ele estava repudiando-a por causa de prostituição da parte dela. Ele não seria culpado de fazê-la cometer o adultério. Ela já estaria culpada.

3. A lei exigia a morte dela e então o homem seria livre para casar se de novo. Nós sabemos que ainda foram executados os infratores da lei no tempo de Jesus. Ver: João 8:1-11. Jesus não falou para os fariseus não apedrejarem a mulher pega em adultério, mas disse que aquele que não tivesse pecado jogasse a primeira pedra. A lei exigia que toda a acusação fosse feita por duas ou três testemunhas do ato. Jesus como homem não era testemunha. Mais uma vez Jesus está dentro da lei. Quando todos os deixaram, e Jesus estava a sós com a mulher, ele mostrou que ele como Deus sabia tudo sobre ela pois disse-lhe, ”vai-te, e não peques mais.”

4. Lu. 16:18 também diz “Qualquer que deixa sua mulher, e casa com outra, adultera; e aquele que casa com a repudiada pelo marido adultera também.” Neste caso o homem é culpado também.

B. Agora vamos estudar o nosso texto, Mat. 19: 3-12, e Mar. 10:2-12 que relata a mesma historia. Em Marcos 10:2 os fariseus perguntaram: “É licito ao homem repudiar sua mulher?” Mat. 19:3 consta a mesma pergunta, mas acrescenta “por qualquer motivo.” Marcos sempre resume o assunto e Mateus elabora mais. Nesta época os judeus estavam se divorciando por qualquer motivo. Eis os doutores procurando pegar Jesus ensinando uma coisa contrária a lei. Vamos lembrar que adultério foi punido com a morte do indivíduo conforme a lei. Jesus não vai desviar do sentido original. Ele não somente sustenta a lei, mas a intensifica, como fez no caso do filho que não honrasse os pais em Marcos 7:9-13.

1. Em Mat.19:8 e Mar.10:5 Jesus explica que Moisés permitiu o divórcio por causa da dureza dos corações, MAS também disse que no princípio não era assim. Jesus está relembrando aos fariseus que o certo é o que Deus decretou no princípio. Deus não aprova o repúdio, mesmo depois do tempo de Moisés. Veja Malaquias 2:16, “Porque o Senhor Deus de Israel diz que aborrece o repúdio...e não sejais desleais.”

2. O versículo que muitos gostam de usar para provar a legalidade e o direito de casar de novo se o parceiro fosse infiel é Mat. 19: 9 : “Eu vos digo, porém que qualquer que repudiar sua mulher, não sendo por causa de prostituição, e casar com outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada também comete adultério.” Marcos, ao resumir este fato, não falou a frase: “não sendo por causa de prostituição”. Pôr que será? Aparentemente a questão não é se a pessoa tem o direito ou não de casar de novo se o parceiro fosse infiel, mas se o casar de novo é adultério. Lembramos que a lei exigia a morte de quem cometesse prostituição. É muito duvidoso que Jesus vai desviar-se do sentido original da lei. Esses fariseus conheceram muito bem a lei neste respeito . Se o infrator fosse executado conforme a lei então o parceiro ficaria livre para casar de novo. O assunto aqui é, se por qualquer outra razão se casasse, seria adultério. Sim, na época de Jesus Cristo ainda existia a pena de morte para adultério e Jesus não estava se retratando ou se desfazendo desta lei, mas somente mostrando aos fariseus que Ele concordava com a lei. Então, ele não somente respondia a pergunta dos fariseus, mas também intensificou a lei quando ele disse que Moisés permitiu o divórcio por causa da dureza dos corações, porém que no princípio não era assim.

3. Em v. 10 do mesmo capítulo, os discípulos mostram que eles entenderam perfeitamente o que Jesus tinha dito, isto é, “Se assim é a condição do homem relativamente à mulher, não convêm casar.” Mas Jesus disse em v.11 que nem todos podiam receber esta palavra, e continuando em v.12 ele explica que há vários tipos de eunucos: (a) os que nascem assim; (b) os que foram feitos assim pelos homens; (c) e outros ainda que por causa do reino de Deus se fizeram eunucos. Creio que a pessoa cujo parceiro for infiel deve considerar-se como um eunuco pelo reino de Deus, e que isto é o ensinamento de Jesus.


UM CONSELHO SINCERO

Meu amigo, se você se acha neste estado de pecado, fique sabendo que com Deus há perdão para aquele que crê em Jesus. “Àquele que nos ama, e em seu sangue nos lavou dos nossos pecados,” Ap. 1:5. Em Jesus há justificação: “Seja–vos notório varões irmãos, que por este se vos anuncia a remissão dos pecados... E de tudo o que, pela lei de Moisés, não pudestes ser justificados, por ele é justificado todo aquele que crê,” Atos 13: 38-39. Creia naquele que levou todos seus pecados em seu corpo e morreu na cruz porque ele o amou. 1 Pe. 2:24


Preparado por:
Pr. Steve e Irmã Eugenia Montgomery
Colaboração Irmã Débora do Grupo "Meu ministério
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