Faça a diferença

Uma professora conta que no seu primeiro dia de aula parou em frente aos seus alunos da 5ª série e como todos os demais professores, lhes disse que gostava de todos por igual.

No entanto, ela sabia que isto era quase impossível, já que na primeira fila estava sentado um garoto chamado José Carlos.

Aos poucos ela notava que o menino, não se dava bem com os colegas de classe muitas vezes suas roupas estavam sujas e cheiravam mal.

Houve até momentos em que ela sentia certo prazer em lhe dar notas vermelhas ao corrigir suas provas e trabalhos.

Ao iniciar o ano letivo, era solicitado a cada professor que lesse com atenção a ficha escolar dos alunos, para tomar conhecimento das anotações.

Ela deixou a ficha de José Carlos por último. Mas quando a leu foi grande a sua surpresa...

Ficha do 1º ano:
“José Carlos é um menino brilhante e simpático. Seus trabalhos sempre estão em ordem e muito nítidos. Tem bons modos e é muito agradável estar perto dele.”

Ficha do 2º ano:
“José Carlos é um aluno excelente e muito querido por seus colegas, mas tem estado preocupado com sua mãe que está com uma doença grave e desenganada pelos médicos. A vida em seu lar deve estar sendo muito difícil.”

Ficha do 3º ano:

“A morte de sua mãe foi um golpe muito duro para José Carlos. Ele procura fazer o melhor, mas seu pai não tem nenhum interesse e logo sua vida será prejudicada se ninguém tomar providências para ajudá-lo.”

Ficha do 4º ano:
“José Carlos anda muito distraído e não mostra interesse algum pelos estudos. Tem poucos amigos e muitas vezes dorme na sala de aula.”

Ela se deu conta do problema e ficou terrivelmente envergonhada...

E ficou pior quando se lembrou dos lindos presentes de Natal que ela recebera dos alunos, com papéis coloridos, exceto o de José Carlos, que estava enrolado num papel de supermercado.

Lembrou que abriu o pacote com tristeza, enquanto os outros garotos riam ao ver que era uma pulseira faltando algumas pedras e um vidro de perfume pela metade.

Apesar das piadas ela disse que o presente era precioso e pôs a pulseira no braço e um pouco de perfume sobre a mão. Naquela ocasião José Carlos ficou um pouco mais de tempo na escola do que o de costume.

Relembrou, ainda, que ele lhe disse:

- A senhora está cheirosa como minha mãe!

Naquele dia, depois que todos se foram, a professora chorou por longo tempo...

Em seguida, decidiu mudar sua maneira de ensinar e passou a dar mais atenção aos seus alunos, especialmente a José Carlos.

Com o passar do tempo ela notou que o garoto só melhorava. Quanto mais ela lhe dava carinho e atenção, mais ele se animava. Ao finalizar o ano letivo, José Carlos saiu como o melhor da classe.

Alguns anos depois, recebeu uma carta de José Carlos contando que havia concluído o segundo grau e que ela continuava sendo a melhor professora que tivera.

As notícias se repetiram até que um dia ela recebeu uma carta assinada pelo Doutor. José Carlos, seu antigo aluno, mais conhecido como José Carlos.

Mas a história não terminou aqui...

Tempos depois recebeu o convite de casamento e a notificação do falecimento do pai de José Carlos.

Ela aceitou o convite e no dia do casamento estava usando a pulseira que ganhou de José Carlos anos antes, e também o perfume.

Quando os dois se encontraram, abraçaram-se por longo tempo e José Carlos lhe disse ao ouvido:

- Obrigado por acreditar em mim e me fazer sentir importante, demonstrando-me que posso fazer a diferença.

E com os olhos banhados em lágrimas sussurrou:

- Engano seu! Depois que o conheci aprendi a lecionar e a ouvir os apelos silenciosos que ecoam na alma do educando.

Mais do que avaliar as provas e dar notas, o importante é ensinar com amor mostrando que sempre é possível fazer a diferença...

Afinal, o que realmente faz a diferença claudia ?

É o fazer acontecer a solidariedade, a compreensão, a ajuda mútua e o amor entre as pessoas...

O resto vem por acréscimo... Este é o segredo que vai ajudar a construir um mundo melhora para todas as pessoas...

Isso depende de nós, do quanto estamos dispostos a fazer a diferença.