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"Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim." – Jo 15.18

27 de agosto de 2009

O Sofrimento dos Filhos de Deus

Autor: Felipe Sabino de Araújo Neto


É triste ver aqueles que professam pertencerem aos arraiais de Cristo e, conseqüentemente, crer na Bíblia, negarem algumas verdades fundamentais do Cristianismo. Dentre as tantas negadas nestes nossos dias, uma das de mais ampla extensão, senão a de maior, é a negação da legitimidade de um crente verdadeiro passar por sofrimentos, especialmente de ordem física.


Muito têm se dito sobre o suposto direito que um crente tem diante de Deus, reivindicando o mesmo para não aceitar problemas no casamento, de ordem econômica, enfermidades e desemprego. Enquanto os teólogos do passado se deleitavam em pregar e escrever sobre os decretos de Deus, os "teólogos" de hoje só têm a dizer sobre "os decretos do crente". Na verdade, isto é um retrato do foco dos cultos modernos, ou seja, o culto teocêntrico foi trocado pelo culto antropocêntrico. Triste realidade!


Contudo, a despeito das reivindicações dos "profetas" modernos, a Bíblia no diz que "por muitas tribulações nos importa entrar no reino de Deus" (Atos 14:22). A Bíblia não ensina que os crentes são imunes às aflições. Pelo contrário, a presença das mesmas na vida dos filhos de Deus e a ausências delas, muitas vezes, nas vidas dos ímpios, quase fez com que os pés do salmista vacilasse. "Os meus pés quase resvalaram; pouco faltou para que os meus passos escorregassem. Pois eu tinha inveja dos soberbos, ao ver a prosperidade dos ímpios. Porque eles não sofrem dores; são e robusto é o seu corpo. Não se acham em tribulações como outra gente, nem são afligidos como os demais homens" (Salmos 73:2-5).


O cristão não deve rejeitar o sofrimento como algo não vindo da parte de Deus, pois, ao contrário do que se ensina nos púlpitos modernos, eles nos foram decretados. "Para que ninguém seja abalado por estas tribulações; porque vós mesmo sabeis que para isto fomos destinados" (1 Tessalonicenses 3:3). Contudo, o filho de Deus não deve ter prazer ou alegria no sofrimento, pelo sofrimento em si, mas sim pelo propósito de Deus neste sofrimento. "O Senhor corrige ao que ama" (Hebreus 12:6), e com certeza, nas nossas adversidades, Deus está trabalhando com o nosso caráter, nos lapidando e nos conformando à imagem de Seu Filho. Mas, o que dizer daqueles que "não aceitam" tais sofrimentos? E o progresso espiritual que tais sofrimentos pretendiam produzir na vida destas pessoas? Talvez esta seja uma das razões de vivermos atualmente numa geração de crentes com um dos níveis mais baixos de espiritualidade e moralidade que já se viu na história da Igreja.


Portanto, que não desfaleçamos diante das tribulações (Efésios 3:13), mas, gloriemo-nos nelas (Romanos 5:3), sabendo que ela produz perseverança, transformações nas nossas vidas, e o mais importante, glórias a Deus. Que possamos ver nas nossas vidas e nas dos nossos irmãos os frutos da aflição. Que diante das provas e tribulações, possamos examinar o nosso coração, e colocar em ordem "a nossa casa".


Enquanto muitos acusam os crentes atribulados de estarem em pecado, a Bíblia os chamam de bem-aventurados. "Eis que chamamos bem-aventurados os que suportaram aflições. Ouvistes da paciência de Jó, e vistes o fim que o Senhor lhe deu, porque o Senhor é cheio de misericórdia e compaixão" (Tiago 5:11).


O pentecostalismo e o neo-pentecostalismo têm causado muitos danos à espiritualidade do povo brasileiro, mas o filho de Deus, que tem a sua vida alicerçada na Palavra de Deus, e não nos ventos de doutrina, sabe que somos "participantes das aflições de Cristo", para que "na revelação da Sua glória" (1 Pedro 4:13) nos regozijemos e exultemos.


Que os falsos profetas e apóstolos bradem o que quiserem, o PROFETA de antemão já disse: "Tenho-vos dito estas coisas, para que em mim tenhais paz. No mundo tereis tribulações; mas tende bom ânimo, eu venci o mundo" (João 16:33).

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