7 de setembro de 2009
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Porque esculaxar nossos pastores e lideres ?
Hoje recebi uma das melhores mensagens na minha caixa de e-mail. Bastou eu dizer no meu Blog que detesto a época de eleição e tenho suspeitas de pastores e lideres que se elegem.
“Jeferson, você me dá nojo, você esculaxa nossos pastores e lideres e não permite nosso crescimento teológico. Aonde você quer chegar com isso ? ”.
Se tiver o minimo de coragem e bom senso vai perceber que não esculaxo e ver onde quero chegar:
O Governo quer eleger o próximo presidente (ou próxima) e não pisca duas vezes antes de vender-se ao diabo. Os evangélicos querem povoar o céu e para isso precisam de dinheiro, muito dinheiro. Urge construir megas catedrais, comprar redes de televisão, jatinhos e helicópteros. Não seria possível estabelecer o reino de Deus sem montar filial em Miami. Para valer o discurso esfarrapado da “unção” divina, é preciso mostrar produtividade.
Ninguém se elege no Brasil sem beijar a mão nojenta de caudilhos que se emporcalharam na corrupção. A grana que financia megalomanias evangélicas não cai do céu, como o maná dos tempos de Moisés. Então, que os escrúpulos vão às favas!
A roda tem que girar, e para isso igrejas desputam a tapa o horário nobre. É o vale tudo tupiniquim que fez Rui Barbosa afirmar que “de tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto”.
Responda, antes que se multipliquem os conselhos piedosos do tipo “não se deve desistir”, “a esperança é a última que morre”, “Deus está no controle”, “isso é só para os que crêem” , “blábláblá”.
Quantos ladrões de colarinho branco foram presos nos últimos vinte anos? Quantas denúncias de corrupção acabaram arquivadas na Câmara dos Deputados e no Senado? Quantas igrejas se esvaziaram depois que seus líderes foram sentenciados por crime?
“Denuncismo”, grita o Presidente com a língua (e o rabo) presa.
“Satanás”, vocifera o pastor engravatado de cima do púlpito.
Não, não sou pessimista, apenas realista. Se conseguirem repatriar o dinheiro da merenda escolar depositado no Paraíso Fiscal, voltará apenas uma fração. Se provarem que houve extorsão e lavagem de dinheiro na igreja-empresa, nada acontecerá com o apóstolo ou bispo. O presidente manterá seus altíssimos índices de popularidade. A igreja vai convocar uma vigília de oração para amarrar o diabo, que será um sucesso.
Prefiro ainda ser chamado de nojento a deixar de pregar e verdade. E por falar em nojento, gosto mais dos textos do meu coordenador do curso de História do que do televangelista de voz aveludada que promete o que não pode cumprir:
Professor Paulo Assunção: “ Só haverá milagres quando o povo aprender a dissernir qual a sultil diferença entre servir a Deus e ganhar dinheiro dentro do Templo que é Santo”.
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