Será que um crente, cujo corpo se tornou morada do Espírito Santo, pode ser possuído por demônios? Pelo menos na teologia da Igreja Metodista, onde colocaram duas WIB (Mulheres em Preto) para me fiscalizar, durante a preleção de segunda feira 11/10 (depois que citei um verso bíblico de contestação a uma heresia entregue pelo preletor), tudo indica que sim. Para esses pentecostais, uma pessoa que contesta a sua teologia está possuída e precisa ser imediatamente extirpada do ambiente, a fim de não perturbar o pregador. Como pode uma pessoa que se entregou a Jesus Cristo, em fé e verdade, através do estudo sistemático da Bíblia (e não por ter escutado um pregador pentecostal lhe garantindo a salvação) ficar possessa do Diabo?
Nos seminários pentecostais, os frequentadores aprendem mais a respeito do Diabo do que do Evangelho de Cristo, pois na especialidade de lidar com Satanás e seus demônios é que reside o sucesso financeiro das seitas pentecostais. O povo gosta de coisas diferentes e o assunto dos demônios causa frisson, atraindo um público enorme e haja dinheiro caindo nos gazofilácios!
A Psicologia usada nesses seminários trouxe às mentes dos seus organizadores a ideia da vitimização, que eles transmitem aos crentes. Quando um crente fala do seu problema nesses seminários, o preletor logo tenta explicar que algum membro de sua família cometeu pecados graves e, por isso, ele está carregando um tipo de “maldição hereditária”, a qual poderá ser anulada mediante uma completa obediência aos ensinos da igreja e, obviamente, uma boa contribuição financeira, “para o crescimento da obra do Senhor”. Isto faz crescer a auto-estima do crente, dando-lhe o ensejo de transmitir o sentimento de culpa para outra pessoa ou para algum acontecimento desagradável de sua infância. E ao contribuir para a “obra do Senhor”, com dízimos e ofertas, ele imagina estar apaziguando a ira divina, como acontece aos pagãos e macumbeiros. O ocultismo tem penetrado nas igrejas pentecostais e "avivadas" de um modo alarmante.
Muitos ex-fumantes que contraíram câncer têm acionado os fabricantes de cigarros, culpando-os de sua doença. Mas, onde fica o livre arbítrio que Deus nos concedeu? Por acaso não sou eu responsável pelos meus pecados, mas minha família, ou até mesmo o Diabo? Alguns pentecostais até costumam acusar Deus dos seus pecados, dizendo que Ele os permitiu. Muitos criminosos tentam culpar os pais dos seus crimes. Esses não conhecem a Carta de Tiago, especialmente as passagens do capítulo 1:13-15: “Ninguém, sendo tentado, diga: De Deus sou tentado; porque Deus não pode ser tentado pelo mal, e a ninguém tenta. Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência”. Depois, havendo a concupiscência concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte”.
A maneira mais prática encontrada pelas igrejas pentecostais é a de culpar o Diabo por tudo de ruim que acontece, porque, assim, não correm o perigo de ser acionadas nos tribunais de justiça, visto como o Diabo não chega até lá. A chamada Psicologia Cristã abriu uma estrada larga para os pentecostais culparem o Diabo (e os familiares) de tudo de ruim que lhes acontece e, assim, poderem continuar pecando, na certeza de que não terão de prestar contas dos seus erros diante do Tribunal de Cristo.
Como a fonte da sabedoria pentecostal reside na experiência, e não na Escritura Sagrada, se alguém (que está frequentando os seus seminários) cita a Bíblia é logo suspeito de possessão demoníaca, pois a teologia bíblica desse segmento “evangélico” foi trocada pelas “estórias da carochinha”. Misturar 20% de Bíblia com 80% de superstição e Psicologia tem sido a arma dos preletores pentecostais e, por isso, os crentes precisam ter o maior cuidado na hora de frequentar os tais seminários, a fim de não caírem nas ciladas que ali são comuns. Que todos se lembrem de que um copo de água pura na qual foram pingadas algumas gotas de veneno pode se tornar letal e pior do que isso tem acontecido nesses seminários pentecostais. Leiamos a Carta de Paulo aos Gálatas, para evitar esse tipo de engodo. A verdade é que todo pregador pentecostais vive escorregando no Velho Testamento, pregando judaísmo e, por isso, está condenado, conforme Gálatas 3:9-10.
Mary Schultze, 13/10/2010 – www.maryschultze.com
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