Desta vez, como sempre, nada mudou. Os mesmos líderes, as mesmas promessas vãs, o mesmo triunfalismo, a mesma alienação espiritual por parte de muitos ali presentes. O mesmo carnaval gospel.
Quem quiser saber como foi nossa participação na Marcha, é só assistir ao vídeo no final deste texto. Por ora, gostaria de refletir sobre como poderia ser a Marcha para Jesus.


A não ser que a intenção da Marcha não seja encontrar pessoas a serem evangelizadas e ajudadas, mas apenas demonstrar o poder dos evangélicos pela quantidade de participantes. Nesse caso, esqueçam o que sugeri, pois dará menos “ibope”.
Outra questão a ser repensada é a definição de louvor, presente na Marcha. Os que lá estão querem louvar a quem? A Jesus? Aos seus líderes eclesiásticos? Aos artistas gospel presentes? Isso é muito importante, pois impactará na forma de adoração.


Minha sugestão: se a intenção é louvar a Deus, que sejam abolidas, na Marcha, as canções com foco no crente, em sua provisão, em sua vitória. No lugar, canções que remetam ao conhecimento de Deus e à nossa gratidão por Ele ter nos amado primeiro. E nada de ritmos que remetam à carnalidade, afinal não estamos na Marcha para agradar aos desejos do nosso corpo. Como cristãos, nosso corpo está morto e so

Se a Marcha é para Jesus, deve seguir Seus ensinos. Um deles, e dos mais importantes (pois repetido em várias passagens, em algumas através de exemplos bem práticos) é que devemos servir uns aos outros, e que o maior deve servir ao menor. Assim, não há cabimento em ter autoridades eclesiásticas em cima de trios-elétricos, enquanto as multidões estão no chão. Pior ainda se pensarmos que, na multidão, há pessoas com deficiências físicas, idosos e pessoas com crianças de colo.


É bastante desagradável ver um jovem com uma faixa ou bandana com o nome do artista gospel de sua preferência, pois isso remete ao fanatismo (por isso a palavra fã) dos que, no “mundo”, seguem seus ídolos humanos famosos. Por isso, para uma Marcha efetivamente para Jesus, é necessário nos desprendermos da veneração dos artistas gospel, pois em Cristo eles são exatamente iguaizinhos a nós: pessoas falhas, dependentes de Deus, e que carecem de Cristo, sem O qual perecerão eternamente. Para acabar com a “deusificação” dos artistas gospel, numa Marcha realmente de Jesus eles não estariam inalcançáveis num palco, mas disponíveis a todos, como qualquer um ali, de modo que a aura de intocáveis se dissipe e as pessoas passem a vê-los como realmente são: indivíduos que Deus dotou de um talento musical, e que usam esse talento para dirigir o louvor a Ele. Simples assim.

Numa verdadeira Marcha para Jesus, os políticos estariam bem longe, pois se o objetivo é demonstrar o amor a Deus, não é possível se aproveitar desse evento para exaltações humanas. Em Cristo somos livres, e livres até para, por nós mesmos, refletirmos sobre o que é melhor para nossa nação. Com certeza, o melhor não é aquele que beneficia apenas uma parte da população, mesmo que essa seja a nossa. O melhor é o que busca beneficiar à maior quantidade possível de pessoas, usando de justiça e não de conchavos do tipo toma-lá-dá-cá.

Uma Marcha num local onde possa ser útil à comunidade; onde os líderes e os cantores se confundem com a multidão, pois todos são, em Cristo, filhos de Deus e ao mesmo tempo servos uns dos outros; onde as músicas remetem à adoração, com amor e temor ao Deus Santíssimo; onde alguns não se aproveitam para ganhar dinheiro, vendendo apetrechos gospel; onde o espaço de adoração não é dividido com politicagem ou com a idolatria a líderes e artistas gospel.
Numa Marcha assim, onde os que estão no “mundo” verão os evangélicos servindo e adorando, creio que haveria campo para que muitos verdadeiramente se convertessem a Cristo. Na Marcha como ela hoje é, o resultado final é apenas a sujeira deixada nas ruas, que continuam vazias até o próximo dia útil, quando enfim haverá ali algum movimento.
Em outras palavras, hoje temos uma Marcha para a mídia ver, para demonstrar poder de barganha com o “mundo” (realize os desejos da liderança, e em troca temos toda essa multidão para lhe servir). Enquanto isso, esses líderes inescrupulosos se comprazem com o “mundo”, que se compraz em agradar aos evangélicos para, deles, conseguir o que quiser.
INCLUSIVE SUAS ALMAS.
Será que essa Marcha EXCLUSIVAMENTE para JESUS, conforme muitos sonham, um dia será possível?

Nosso agradecimento a todos que participaram, do Movimento pela Ética Evangélica Brasileira e da Intervenção na Marcha. Que Deus abençoe a todos, e que Ele cresça e nós diminuamos.
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