Igreja Anglicana permite que religiosos gays, em relações civis, se tornem bispos

LONDRES - A Igreja Anglicana anunciou que religiosos gays, em relações civis, podem se tornar bispos, desde que permaneçam em abstinência sexual. A decisão promete reacender um grande debate na comunidade inglesa, analisa a reportagem do “The guardian”.
A decisão foi tomada pela Câmara dos Bispos, na seção da Sínodo Geral responsável pela educação clerical. Anglicanos evangélicos imediatamente sinalizaram sua oposição para a ideia, deixando a igreja em duas disputas simultâneas, já que recentemente mulheres foram vetadas para o cargo de bispo.
Um comunicado da Câmara dos Bispos, divulgado no site oficial, afirma: “A Câmara dos Bispos confirma que os requerimentos colocados nas regras de 2005 acerca da elegibilidade para ordenação para aqueles em relações civis que são consistentes com o que é ensinado na Igreja da Inglaterra se aplicam igualmente”.
O clero da religião foi informado em 2005 que os religiosos podem estabelecer relações homossexuais civis desde que mantiverem o celibato, mas surgiram dúvidas sobre a possibilidade destes clérigos serem nomeados bispos.
A mudança foi bem recebida por Jeffrey John, reitor de St. Albans, que foi rejeitado como bispo em 2003. Ele tem um relacionamento de longa duração com outro religioso, que eles afirmam ser celibatário. O par, inclusive, teve uma cerimônia civial em 2006.
“Se for genuinamente verdadeiro que todos os níveis de ordenação estejam abertos a pessoas gays, então é algo muito bom”, afirmou Jeffrey John.
A decisão de fazer uma revisão, segundo a BBC, teria sido desencadeada após a rejeição da candidatura a bispo de Jeffrey John. Advogados da Igreja Anglicana alertaram que novas leis proibiriam a discriminação de religiosos homossexuais.

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