by Estrangeira |
Uma moça e uma senhora me rodearam, ficando bem próximas a mim. Começaram a pular e a gritar palavras de amarração de demônios e expulsão de principados da minha pessoa, com as mãos levantadas sobre mim. Embora quase ensurdecida pelos gritos, fiquei imóvel, apenas fitando nos olhos das duas pessoas. Uns 5 minutos depois, que me pareceram intermináveis, as moças perceberam que daqui não teria manifestação alguma e foram embora, seguindo a multidão.
Um misto de sentimentos tomou conta de mim: tristeza, raiva desse falso Evangelho que lhes ensinaram, vontade de rir do inusitado da situação, vontade de chorar pela falta de discernimento espiritual deste povo.
Talvez esse fato resuma o "espírito" da Marcha para Jesus em São Paulo: muito pulo, muito grito, muito suposto poder, muita festa, mas pouca oração, pouco discernimento dos espíritos, pouco conhecimento da Palavra, pouco Evangelho.
Um grupo que veio debater conosco e quando se viu sem argumentos, começou a gritar "marcha pra Jesus". Se fossem convertidos, teriam argumentos e gritariam "glórias a Jesus". Mas pelo menos houve uma evolução de 2009 para cá. Em 2009, gritavam "espada pelo Apóstolo e pela Bispa" (lembrando que, naquele ano, eles voltaram de sua "estada" nos Estados Unidos e estavam bastante queimados pela imprensa).
Neste ano, talvez porque furou o pneu do trio-elétrico principal, talvez porque alguma personalidade gospel se atrasou (era grande o vai e vem de helicópteros), talvez porque estavam esperando juntar mais gente para fazer bonito nas tomadas aéreas, a Marcha em São Paulo demorou bastante para começar. Estava marcada para às 10h, mas no local onde estávamos o trio principal só foi passar às 12:30h (normalmente nesse horário a Marcha já está quase acabando). Porém, para nós foi uma grande bênção, pois sem barulho dos trios e a concorrência com as celebridades em cima deles, o povo teve todo o tempo do mundo para ler nossas faixas e conversar conosco. Nunca entregamos tantos folhetos como nesse dia.
Desta vez estávamos em 7 pessoas. Essas 7 pessoas devem ter incomodado de montão, ao ponto de gente do alto do trio-elétrico e até pessoas na multidão virem discutir conosco e, vendo-se sem argumentos, demonstrar que eles estavam certos pois eram a maioria. Mal sabem - pois não leem a Bíblia - que foi a maioria que pediu para que Jesus fosse crucificado. E a maioria tem aceito, até hoje, toda a sorte de atrocidades e de injustiças. O mundo jaz no maligno pois a maioria segue os desejos do mundo, não de Deus.
Era interessante verificar os sinceros e os gospel durante a Marcha. Havia paradas para orações, e nelas muitos participavam, principalmente o povo
No final, o que a Marcha deixou para a sociedade? Apenas a imagem de um evento com intenções políticas e de manipulação de massas (tinha até gente pedindo intervenção militar!!!).
Lembro-me de, pequena, participar das procissões de Corpus Christ - a Marcha para Jesus dos católicos. Quanta diferença!!! Andávamos pelas ruas do bairro orando, orando e entoando pequenos cânticos. Os padres, bispos, andavam junto à multidão, não havendo diferenciação entre as pessoas. Está certo que a oração era do tipo vã, repetitiva. Está certo que carregávamos andores com imagens de santos, quando o único intermediário entre Deus e os homens é Jesus Cristo. Porém, sinto muitas saudades do clima de contrição, arrependimento, busca de Deus sem interesses de participação em $hows, discursos políticos, pregações de vitórias baseadas na riqueza dos crentes (em detrimento do resto da sociedade).
O fato é que há muitos cristãos sinceros. Mas há muito mais crentes convencidos de que são salvos, conquanto que tenha show do Thalles no evento. Mas a culpa não é só deles: o evangelho que lhes foi apresentado pretendia agradar aos homens, não a Deus.
Que possamos pregar - até para nós mesmos - as verdades do Evangelho de Jesus. Pois é conhecendo a Verdade que seremos libertos.
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