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"Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim." – Jo 15.18

25 de agosto de 2009

CRENTE CHUCHU?

Vós sois o sal da terra. Mas se o sal for insípido, com que se há de salgar?” MT. 5.13.

Creio que foi na revista Mensagem da Cruz que tinha como editor o inesquecível T. Hegre que tive a oportunidade de ler um excelente artigo que falava sobre um tipo de crente conhecido como o “crente chuchu.” O chuchu, muito conhecido como “machucho”, é o fruto produzido por uma planta da família das corcubitáceas.

Dizem que o chuchu é bom para abaixar a pressão dos hipertensos. Ele pode ser preparado como salada, adicionado ao feijão, à sopa, pode ser preparado com carne moída e pode ser colocado na sopa. Não tenho nada contra o chuchu, mas concordo com o articulista, pois esse fruto da corcubitácea acaba sempre perdendo o seu sabor para o alimento com o qual se mistura.

Há muitas pessoas que se dizem cristãs, porém não revelam tal identidade perante o mundo. Obviamente que não se advoga aqui o separatismo em guetos de cristãos e não cristãos, pois o próprio Cristo ao fazer a oração sacerdotal pediu ao pai que não tirasse os seus discípulos do mundo, mas que os livrasse do mal.

É certo que santo significa separado para Deus, mas isso não significa deixar de conviver com pessoas de orientação religiosa diferente da nossa. Disse Jesus: “Vós sois o sal da terra”, mas observou também, que se o sal for insípido, com que se há de salgar? O Mestre da Galiléia hospedou-se na casa de Marta e Maria em Betânia, mas também se assentou à mesa na casa de Simão, foi pousar na casa de Zaqueu, o publicano.

Assim como Cristo, o cristão deve dar sabor à vida das pessoas sem somar-se à superficialidade delas, à vida desesperançada que vivem e principalmente a tudo aquilo que contradiz e se contrapõe à mensagem do evangelho de Cristo. Esse posicionamento não significa alienação em relação aos problemas sociais. Jesus viu as multidões como uma soma de pessoas carentes, andando sem direção e como ovelhas que não tinham pastor, assim, encheu-se de íntima compaixão de sorte que procurou atender aos anseios mais profundos daquelas pessoas com uma palavra de socorro e de ânimo para aquelas almas tão carentes.

Quantas pessoas se colocam no lugar comum dos que amaldiçoam a escuridão, porém, não deixam sua luz brilhar. Há um cântico que diz: “minha pequena luz, eu vou deixar brilhar”.

É uma questão de postura: Rejeitar o mau e acolher o que é bom, enveredar-se pelo caminho do bem e reprimir o mal. Isso mesmo, deve haver um traço distintivo e bem nítido entre o nosso modo de vida e o daqueles que não tem esperança.

Infelizmente, nos dias atuais, o evangelho tornou-se uma canção de ninar para as pessoas que vão à igreja todos os dias para buscar uma palavra que as faça “dormir serenamente” e depois acordar para tocar a vida egoísta onde só há lugar para os pronomes possessivos, meu e minha.

Na semana passada caminhava do restaurante para o Fórum e estava acompanhado de dois Promotores de Justiça amigos. Fazia um frio tremendo e passamos por um mendigo encolhido em meio a alguns trapos. Não deixamos de observar aquela cena, mas Ricardo, silenciosamente, entrou numa loja e sem dizer nada, saiu com um cobertor, foi até onde estava o indigente e o cobriu com carinho.

Fiquei num misto de surpresa, alegria e vergonha, pois apesar da dó pela situação do mendigo, nada fiz para repará-la, mas meu amigo agiu. Intima compaixão não é apenas um ato de dó, é solidariedade, é amor em ação.

Não sei como tem sido a tua vida até aqui, mas quero desafiá-lo a viver uma vida bem distante do crente chuchu que mencionamos no início, ou seja, sem revelar sabor.

Comece a viver em novidade de vida. Telefone para o seu amigo ou amiga afastado do serviço por doença e deseje pronto restabelecimento. Ore com alguém que está em meio às dificuldades; compartilhe uma leitura bíblica; sorria para as pessoas e diga como elas são importantes para você. Deus quer fazer uma revolução de amor através de você. Lembre-se, o melhor pintor é aquele que sabe colorir o ambiente em que vive.


Carlos Roberto de Souza – Pastor e Juiz de Direito em São Paulo.

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