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"Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim." – Jo 15.18

5 de agosto de 2012

Judas, discípulo como você e eu.


É inegável a minha admiração por cada um dos Apóstolos. Poderia falar de João, o amado. Aquele que recostou ao lado de Jesus; isso denota intimidade. Uau, ser íntimo do Mestre, que honra! Poderia também, falar de Pedro. Ah, Pedro! Falava pelos cotovelos; quem lê com um pouco mais de imaginação até consegue dar umas risadas. Pelo seu muito falar foi repreendido muitas vezes por Jesus; era um Homem intenso e nunca escondeu suas carnalidades, porém, amava Jesus com toda a intensidade que havia em seu coração; e nem precisa ler com um pouco mais de imaginação pra escorrer algumas lágrimas ao ver o quebrantamento desse homem.
Enfim, os Apóstolos podem inspirar nossas vidas de forma grandiosa. Mas quero aqui me atentar por um apóstolo pouco lembrado, ou melhor, nada lembrado no âmbito da Inspiração: “JUDAS ISCARIOTES”. O que? Juuudas? Judas foi um patife, um gatuno, um pérfido, Drik’s! É sobre Judas mesmo? Bem, ele também foi um apóstolo, ele também foi escolhido por Jesus e como os outros, quis segui-lO. Sendo assim, falaremos sobre ele.
Judas Iscariotes, um dos doze apóstolos, o que “TRAIU” Jesus Cristo.
A Palavra “Traição”, no dicionário, significa “contrariar o que foi afirmado ou prometido.” “Deslealdade”, “insídia”, “infidelidade.” A traição tem gosto de fel na boca, aparente impotência diante do nosso algoz, traz dor, abandono. Pois só pode trair quem é próximo, quem nos conhece no íntimo; se não for assim, podemos dar qualquer outro nome, menos traição. Seria redundante eu dizer: “Poxa, meu inimigo me traiu.”
A índole de Judas, sempre foi do conhecimento de Jesus, como diz em João 6:64: “Mas há alguns de vós que não crêem. Porque Jesus sabia desde o princípio quem eram os que não criam, e quem era o que o havia de entregar.” O seu caráter  logo se manifestou, no momento em que Jesus foi ungido em Betânia, por Maria, que o fez com ungüento de nardo puro, de muito valor. Manifestando assim sua indignação por aquele perfume não ter sido vendido por trezentas moedas de prata e dado aos pobres. Disse isso não pela preocupação pelos pobres, mas porque era ladrão. (João 12:1-8). Depois dessa cena em Betânia, as más idéias começaram a ocupar sua alma, e indo ter com os principais sacerdotes, negociou entregar Jesus por 30 moedas de prata. Desde então, buscava uma ocasião para tal perfídia. (Mateus 26:14-16). Judas era cobiçoso, e não podendo conformar-se com a natureza da missão de Jesus, foi-se fortalecendo aquele sentimento, até que satanás achou seu instrumento “e entrou nele”. (João 13:27). Com tudo isso não se separou de Jesus, foi de Betânia a Jerusalém; esteve com ele no Getsêmani; e na última ceia, sendo lavados os seus pés pelo salvador, e perguntou como os outros Apóstolos: “Sou Eu aquele que o há de trair?” (Mateus 26:25). Judas completou a sua infâmia, entregando com um “BEIJO” o Mestre.
Era um costume da época os homens beijarem a barba em sinal de reverência à autoridade, o beijo então era um gesto de amor, respeito, lealdade e reconhecimento. O beijo também podia ser visto como amigo íntimo da justiça e da paz, mas naquele momento o beijo de Judas foi um beijo que demonstrou um Carinho Fingido, Beijo que denunciou, beijo de morte. Apenas traição. O que aumentou ainda mais a tristeza de Jesus. (Lc 22:48). Um Discípulo, um amigo, um filho que o traíra, o entregando aos seus carrascos. Praticada a vil ação, foi atormentado pelo remorso. Foi nesse estado de sua alma que ele lançou aos pés dos sacerdotes as trinta moedas de prata, sendo por eles escarnecido. (João 17:12) Não havendo para ele esperança, o Filho da Perdição retirou-se e foi enfocar-se. (Mateus 27:5).
LAMENTÁVEL FIM…
Nem você, e nem eu almejamos um fim tão trágico. Mas esse fim lamentável foi só conseqüência do meio. Você e eu nos gabamos constantemente de fazermos tudo que os outros Apóstolos fizeram de bom, mais que isso, temos um discurso de juízo sem fim em relação a outros, quando na verdade, em muitas ocasiões, se não na maioria delas, agimos como Judas e não como os outros Apóstolos.
“Eu não traio Jesus”, você pode dizer. A traição começa logo quando criamos expectativas em relação ao outro, e termina quando vemos que geralmente essas expectativas não são supridas. Quando nos convertemos, prometem a nós (os outros, não Cristo), uma vida repleta de Alegrias e prazeres, que não iremos mais sofrer, que você agora terá um emprego decente, que seu marido vai se converter. O verdadeiro mar de rosas. E então nós fazemos um Compromisso eterno com Cristo, de fidelidade, de que o amaremos e seguiremos para o resto de nossas vidas. Com o tempo você descobre que toda essa conversa, que a tal “Confissão positiva” e que a “Teologia da Prosperidade” não passam de falácias anti-bíblicas pra lotar igrejas. Você começa a ver que Cristãos sofrem, e muito. Jesus, condenado à morte de cruz. Jó, preso a dias de dor. Paulo, prisões e sofrimentos sempre o esperavam…
Nossas Expectativas se desvanecem e deixamos de olhar para o Autor e Consumador da nossa fé. Começamos a questionar em nosso coração o amor de Cristo por nós, afinal, seguimos a Ele, e Ele nos deve uma vida perfeita. Mas Jesus nunca nos prometeu uma vida perfeita, Ele mesmo disse: “No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o Mundo.” (Jo 16:33) N’Ele podemos encontrar Paz. Traímos quando não damos de comer, quando não damos de beber, quando não acolhemos, quando não vestimos, quando não visitamos os enfermos e os presos. Traímos quando pecamos, quando apontamos o dedo para o nosso próximo, quando duvidamos do seu Amor, traímos quando não Tomamos a cruz de Cristo e o Seguimos.
Mas, por sua terna misericórida, Deus nos chamou com uma graça maravilhosa e imerecida, e para a nossa traição temos um advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, O Justo. (I Jo 2:1), Podemos encontrar n’Ele lugar de arrependimento, e então Beijar sua face. O Beijo do amor, o Beijo do reconhecimento, o beijo da lealdade e não o Beijo da Morte: O Beijo de Judas. Em Cristo somos perdoados e encontramos vida, e vida em abundância.
TRAIR JESUS NÃO PRECISA SER A NOSSA ESCOLHA. PODE AMÁ-LO E AMAR ÀQUELES QUE CHAMAMOS DE ‘IRMÃOS’,  SEM NOS CANSARMOS, ATÉ O FIM. LEMBRANDO QUE TODAS AS COISAS COOPERAM PARA O BEM DAQUELES QUE O AMAM, E QUE A LEVE E MOMENTÂNEA TRIBULAÇÃO REDUNDARÁ EM ETERNO PESO DE GLÓRIA.
Graça seja com vocês
Drik’s

Fonte:http://deboaspalavras1.wordpress.com/2012/08/04/judas-discipulo-como-voce-e-eu/

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