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"Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim." – Jo 15.18

8 de junho de 2010

Assembleia de Deus está sob investigação da Polícia Federal



Membros da diretoria da igreja evangélica, os irmãos Jônatas, Samuel e Dan Câmara são investigados sob suspeita de ‘lavagem de dinheiro’ e evasão de divisas

Por Rodrigo Ribeiro Rodrigues
07/06/2010 10:15h
Assembleia de Deus está sob investigação da Polícia FederalA Polícia Federal (PF) instaurou um inquérito policial para investigar os irmãos Jônatas (foto),Samuel e Dan Câmara, a IgrejaAssembleia de Deus e a Fundação Boas Novas - entidades dirigidas por eles - por suspeita de ‘lavagem de dinheiro’ e evasão de divisas.

O inquérito está no site do Tribunal Federal da 1ª Região (
www.am.trf1.gov.br), no processo 2005.01.00. 000005-4. A investigação foi confirmada pelo superintendente da PF no Amazonas, Sérgio Fontes. Jônatas é presidente da Assembleia de Deus no Estado, Samuel dirige a igreja no Pará e Dan Câmara é pastor da igreja e comandante-geral da Polícia Militar (PM) do Estado.

Segundo o superintendente da PF, o inquérito é um desdobramento das investigações da operação Farol da Colina, deflagrada em setembro de 2004, que apurou crimes de lavagem de dinheiro e remessa ilegal de recursos para o exterior envolvendo empresários de sete Estados, incluindo o Amazonas.

Na época, a PF descobriu que havia nos Estados um esquema milionário de evasão de divisas, com o envio de dinheiro a uma conta de um banco em Nova York, nos Estados Unidos, o ‘Beacon Hill Service Corporation’. O dinheiro, de acordo com a PF, foi enviado no período de 1999 a 2002. Os valores variavam de R$ 30 mil a R$ 20 milhões, sem declaração ao fisco.

Um ano depois de deflagrada a operação, a PF abriu 350 inquéritos, informou, na época, o ex-superintendente da instituição, Kérsio Pinto. “Muitas pessoas foram citadas e precisamos abrir inquérito para cada uma delas”, disse Kérsio, em outubro de 2005.

Sérgio Fontes disse que entre os inquéritos originados da operação ‘Farol da Colina’ está uma investigação contra os irmãos Câmara. “Documentos e gravações de escutas telefônicas da operação Farol da Colina mostraram indícios de que os referidos pastores enviaram grandes quantias ao exterior, naquele caso envolvendo a conta do Beacon Hill (banco de Nova York). Por isso, decidimos instaurar um inquérito para apurar as informações”, declarou.

Sobre a investigação do crime de ‘lavagem de dinheiro’, o superintendente disse que não podia falar sobre o assunto para não atrapalhar as investigações. A ‘lavagem de dinheiro’ é uma forma de tornar legítimo o dinheiro obtido de maneira ilícita.

De acordo com o superintendente da Polícia Federal, o inquérito em que os três dirigentes da 
Assembleia de Deus são investigados não foi concluído e informações ainda estão sendo apuradas. “Precisamos deixar claro que se trata de uma investigação e, até agora, não se tem culpados”, afirmou.
Complexo

O delegado federal Eduardo Izel - que apura as denúncias contra os irmãos Câmara - disse que as investigações, iniciadas em 2004, ainda não foram finalizadas porque ‘muitas’ pessoas precisaram ser ouvidas, principalmente, fora do Brasil.

“Esse inquérito é muito complexo, porque muita gente foi ouvida e algumas eram de fora do Brasil”, explicou Izel. Ele disse que, até o final de junho, o inquérito será concluído e enviado à Justiça. O delegado informou também que, até o final deste mês, mais duas pessoas serão ouvidas. Ele não quis identificá-las, alegando segredo de Justiça.

De acordo com o site do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), o inquérito contra os irmãos Câmara e a 
Assembleia de Deus já teve pelo menos 62 movimentações desde o dia em que foi instaurado em 2 de dezembro de 2004. Atualmente, o processo, segundo o site, está na Polícia Federal para o cumprimento de diligências. Além do delegado federal Eduardo Izel, também atua no processo o procurador da República Ageu Florêncio que, segundo a assessoria de imprensa do Ministério Público Federal (MPF), está de férias.
Assembleia de Deus

Assembleia de Deus é uma denominação evangélica, sendo a maior do Brasil no ramo pentecostal e uma das maiores no mundo.

Assembleia de Deus chegou ao Brasil por intermédio dos missionários suecos Gunnar Vingren e Daniel Berg, que aportaram em Belém, capital do Estado do Pará, em 19 de novembro de 1910, vindos dos Estados Unidos. A princípio, frequentaram a Igreja Batista, denominação a que ambos pertenciam nos Estados Unidos. Eles traziam a doutrina do batismo no Espírito Santo, com a glossolalia — o falar em línguas espirituais (estranhas) — como a evidência inicial da manifestação para os adeptos do movimento. A manifestação do fenômeno já vinha ocorrendo em várias reuniões de oração nos Estados Unidos (e também de forma isolada em outros países), principalmente naquelas que eram conduzidas por Charles Fox Parham, mas teve seu apogeu inicial através de um de seus principais discípulos, um pastor leigo negro, chamado William Joseph Seymour, na rua Azusa, Los Angeles, em 1906.

A Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil (CGADB) possui sede no Rio de Janeiro, esta se considera o tronco da denominação por ser a entidade que desde o princípio deu corpo organizacional à igreja. A CGADB hoje conta com cerca de 3,5 milhões de membros em todo o Brasil (dados do Iser) e centenas de missionários espalhados pelo mundo.

A CGADB é proprietária da Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD), com sede no Rio de Janeiro, que atende parcela significativa da comunidade evangélica brasileira. À CGADB também pertence a Faculdade Evangélica de Tecnologia, Ciências e Biotecnologia (Faecad), sediada no mesmo Estado, e que oferece os seguintes curso em nível superior: Administração, Comércio Exterior, Marketing, Teologia e Direito.

Com informações de D24am.com/ Enciclopédia Livre

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