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"Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim." – Jo 15.18

29 de junho de 2010

O regresso dos decepcionados com o liberalismo e com a teologia da prosperidade?


O regresso dos decepcionados com o liberalismo e com a teologia da prosperidade?

Valmir Nascimento

Há poucos dias tivemos um rápido bate-papo com um amigo pastor missionário nos Estados Unidos. Entre os vários assuntos debatidos eles nos disse algo interessante. Segundo ele, nos Estados Unidos tem-se percebido o regresso de muitos cristãos de igrejas liberais (ou que pregam a teologia da prosperidade) de volta às igrejas conservadoras. O motivo seria o cansaço de tais pessoas para com as promessas nunca cumpridas da (des)teologia da (im)prosperidade e a pregação contínua de uma mensagem materialista. Na sua visão, tais pessoas haviam caído em si e estavam voltando para o local de onde haviam saído, frustrados no que diz respeito ao propósito inicial. Enfim, a geração de decepcionados [1] estaria dando meia-volta.

Não sei se isso realmente tem ocorrido em larga escala nos Estados Unidos ou se se trata somente de alguns poucos casos isolados. Ocorre que esse assunto me veio à mente novamente ao ouvir o Reverendo Augustus Nicodemus na sua preleção na 9ª Edição da Conferência Fiel para Pastores e Líderes em Portugal.

Conforme Nicodemus, muitos evangélicos estariam retornando para a Igreja Católica exatamente por não encontrarem em algumas evangélicas uma certa firmeza em assuntos como eutanásia, aborto e homossexualismo. Eis as suas palavras: "(…) hoje em dia, a quantidade de evangélicos que estão voltando para a Igreja Católica é muito grande; e a razão pela qual a Igreja Católica representa uma apelo aos protestantes que estão insatisfeitos com o relativismo que tem predominado dentro do mundo protestante, é exatamente essa aparente firmeza da Igreja Católica nas questões sócio/ético/político, com posições firmes em assuntos como aborto, eutanásia, homossexualismo, ordenação de mulheres etc". Ele diz ainda que a culpa em grande parte era das igrejas evangélicas que haviam adotado o discurso relativista pós-moderno.

Afirmo, novamente, não saber se tais relatos são tendências ou casos isolados. Aparentemente, trata-se da segunda opção.

De toda e qualquer forma, espero sinceramente que o ponto de vista do missionário nos Estados Unidos seja uma tendência, e que os crentes estejam a perceber o embuste contido no evangelho dos lucros, voltando assim para o evangelho bíblico; a evidenciar que tal (des)teologia não passa(va) de uma onda e que agora descamba para o seu falecimento. Reconheço: isso parece um sonho. Uma grande utopia.

Por outro lado, em relação ao apontamento do ilustre Augustus Nicodemus, espero que a busca pela firmeza doutrinária e pelos valores morais seja também uma verdade, entretanto, que o destino seja outro, e não aquele mencionado por ele. Antes, gostaria que encontrassem igrejas evangélicas comprometidas com a Palavra que não se curvam ante as demandas do nosso tempo.

Utopia novamente?

[1] Expressão usada pelo pastor Paulo Romeiro em relação ao crentes frustrados com a teologia da prosperidade

Em E Agora, Como Viveremos? via Genizah





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