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"Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim." – Jo 15.18

15 de julho de 2012

CARTA ENCAMINHADA A UM LÍDER EVANGÉLICO (do Estado do Acre) QUE JÁ SE FOI ... data do envio 31/10/2011. (OBS: o líder não respondeu as minhas dúvidas).


Amado,

Deus se alegra com a saúde de seus servos, mas não a garante a todos, já que muitos homens de Deus morreram de doenças.

Deus ama a prosperidade, mas não significa que todos os servos de Deus serão prósperos financeiramente, pois inúmeros são os servos de Deus que morreram pobres.

E na pregação de domingo o senhor falou que é errado ser pobre. Pois seria uma evidência de falta de oração e falta de fé. Pois era só pedir, pois Deus como pai não se recusaria... e se a pessoa é pobre é por que não pede ou pede mal. Ou seja, tira das costas de Deus a culpa e coloca no crente. Como o senhor mesmo falou, PROSPERIDADE É DECISÃO ... a pessoa decide se quer ou não...

Os ricos seriam exemplos de fé em Deus. É isso? Veja que suas pregações estão caindo na teologia calvinista.

Amado, suas pregações estão tomando rumo incerto... veja que TODAS as pregações caem nos mesmos temas: prosperidade e/ou honra.

Todas as declarações de Davi podem ser consideradas como promessas de Deus para todos os crentes? São listas de promessas a serem reivindicadas pelo crente a Deus?

Amado, somos pó e cinza, a graça é quem nos sustenta. Não temos moral para reivindicar nada. Acredito que a pregação do senhor deveria ser seguida do exemplo de Paulo (Fl 4:12). Devemos estar preparados para todas as situações e não ficar EXIGINDO de Deus algo... mediante “ofertas de propósitos”, primícias, e outros. Volto a dizer que se Jesus não intensificou nas pregações dele esse eixo temático, por que hoje em nossa igreja só se fala nisso? Entra culto e sai culto a pregação é sobre prosperidade.

A fidelidade de Deus nem sempre nos garante vida fácil.

Falar o que o povo quer ouvir: riqueza, ganhar dinheiro. Cativar as pessoas a Cristo pelo Marketing da prosperidade. Não vi isso no novo testamento. Quantas vezes o senhor pregou sobre a CRUZZZZZZZZZZZ de Cristo nos últimos 2 anos?

Seria melhor não colocar na BOCA DE DEUS uma interpretação pessoal da bíblia, ou melhor, de um grupo de pastores, que são minoria.

O senhor falou que “Não sabia como em pleno século XXI as pessoas não criam na teologia da prosperidade”. Lembrar que essa interpretação da bíblia surgiu no século XX.

Muitos chegam a dizer que tal pregação é para JUSTIFICAR a RIQUEZA DOS LÍDERES espirituais... pois se é rico quem ora e pede, nada mais justo que os líderes serem ricos.

O senhor chegou a dizer que DÍZIMO E PRIMÍCIAS era uma ORDEM... Obedece quem quer se próspero. Infelizmente tenho que dizer que isso beira a heresia. Pois o senhor sabe muito bem, estamos no tempo da GRAÇA. Não coloques JULGO a mais além da cruz de cristo. E se for atrás de PRINCÍPIOS a serem obedecidos, por que não o da IGREJA PRIMITIVA: At 2:45, 46? Esse sim, é um princípio neotestamentário... e nunca ouvi o senhor falar dele.

Infelizmente tenho que dizer que não vi nenhum texto do novo testamento que ordene fazer peregrinações à Terra Santa anualmente. Essa vaidade está custando caro... pois daria para sustentar um missionário de jesus na zona rural durante um ano em nossa cidade.

Amado, não estou aqui para corrigir ninguém, pois o senhor já falou no púlpito que não aceita correções. Mesmo sabendo que Deus pode usar até um ímpio ou uma jumenta para corrigir um crente.

Mndo esse e-mail para manifestar meu desacordo.

OBS: É preciso um Curso teológico urgente em nossa igreja.

OBS2: quero chegar na igreja e ser recepcionado com a PAZ DO SENHOR e não com a entrega de $envelope$. Pois a VISÃO INAUGURAL que tem da igreja é a questão financeira. Sugestão: coloque os envelopes num local visível onde quem quiser, ao entrar, possa pegá-lo.

OBS3: A bíblia é tão rica em temas, por que o senhor só prega sobre prosperidade e honra? Cadê pregação sobre escatologia, sobre salvação, sobre cura, sobre graça, etc? Será que Deus só quer falar sobre prosperidade e vida financeira?

Sinto-me como um BEREANO, que receberam a palavra do apostolo Paulo e examinava nas escrituras tudo quanto falava (AT 17:11). Não me sinto em pecado, nem em desonra. Estou apenas com dúvidas, que por não terem sido tiradas desde o primeiro e-mail, elas têm se aumentado. E foi-se o tempo em que pastores largavam as cem ovelhas para socorrer apenas uma.

Fica na Paz,

Eduardo Carneiro – um membro da .... prestes a pedir carta de recomendação para ir para outra denominação.

2 comentários:

  1. Só uma correçãozinha, calvinismo e teologia da prosperidade são dois extremos bem diferentes, os maiores defensores do evangelho puro e simples foram calvinistas, e eles abominam a teologia da prosperidade... Calvino de fato interessou-se vivamente por questões econômicas e existem elementos na sua teologia que certamente contribuíram para uma nova atitude em relação ao trabalho e aos bens materiais. A sua aceitação da posse de riquezas e da propriedade privada, a sua doutrina da vocação e a sua insistência no trabalho e na frugalidade foram alguns dos fatores que colaboraram para o eventual surgimento do capitalismo. Mesmo um crítico contundente da tese de Weber como André Biéler admite: "Calvino e o calvinismo de origem contribuíram, certamente, para tornar muito mais fáceis, no seio das populações reformadas, o desenvolvimento da vida econômica e o surto do capitalismo nascente" (O Pensamento Econômico e Social de Calvino, p. 661).

    Todavia, esse e outros autores têm ressaltado como a ética e a teologia do reformador divergem radicalmente dos excessos do capitalismo moderno. Por causa das difíceis realidades econômicas e sociais de Genebra, Calvino escreveu amplamente sobre o assunto. Ele condenou a usura e procurou limitar as taxas de juros, insistindo que os empréstimos aos pobres fossem isentos de qualquer encargo. Ele defendeu a justa remuneração dos trabalhadores e combateu a especulação financeira e a manipulação dos preços, principalmente de alimentos. Embora considerasse a prosperidade um sinal da bondade de Deus, ele valorizou a pessoa do pobre, considerando-o um instrumento de Deus para estimular os mais afortunados à prática da generosidade. A tese de que as riquezas são sinais de eleição e a pobreza é sinal de reprovação é uma caricatura da ética calvinista. Para Calvino, a propriedade, o lucro e o trabalho deviam ser utilizados para o bem comum e para o serviço ao próximo.

    Em conclusão, existe uma relação entre o calvinismo e o capitalismo, mas não necessariamente uma relação de causa e efeito. Provavelmente, mesmo sem o calvinismo teria surgido alguma forma de capitalismo. Se é verdade que a teologia e a ética reformadas se adequavam às novas realidades econômicas e as estimularam, todavia, o tipo de calvinismo que mais contribuiu para fortalecer o capitalismo foi um calvinismo secularizado, que havia perdido de vista os seus princípios básicos. Entre esses princípios está a noção de que Deus é o Senhor de toda a vida, inclusive da atividade econômica, e, portanto, esta atividade deve refletir uma ética baseada na justiça, compaixão e solidariedade social. Logo texto perfeito, só essa correção, para que não venhamos a misturas as coisas. John Piper, Mark Driscoll, Jonathan Edwards, John Bunnyan, Charles Spurgeon, R. C. Sproul e tantos outros homens de Deus, de confissão calvinista, não merecem nem de perto um rotulo parecido com o da teologia da prosperidade... #EmAmor

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  2. Este líder não está mais conosco pois ironicamente morreu no inicio do mês, vítima várias complicações de saúde, entre elas pneumonia... se trata do apostolo Afif Arão...

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