Sou uma pessoa que gosta muito de ficção científica. Na verdade, sou um nerd, mesmo. Sei toda a cronologia de Star Trek, não admito que chamem Spock de “doutor”, pois no seriado antigo o tratamento dado era “senhor Spock”, sei a diferença entre vulcanos e romulanos, sei quem são os Maqui e sei que a maior ameaça à Federação não são os borgs, e sim o Dominion. Com certeza, papo de nerd.
Ultimamente setores da ciência, em especial a física, têm esbarrado nas fronteiras da ficção científica. Um exemplo: há teses defendendo a existência de realidades alternativas, ou seja, dimensões paralelas onde há uma cópia de tudo o que há em nossa realidade, mas com diferenças sutis. Então, caso isso se comprove (ainda está no campo da hipótese), há uma realidade em que há um Rodrigo magro; em outra, um Rodrigo flamenguista; talvez um Rodrigo bom em matemática; e por aí vai.
O Reino de Deus é uma boa aplicação do conceito de “realidade alternativa”. O Reino não é deste mundo, prega valores completamente diferentes dos daqui, há metas e alvos específicos, que só servem de zombaria e escárnio de acordo com os padrões vigentes. Ora, essa história de alguém abrir mão de tudo em nome de um Deus que não vê e resolve partir para a África, a Ásia, ou mesmo o Haiti pregando a Palavra desse mesmo Deus invisível só pode ser coisa de gente lunática. Ou de gente convicta.
Mas fico cá pensando se, à parte do Reino, não vivemos também uma terceira realidade alternativa, ou seja, é uma realidade alternativa à alternativa (espero não ter sido confuso…), mas que teima em se afirmar diferente da realidade palpável do mundo. Vivemos nessa terceira realidade através de uma religiosidade cada vez mais esquisita. Uma religiosidade que prega o ódio, a intolerância, o preconceito. Que considera a ganância um dom espiritual e a soberba, uma característica ministerial. Mas que também prega a tolerância irrestrita com tudo e com todos, aceitando as mais aberrantes posições e condutas, chamando o pecado de “erro”, “falha”, mas nunca por seu nome real. Uma religiosidade que avacalha com o catolicismo, mas lhe toma emprestado o culto aos santos e a estrutura eclesial hierarquizada. Que afirma que o terremoto no Haiti é fruto de macumba, esquecendo-se de dizer que não houve terremotos na Bahia, Estado brasileiro onde as religiões afro são fortes e bem conhecidas de todos. Uma religiosidade que afirma que Deus não sabia previamente dos acontecimentos do tsunami, mas que recusa-se a ser instrumento da presença de Deus nas vidas de gente que sofre tsunamis de miséria, rejeição e injustiça em nosso país. Uma religiosidade que olha com microscópio eletrônico cada palavra, ato ou pensamento seu para ver se corresponde aos seus próprios conceitos pré-concebidos, se esquecendo de agir com a misericórdia do Crucificado. Uma religiosidade que explode, com palavras, a instituição religiosa para, no momento seguinte, se aproveitar dela.
Sim, parece enredo de ficção científica, mas é a realidade. O que me mantém em pé é saber que essa realidade vai esmaecer, até virar uma simples penumbra, quando vai eclodir a verdadeira realidade do Crucificado. Até lá, vamos continuar em nossa batalha, buscando mais pessoas para despertarem dessa realidade alternativa nefasta, oferecendo-lhes a pílula vermelha do sangue de Cristo, que nos liberta e nos abre os olhos.
Recebi por email, conferi, li e gostei.
Veio daqui.
Postado por Alan orenegado
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