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"Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim." – Jo 15.18

19 de janeiro de 2010

Um ano após desabamento, reconstrução da Renascer está embargada pela Justiça

A obra está embargada e vítimas ainda brigam por indenização

Há exatamente um ano, o teto da igreja Renascer localizada no bairro do Cambuci, região central de São Paulo, desabou durante um culto, provocou a morte de nove pessoas e deixou centenas de feridos. Hoje, a reconstrução do templo permanece interrompida por determinação da Justiça.

A reconstrução da igreja chegou a ser autorizada pela Prefeitura de São Paulo em agosto de 2009, mas quatro meses depois o Ministério Público do Estado conseguiu na Justiça a interrupção das obras alegando que a Renascer não atende algumas determinações e "traz uma série de prejuízos ambientais e urbanísticos". 

Em nota, a Promotoria aponta a quantidade de pessoas recebidas nos cultos como superior ao indicado pela própria Renascer, além de não respeitar regras que determinam que a igreja "elimine ou atenue o impacto na região, sobretudo quanto ao tráfego". 

Procurada pela Folha Online, a assessoria da Renascer afirmou que havia adquirido previamente autorização da prefeitura e que o projeto --ainda rascunhado-- permanece sem concretização final. "Recorrer dessa decisão será ação discutida no tempo apropriado, na Justiça, e após o recesso do Judiciário", acrescentou a assessoria da igreja, em nota. 

Para Ana Cláudia Cavalcante, integrante da associação de moradores do bairro, e moradora de uma vila localizada ao lado da igreja, o embargo da obra é considerado uma decisão "positiva". "O embargo foi importante. A gente tem muito medo que aconteçam novos problemas", afirmou. 

Apesar da preocupação, Ana Cláudia afirma que não teve sua casa danificada com o desmoronamento da igreja, diferentemente de cinco vizinhos, sendo que alguns deles ainda não tiveram os danos reparados. Esse é o caso de Norma Cristina Ribeiro, 53, que afirma ter reformado a casa da mãe com a ajuda dos irmãos. 

"A queda da igreja provocou danos no telhado, na edícula e no encanamento da casa da minha mãe. Precisamos ficar cerca de 30 dias fora de casa e quando retornamos tivemos que fazer nós mesmos os reparos", afirmou Norma, que vive com a mãe de 81 anos, em uma casa aos fundos do templo. 

Laudo 
Laudo do IC (Instituto de Criminalística) e do LEM (Laboratório de Estruturas e Materiais Estruturais) da Poli-USP (Escola Politécnica da Universidade de São Paulo) aponta que o desabamento da Renascer ocorreu devido a uma somatória de falhas da reforma da estrutura de suporte das telhas, principalmente pela falta de reforços metálicos em uma das tesouras (estruturas triangulares de sustentação das telhas) --a de número 14, especifica o relatório. 

De acordo com o documento, houve deficiências na avaliação estrutural, na inspeção periódica ou de conservação e manutenção. Alguns vestígios de falhas no madeiramento da extremidade da tesoura 14 --como a ausência de reforços e sintomas de deterioração-- seriam "visíveis a especialistas da área", mas, mesmo assim, a estrutura não recebeu o reforço necessário. 

Na época, o advogado da Renascer, Luiz Flávio Borges D'Urso, que também preside a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de São Paulo, afirmou que o laudo isentava a igreja da responsabilidade pelo acidente. 

Vítimas de desabamento da Renascer aguardam indenização há um ano 
Ao menos 12 vítimas do desabamento da igreja Renascer, ocorrido há exato um ano, estão com processos em andamento do Tribunal de Justiça de São Paulo para conseguir indenização após a tragédia que matou nove pessoas e deixou mais de cem pessoas feridas.

De acordo com o advogado Ademar Gomes, representante das vitimas, os processos foram a única forma encontrada pelas pessoas que tiveram ferimentos ou perderam parentes na tragédia, uma vez que nenhum acordo foi estabelecido com a igreja. "Sem conciliação, as vitimas não tiveram outro caminho", afirmou o advogado.

Entre as pessoas que aguardam indenização estão parentes de vítimas, que entraram com os pedidos separadamente. Ainda de acordo com o advogado, os valores de indenização pedidos variam de R$ 5.000 a R$ 500 mil, de acordo com o dano sofrido no desabamento da igreja. 

Procurada pela Folha Online, a assessoria da Renascer afirmou, por meio de nota, que "todos os temas relacionados ao acidente encontram-se na Justiça, o que impede que as partes teçam quaisquer comentários ou declarações, por menores que sejam". A assessoria da igreja não informou se alguma indenização já foi paga desde o acidente, ocorrido em 18 de janeiro do ano passado. 

Além das pessoas que tiveram ferimentos e perderam parentes no desabamento, outras famílias, que moram ao lado de onde ficava o tempo, na região do Cambuci, no centro de São Paulo, também reclamam que não receberam ressarcimento dos danos causados em suas residências. 

Esse é o caso de Norma Cristina Ribeiro, 53, que afirma ter reformado a casa da mãe com a ajuda dos irmãos. "A queda da igreja provocou danos no telhado, na edícula e no encanamento da casa da minha mãe. Precisamos ficar cerca de 30 dias fora de casa e quando retornamos tivemos que fazer nós mesmos os reparos", afirmou Norma, que vive com a mãe de 81 anos, em uma casa aos fundos do templo. 

Outro morador, que pediu para não ter o nome divulgado, afirmou que recebeu uma proposta para que uma construtora, contratada pela Renascer, consertasse os danos em sua casa, mas destaca que após pesquisa, desconfiou da empresa e, por isso, não autorizou a reforma.

Ao todo, oito residências vizinhas à igreja foram interditadas após o desabamento. De acordo com Ana Cláudia Cavalcante, integrante da associação de moradores do bairro e moradora de uma vila localizada ao lado do templo, ao menos cinco casas tiveram danos devido ao desabamento, enquanto as outras foram interditadas por precaução. 

Em nota, a assessoria da igreja afirmou que "todas as obras foram efetivadas onde houve consentimento." A Renascer ainda acrescenta que "infelizmente, alguns moradores preferem se opor à solução definitiva, amplamente acordada, e continuar buscando os holofotes da mídia." 

Fonte: Folha Online

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