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"Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim." – Jo 15.18

11 de março de 2013

Um (im)pastor na Presidência da Comissão dos Direitos Humanos


Estamos em maus lençóis. Entenda por “estamos” todos nós que nos dizemos cristãos e, portanto, seguidores de Jesus Cristo. Ou não está ficando muito feia a série infindável de escândalos envolvendo líderes gospel ávidos por fama, sucesso, muito dinheiro e poder terreno?
Há pouco tivemos o caso dos passaportes diplomáticos, dados “sem motivo” para algumas lideranças gospel; a “guerra santa” gospelversus homossexuais, encabeçada por um certo pastor televisivo; a publicação de fortunas de líderes gospel televisivos, feita pela Revista Forbes; a nova moda da liderança gospel bem sucedida, que é ter seu próprio jatinho particular; filho de pastor americano televisivo idolatrado pela liderança gospel tupiniquim, que saiu batendo num deficiente auditivo que tentava apenas se aproximar do pai gospel famoso em busca, talvez, de uma cura ou “unção” especial; e agora temos:
Gente, essa notícia deveria ser reverenciada por todo o mundo!!! Afinal, biblicamente falando, o que é um pastor?
  • É um líder espiritual capaz de dar sua vida para cuidar e salvar seus liderados (João 10.11);
  • É alguém capaz de trazer de volta ao bom caminho aqueles que estão perdidos (1 Pedro 2.25);
  • É uma pessoa com grande empatia, capaz de se comover com a realidade do seu próximo (Mateus 9.36);
  • É aquele que se preocupa em prover e em proteger aos que estão a sua volta (Salmo 23.1 e Isaías 40.11).
Enfim, um pastor segundo a Bíblia é alguém que tem tudo a ver com direitos humanos, talvez a pessoa mais indicada para presidí-la. Então por que houve tantos protestos pela escolha do Pr. Marco Feliciano para a Presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara?
O Pr. e Deputado Federal Marco Feliciano é mais um dos adeptos da diabólica e antropocêntrica (sim, pois serve ao diabo e ao homem) Teologia da Prosperidade, aquela que diz que Deus é obrigado a dar todo o ouro e a prata da qual é dono para aqueles que fazem os sacrifícios financeiros impostos por seus sacerdotes.
Como adepto de tal teologia, Marco Feliciano aprendeu bem as técnicas de manipulação das massas, com o fim de lhes tirar o que têm de melhor (em sua visão): seus bens materiais e financeiros. O vídeo a seguir, que está também na reportagem que citamos logo acima, mostra bem claramente isso:
Agora vamos refletir: o que o Marco Feliciano fez demonstrou pelo menos uma das virtudes de um pastor, segundo a Bíblia? Ou mostra alguém tão ávido por dinheiro que não se importa com as pessoas e suas necessidades, mas apenas que o dinheiro seja entregue?
Em 2011, vários pastores, entre os quais o Marco Feliciano, votaram contra o aumento do salário mínimo. Esses pastores não recebem por mês um salário mínimo. Esses pastores ganham muitos e muitos salários mínimos por mês, das mãos de gente rica e de gente bastante humilde, e tanto uns como os outros o fazem confiando nas promessas do “deus mordomo dono do ouro e da prata” que eles lhes pregam.
Quem não vive de salário mínimo, e não se importa com famílias inteiras que vivem apenas com ele, não aparenta se importar com as necessidades dos outros. Hoje o salário mínimo é R$ 678,00 (teve aumentos, apesar desses “evangélicos”). O que se faz com apenas R$ 678,00 em um mês, sr. Marco Feliciano?
Nós, seres humanos normais, achamos o salário mínimo menos que mínimo, pois não abrange as necessidades de uma família. Mas para Marco Feliciano o mínimo está mais do que bom, e ainda sempre sobra 10% mais ofertas que devem ser entregues nas mãos dos ungidos sacerdotes da prosperidade.
Isso é ter empatia (se colocar no lugar), se comover e ter cuidado com o próximo?
A prima-irmã da Teologia da Prosperidade é a tal da Batalha Espiritual e Cura Interior, um modismo gospel que prega que Jesus não tem poder de libertar ninguém. Para os adeptos dessa também demoníaca e antropocêntrica doutrina, a pessoa só é liberta das maldições que carrega por causa dos seus pecados e dos pecados de seus antepassados se passar por uma série de rituais e unções, além de ter que confessar e repudiar TODOS os seus pecados e TODOS os pecados dos seus antepassados. Se sobrar um pecadinho que seja, a maldição continua e os demônios continuarão atormentando o fiel. Ah, mas a pessoa não se lembra dos pecados cometidos pela tataravó que nem chegou a conhecer? Problema da pessoa, segundo tal doutrina diabólica e aprisionadora.
Crente nessa doutrina indigesta, o Pr. Marco Feliciano assumiu para si um dos pensamentos dos mórmons: que a maldição que Noé jogou sobre os descendentes de seu filho Cam recaiu sobre os africanos, ou seja, sobre os negros.
Como o Presidente da Comissão dos Direitos Humanos pode acreditar numa coisa dessas? Uma vez que ele vai trabalhar diretamente com casos de abusos de direitos também de negros como agirá, já que, em sua crença, os negros passam por dificuldades e humilhações por VONTADE DIVINA, uma vez que receberam, segundo Feliciano, a maldição dele?
Onde essa esdrúxula doutrina se enquadra no pastor segundo a Bíblia?
Poderia escrever mais, mas chega. Eis uma pessoa que não se preocupa com o próximo, com os humildes, com os pobres, tentando mesmo assim lhes tirar o possível e o impossível em troca da concretização de promessas de cura e riqueza, próprias da Teologia da Prosperidade (mas se preocupa muito consigo mesmo e seu bem-estar, a ponto de por vaidade se repaginar por inteiro e viver confortavelmente); que prefere agradar ao seu partido político e aos conchavos dos bastidores de Brasília a aprovar um aumento no salário mínimo que poderia ser vital na provisão de tantas famílias por esse país; que entende que, por suas crenças provindas de adulteradas interpretações bíblicas, algumas etnias são amaldiçoadas de nascença e por isso devem sofrer por vontade divina.
Eis a descrição que é TOTALMENTE CONTRÁRIA À DO PASTOR SEGUNDO A BÍBLIA. E é também totalmente contrária à de alguém que mereça presidir uma comissão tão importante como a dos Direitos Humanos e Minorias.
Uma pena que mais uma vez o Evangelho de Jesus Cristo está sendo jogado na lama e pisado em cima. Sim, pois mais uma vez vemos alguém que se intitula pastor se prestando a esse triste papel. Em troca de acordos políticos que visam colocar o PSC e o nome do Pr. Marco Feliciano em evidência, talvez para tentar um cargo maior mais à frente (se os evangélicos continuarem crescendo como estão, em alguns anos estarão aptos a eleger até um presidente da República), aceita-se a apoiar o governo naquilo que for necessário.
Judas vendeu a Cristo por trinta dinheiros; os judas do nosso tempo o vendem por bem menos que isso.
Mais triste ainda é que devem estar fazendo campanhas e mais campanhas contra a “perseguição” que os evangélicos (nessa hora somos nós – na hora de rachar o dinheiro, é só entre “eles” mesmos) estão passando nesse país.
Será que veremos o dia em que um PASTOR SEGUNDO A BÍBLIA mostrará ao Brasil as verdadeiras essências do Evangelho?
Para não ficar só nas críticas, temos o exemplo de alguém envolvido na política, evangélico e que ainda luta pelos direitos humanos à luz da Bíblia. É o deputado estadual paulista Carlos Bezerra Jr., autor do projeto que prevê o fechamento de empresas que exploram o trabalho escravo.
VOLTEMOS AO EVANGELHO PURO E SIMPLES
O $HOW TEM QUE PARAR!
No dia seguinte à publicação deste artigo tivemos outras manchetes:
É triste ver um pastor, alguém que se diz pregador e seguidor de Jesus Cristo, envolvido numa acusação de estelionato (por ter marcado dois eventos no mesmo dia, recebido dos dois e participado apenas de um – culpa da tal da física que diz que um corpo não pode estar em dois lugares ao mesmo tempo). E é triste ver que esse mesmo pastor consegue mobilizar tanta gente contra ele, não por pregar a Cristo, mas justamente por agir contrário aos Seus ensinamentos.
E mais:
Leiam a reportagem na íntegra. Mas abaixo o último parágrafo, que talvez explique tudo:
“Curiosamente, o pastor Everaldo [presidente do PSC] informa que os Direitos Humanos choveram na horta do PSC por acaso. ‘Essa comissão veio parar nas nossas mãos porque não cumpriram acordo conosco. Era para continuarmos na presidência da Comissão de Fiscalização e Controle, como foi em 2011 e 2012. Não cumpriram e, no final, sobrou Direitos Humanos ou Comissão de Participação Legislativa. Escolhemos a primeira.” Se o Congresso fosse feito de vidro, talvez houvesse mais cuidado.’”
Fica claro que a escolha não se deveu a atributos e competências do Marco Feliciano sobre o assunto de direitos humanos, e sim por puro e deslavado conchavo político?
E ainda se dizem cristãos… mas não seguem o exemplo de integridade e amor de Jesus Cristo.
Fonte: ESTRANGEIRA

1 comentários:

  1. Muito corajoso e honesta sua postura. Admirável! Não sou Evangélica, por não me identificar muito com a crença. Acredito que Deus está acima de tudo da nossa postura. De quê adianta adorarmos a Ele. Se ao sairmos da igreja, ou até mesmo na igreja não agimos condisentes ao que Ele nos ensinou? Muto triste a postura desse homem que se diz pastor. E mais triste ainda ele expor uma religião, que acredito ter pessoas muito honestas.

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