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"Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim." – Jo 15.18

7 de setembro de 2009

Como crianças



 

Cercados por leões ferozes, assaltados pelo medo, encurralados em vales profundos, sentimentos metafóricos, porém muito reais no coração de homens e mulheres contemporâneos no século XXI. Que segurança temos na vida? Qual nossa garantia no amanhã? O que nos espera depois da curva? São perguntas sem respostas. Vivemos nossos dias com um enorme esforço para conseguir chegar ao fim deles vivos. Fugir dos medos e preocupações que nos cercam a todo tempo, consomem nosso entusiasmo, minam nosso ânimo e nos fazem produto do meio: seres estressados, impacientes, pesados, intensamente solitários no meio da multidão.
Dizem que o mal de nosso tempo é a depressão. Em alguma intensidade, qualquer adulto tem; também não é para menos, os dias são maus. A fé tem sido banalizada em nosso tempo, muito tem se falado sobre conquistar, transpor, alcançar o inimaginado pela realidade própria de cada um, e o que temos visto são muitos vasos vazios engrossando as fileiras dos denominados cristãos.
A verdadeira fé vai muito além do alcançar o inusitado aos olhos humanos, possuir os objetos do desejo humano que surfa livre, leve, solto em nossa alma carente. A verdadeira fé é tornar-se um com Cristo e poucos são os que têm alcançado isso em nosso tempo.
Certa vez Jesus disse: "aquele que não se converter e não se tornar como criança de maneira alguma herdará o reino dos céus." (Mateus 18.1-5.) A sabedoria completa está em Cristo, quando ele fala para nos tornarmos crianças ele não está nos orientando a deixar nossas responsabilidades. Ele está dizendo que vê na criança o melhor do ser humano; que ela tem muitas características que não deveríamos perder, mas que perdemos com o tempo. Em boa parte do capítulo 18, Jesus está nos advertindo para que não deixemos que as crianças percam tais características, pois esta perda vai afastá-las do Pai. Primeiro, a criança tem um deslumbramento em relação à criação, a Deus, a certeza de que o universo é muito mais do que aquilo que os nossos olhos poder perceber. Segundo, Jesus sugere que as crianças têm uma interação com o mundo espiritual, que como adultos, não percebemos mais. Perdemos essa sensibilidade para com Deus. Terceiro, a criança tem a consciência de necessidade do outro, aquela sensação de que a solidão não é boa. Em qualquer situação de abandono ela chora, pois sabe que não pode ficar sozinha, que ninguém nasceu para ficar sozinho. As peculiaridades do coração de criança são encantadoras e são essas peculiaridades que fazem da criança um ser puro. Que sente medo, mas não duvida de seu protetor, é dependente não por muito falar, mas por ter certeza de que seu provedor na hora certa, sem falhar, vai trazer a provisão que ela necessita, seja alimento, veste, moradia, aconchego e tudo mais o que ela possa precisar.
Nós crescemos e esquecemos que Deus é esse pai. Como qualquer pai normal, ama seu filho com seu melhor e vai fazer tudo o que puder para a felicidade dele. Porém Deus pode todas as coisas, e nenhum bem negará àqueles que o amam e confiam nele completamente. Nosso grande problema é "confiar", gostamos de nossa independência e queremos a atuação de Deus apenas para o que não conseguimos fazer sozinhos, no fundo no fundo até preferíamos não depender de milagres.
Por sermos "adultos" fizemos de nossa sociedade uma bomba relógio prestes a explodir, e nos sentimos amedrontados e cercados por feras ferozes todo tempo. Mas existe salvação para aqueles que quiserem se tornar como criança. Serão amparados pelo Rei dos reis, de fato salvos pelo Salvador Jesus Cristo, serão os cidadãos que vão habitar os Céu dos céus, conhecerão a Jerusalém celestial.
::Por Pr. Romney Cruz

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