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"Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim." – Jo 15.18

2 de maio de 2017

Filho de José Wellington chama pastores de “canalhas” e juízes de “corruptos”

Durante a 43ª AGO, Assembleia Geral Ordinária da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil (CGADB), a questão envolvendo o imbróglio judicial que cancelou o resultado das eleições para presidente veio à tona de maneira inesperada.
No último dia 9, foi anunciada a vitória do pastor José Wellington Júnior, filho do atual presidente José Wellington Bezerra da Costa. Contudo, a mesa diretora da convenção havia desobedecido decisões judiciárias que nomeavam um interventor para comandar o processo eleitoral.

O deputado federal Paulo Freire (PR/SP), que também é pastor da AD e filho do presidente José Wellington, usou a palavra para atacar quem contaria os interesses de sua família.Enquanto uma nova eleição não é marcada, os ânimos continuam acirrados entre as lideranças da Assembleia de Deus.
Misturando o papel de parlamentar com o de líder religioso, decidiu rotular os juízes de “corruptos”, dizendo que eles “vendem liminares”.
Dentro do contexto, fica claro que ele se referia ao fato de juízes terem concedido liminares contra a atual mesa diretora da CGADB, que impediram que seu irmão José Wellington Júnior tomasse posse como novo presidente.
Afirmando representar um grupo de pastores que está “enojado” com o processo. Além de elogiar o pai – que para ele é uma pessoa “ilibada” – em seu discurso enalteceu seu trabalho como presidente.
Também atacou os pastores adversários, vociferando: “Essas pessoas não têm sentimento, por que crente eles não são… Não têm temor de Deus, expondo a nossa igreja à imprensa”. Sem citar nomes nem apresentar provas, classificou os pastores que se opõem a seu pai de “canalhas”.
Sua fala gerou grande repercussão, em especial por mostrar que o deputado tenta usar sua condição de político para constranger os demais pastores.
Nota de repúdio
O doutor Iaci Pelaes, promotor de Justiça do Ministério Público Estadual do Amapá, emitiu uma nota, repudiando as acusações de Paulo Freire.
“O orador que aparece no vídeo usa de um dos mais banais recursos de retórica banal, que é o desqualificar o oponente, sem qualquer demonstração do se afirma.
Ao que colheu, o orador, deputado federal e filho do atual presidente da CGADB, não demonstra, à luz de provas, como chegou a essa conclusão de que determinados pastores seriam “canalhas”.
Segundo a etimologia esse termo significa pessoa vil, reles, do mais baixo nível, abjeta, desprezível, indigna, patife, sem-vergonha, tratante, sórdida, chulo, dentre outros qualificativos negativos.
Ora, essa espécie de expediente é absolutamente inaceitável num auditório qualificado de uma Convenção de pastores.
No tribunal do júri de Macapá, onde atuo semanalmente essa espécie de recurso de retórica já foi abolida faz tempo.
Aliás o próprio CPP não mais admite.
E não me venha com alegação de que parlamentar tem imunidade na palavra.
A uma que o deputado não está na tribuna da Câmara. A duas que o próprio STF já direciona no sentido de que não há direito absoluto.
Assim, a ninguém é dado abusar do exercício de um direito para, dessa forma, ofender a outrem.
Dr Iaci Pelaes – Promotor de Justiça do MPE/AP
Nota de apoio
Uma nota, em nome do “Núcleo de apoio à chapa CGADB mais perto de você”, tem circulado dando apoio ao pastor Paulo Freire.
“A QUEM INTERESSAR POSSA
Caros companheiros,
Em primeiro lugar é bom frisar que esta equipe não apoia nem endossa a injúria. Por isto temos sempre primado em nossas notas pelo comedimento e educação.
Mas algumas ponderações devem ser feitas acerca do episódio envolvendo o discurso do Deputado Paulo Freire na sessão de ontem na AGO.
Em primeiro lugar é preciso destacar que quem estava falando não era o Deputado Paulo Freire, mas o filho, Paulo Freire.
Filho este que tem assistido, até então em silêncio, o nome, a história e a dignidade de seu velho pai serem enxovalhados e pisoteados por uma minoria (parece que são 30% ou menos) que em termos ministeriais, e comparados ao veterano pastor Wellington, sequer saíram das fraldas.
Este homem viu seu pai por 30 longos anos labutando com sacrifício pessoal gigantesco, dele e da família, para construir uma história sólida e honrada na CGADB, além das décadas de trabalho em outras frentes na obra do Senhor. Para agora lidar com meninos que não tem o bom senso sequer de respeitá-lo como homem, pela história construída. Que confundem oposição de ideias com guerra pessoal.
Bandido, corrupto, ladrão, são os termos empregados por esta gente. Sinceramente, canalha parece pouco como resposta.
Você tem pai? Imagino que tenha, vivo ou in memoriam. Como você ouviria o uso destes termos, anos a fio, para se referirem ao seu velho herói?
Reflita um pouco e responda para si!
O que ele fez, qualquer um com “sangue nas veias” poderia ter feito. E agora fariseus hipócritas postam de bons moços, cheios de domínio próprio, para condená-lo? Imagino estarem sem pecado, por tomarem tão avidamente as pedras!
Atenção senhores: aquele que pensa estar de pé, cuidado para que não caia!
De resto, não nos sentimos ofendidos pela expressão usada, e por isto nada temos de que nos defender.
Não somos canalhas porque não expusemos nacionalmente o nome de nossa Convenção e nossos pastores;
Não somos canalhas porque não transformamos em pecha o título de “pastor”;
Não somos canalhas porque nunca comparecemos à AGO/E com o único intuito de causar confusão e arruaça;
Não somos canalhas porque não temos a ousadia e desfaçatez de olhar nos olhos do meu pastor e chamá-lo de bandido.
Interessante é que tem muita gente aí se defendendo e dizendo que não é canalha. Ora, se não se enquadra no conceito de canalha está se defendendo porque? Considere ainda que o termo usado se aplica aos que agiram com injúrias, xingamentos e com falta de decoro e ética. Se você não faz parte deste rol, não há razão para indignação.
NÚCLEO DE APOIO À CHAPA CGADB MAIS PERTO DE VOCÊ”
(Gospel Prime)

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