"quero um abraço." Quando o coração está dilacerado pela injustiça, quando a alma está cheia de curativos para disfarçar as lesões afetivas, gostaríamos que alguém nos confortasse. Quando dispomos de amores por perto, é natural que os busquemos e peçamos: abrace-me. Escute-me. Dê-me um pouco de carinho. Um chá de ternura. Contudo, quando somos nós que sempre devemos confortar os outros, mais frágeis que nós mesmos, ou quando vivemos sós, não temos a quem pedir tal recurso salutar. Então, quando estivermos ansiosos por um abraço consolador nos nossos momentos de cansaço, de angústia e de confusão, pensemos em quem é o responsável maior por nós. Quando não tivermos um amigo a quem telefonar para conversar, conversemos com nosso pai. Sirvamo-nos dos recursos extraordinários da oração e digamos tudo o que ele, como onisciente, já sabe, mas que nós desejamos contar para desabafar, aliviar a tensão interna. Falemos das nossas incertezas e dos nossos dissabores, sobre as nossas decepções e nossos desacertos e nos permitamos sentir o envolvimento do seu abraço de pai amoroso e bom. Não importa como o chamemos: pai, Deus, Criador, Divindade. O importante é que abramos a nossa intimidade e nos permitamos ser acarinhados por Ele. Ele sempre está pronto para abraçar Seus filhos sem impor condições. E se descobrirmos que faz muito tempo que não sentimos esse abraço divino, tenhamos a certeza de que faz muito tempo que não o pedimos. ............... Victor Hugo, poeta e romancista francês escreveu um dia: “tenha coragem para lidar com as grandes tristezas da vida. E paciência para lidar com as pequenas. E, depois de ter cumprido laboriosamente sua tarefa diária, vá dormir em paz”. Deus continua acordado. Pensemos nisso. Deus está sempre acordado, e velando por nós. |
5 de outubro de 2009
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