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"Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim." – Jo 15.18

2 de outubro de 2009

Demônio que nada, pura frescura. Como assim ?


Concordo com meu coordenador do curso de História em dizer – “ Não se ora nem jejua mais antes de escolher um lider, para muitos basta ele ter cabelo espetado e pinta de playboy”.
Nesse ultimo Domingo, um jovem me procurou e disse que não quer mais saber de igreja nenhuma.    “Mas porque ?” – perguntei a ele.


E ele respondeu – “toda vez que vou a uma igreja eu caio endemoniado. Uma vez o demonio está na cabeça me querendo deixar doido, no outro dia eu caio denovo, mas ai o demonio saiu da cabeça e foi para o pescoço, depois ele está na cabeça denovo, depois no estomago, figado, coluna, olho, mão, já chega, esse demonio está em todo lugar”.
Meu amigo, você não tem demonio coisa nenhuma.
“como assim não tenho demonio ?”
Jesus nos deixou o poder de expulsar demonios e curar enfermos certo ? Agora se eu tenho esse poder, eu posso fazer isso, concorda ?


Responda-me então ! É mais facil ficar expulsando demonio, entrevistando demonio tipo: “olha ai, seu demonio o que você quer com a vida dele, qual é seu nome, chupa-cabra, E.T. de varginha, sai em nome de “jesus”?”.      
É mais facil ficar com essas babaquisses ou visitar a pessoa e saber por que os demonios atuam na vida dela ? Entendeu ?


Ou seja, é muito mais facil ficar humilhando as pessoas e querer passar a impressão de santo homem de “deus”, do que tirar cinco minutos do meu dia e fazer uma visita para essa pessoa e tentar ajuda-la. É muito mais facil pressionar as pessoas em dizimar do que perguntar se estão precisando de roupa ou uma cesta de alimentos. Há tá, é que se elas estiverem precisando ou passando necessidade a igreja não vai querer ajudar né, vai mandar a pessoa orar e colaborar com mais e mais dinheiro.


Resumindo: Você não tem demonio de nada querido, você é apenas o centro das atenções, você é usado para encher a igreja, atrair o público, todo mundo vai só para ver você se estribuchar no chão, entende ?  
Infelizmente o mundo gospel, (neopentecostal ou evangélico) vem se tornando conhecido pelo seu nanismo cultural, superficialismo ético, pragmatismo burguês e cinismo teológico.

Embora esse novo movimento continue embriagado com seus discursos triunfalistas, dá um tiro no próprio pé quando insiste em ter primazia sobre a Verdade e ser, ao mesmo tempo, motivo de chacota nacional. 



Infelizmente, convive com uma religiosidade sem compromisso com o passado, sem tradição, sem hereditariedade (sempre existem maldições em algum ancestral) e sem futuro. Os evangélicos não se enfastiam das novidades efêmeras, provisórias, e não se assustam com sua descontinuidade histórica.

Os neopentecostais desenvolveram uma espiritualidade “templista”, sem vínculos comunitários. Sacralizam-se os prédios, valorizam-se os mega ajuntamentos, mas não se promovem relacionamentos. As pessoas se sentem sozinhas e autônomas no meio de uma multidão. Vão à igreja como quem vai a qualquer lugar público, sem sentimento de pertencimento.

Para azeitar financeiramente sua máquina religiosa, o neopentecostalismo convive bem com misticismos e sabe dar explicações mágicas para a cruel realidade que o rodeia. Sua fé não precisa de racionalidade nem dialoga com as ciências sociais.



O movimento evangélico tornou-se refém do marketing e anseia dominar o mundo midiático. O autêntico testemunho evangélico se perdeu pela importância que o cenário televisivo ganhou como veículo de propagação da mensagem. Hoje o anúncio da fé fica em segundo plano, diante da força da imagem - que transforma tudo em simulacro.


Resultado: os neopentecostais se firmaram como um supermercado de serviços (e produtos) religiosos, e o fiel, percebido como um consumidor (anualmente acontece a Feira do Consumidor Cristão, jocosamente apelidade de "Expo-Babilônia").


Com um discurso competente e bem afinado com os desejos das massas, o neopentecostalismo tornou-se quase hegemônico, conseguindo esvaziar igrejas históricas e pressionar os antigos pentecostais a também adotarem seus métodos, que funcionam e enchem auditórios.
Vaidosos de sua fidelidade apostólica e gabolas de sua eleição como a “chuva serôdia”, os evangélicos já revelam seu triste fim: ser sal que não serve para salgar. Lamentavelmente!

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