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"Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim." – Jo 15.18

14 de outubro de 2011

Rodolfo, ex-Raimundos, morreu aos 27 anos..


por Filipe Albuquerque

Há uma década, Rodolfo Abrantes trocou o papel de líder de uma das maiores bandas de rock do Brasil pelo Evangelho. Hoje, decreta sem olhar para trás: "O vocalista dos Raimundos morreu aos 27 anos"  

Leia abaixo um trecho da matéria publicada na edição 61 da Rolling Stone Brasil, outubro/2011

No último mês de maio, em um pequeno palco sob uma tenda em uma rua residencial da cidade de Araucária, Paraná, Rodolfo Abrantes era o convidado especial do aniversário da Igreja Bola de Neve local. Enquanto o Raimundos, sua ex-banda, se apresentavam para cerca de 45 mil pessoas a 30 quilômetros dali, em Curitiba, Rodolfo se postava diante de aproximadamente 200 pessoas, em uma estrutura semelhante à de uma festa junina, com lona colorida e espetinhos de carne à venda para o público. Rodolfo tocou até quando a chuva permitiu - depois, a água acabou desligando os equipamentos. Antes disso, botou para pular algumas dezenas de adolescentes sem medo da chuva, com "Minha Maior Riqueza", do álbum Santidade ao Senhor (2006), e "Saudade de Casa", de Enquanto É Dia (2007).

"O Rodolfo dos Raimundos morreu aos 27 anos", decreta ele próprio, quando o encontro pela terceira vez em um mês, agora em São Paulo, sete dias após a morte de Amy Winehouse. Relembrando como o vi na outra ocasião, se apresentando em um palco simples no interior paranaense, aquela sentença faz todo sentido. Embora as roupas deste até coubessem naquele dos anos 90 - jaqueta preta de náilon, blusa de flanela xadrez, calça jeans e botas -, ali, sob frio e chuva, cantando sobre o que Deus fez em sua vida, fica evidente que o Rodolfo do Raimundos não existe mais. Então, quem é esse homem com físico de atleta, tatuagem forrando os braços e subindo pelo pescoço, guitarra pendurada quase na altura dos joelhos, que canta versos como "Só Jesus faz meu dia melhor/ Tu és o motivo de me sentir cada vez mais vivo/ Te chamo de pai, tu és tudo o que eu preciso/ Rei eterno e meu Deus vivo"?

Rodolfo Abrantes é hoje um missionário. Aos 39 anos, é membro da Igreja Bola de Neve em Balneário Camboriú (SC), onde mora. Cita trechos da Bíblia com a facilidade de um teólogo veterano. Passa os finais de semana na estrada, acompanhado por sua banda atual e, na maioria das vezes, pela esposa, Alexandra, com quem está casado há dez anos. Desde então, tem o rock como um veículo para falar de Jesus. Durante a semana, pega onda e, sempre que precisa, realiza voluntariamente os cultos das quartas-feiras na igreja local. Para sua fase "zen-cristã-surfista", a cidade do litoral catarinense é o cenário ideal. Seu sustento vem das vendas de CDs, cachês das apresentações e contribuições voluntárias das igrejas onde toca.

Encontro Rodolfo pela segunda vez em um sábado, 2 de julho, descarregando os próprios equipamentos em uma entrada lateral da Bola de Neve, em Curitiba. Ao seu lado, estão o baixista Victor Pradella, de longos dreadlocks, o baterista Anderson Kuehne "Xexéu" ("meus melhores amigos", ele diria mais tarde) e um cinegrafista que registrou três dias na vida do ex-Raimundos para um programa de TV. Rodolfo e a banda são os convidados do aniversário de cinco anos do motoclube da igreja, com foco em ação social e na evangelização de seus pares.

Enquanto a igreja enche lá fora, Rodolfo relaxa jogando videogame no backstage. Victor, Xexéu e um amigo de Rodolfo, vindo de Camboriú, se revezam em partidas de Pro Evolution Soccer. Quando Rodolfo assume o joystick, os amigos se preparam para rir. Xexéu alerta: "Ele costuma ficar nervoso quando joga". Com a seleção brasileira da Copa do Mundo de 2006, o vocalista enfrenta a Argentina. "O Gilberto Silva é uma velha", solta, enquanto vê o meio-campo argentino botar na roda o brasileiro. A Argentina faz 1 a 0 e Victor e Xexéu gargalham. Mesmo com a derrota, a tensão se vai assim que o jogo acaba - depois do show, Rodolfo retoma o game e, enfim, vence os rivais. Antes de subirem ao palco, os três se juntam para uma última oração.

No show, Rodolfo intercala as músicas com mensagens rápidas à audiência: "Que a altura da nossa alegria seja proporcional à autenticidade da nossa adoração". Ao sentir o clima favorável, após um tempo cantando o verso "Deus, vem derramar tua vida em mim", ele olha para Victor e diz, duas vezes: "É agora". Ali, se desfaz da guitarra e inicia a pregação, na qual repassa a sua história e aponta para os céus.

Nascido em 20 de setembro de 1972, no Distrito Federal, Rodolfo Gonçalves Leite de Abrantes cresceu em uma cidade cuja identidade ainda estava em formação. Filho de médicos paraibanos que migraram para a capital do país a fim de concluírem os estudos, ele estava fora do padrão: não tinha pais políticos ou diplomatas. O orgulho de ser brasiliense veio com a geração roqueira local, que ele viu nascer a algumas quadras da sua casa (em frente à do amigo guitarrista Digão), em um bar chamado Gilbertinho. Dali até o Raimundos, foi um pulo.

"Tudo o que sabiam de mim era 'Rodolfo dos Raimundos'. E aquela coisa louca... parecia que eu era aquilo. Só que eu não era aquilo, eu tinha me tornado aquilo", ele diz. "Fiquei muito diferente do que eu estava, não do que eu era. Porque aquele dos Raimundos não era o que eu era, mas o que eu estava." Sentado no confortável sofá do backstage, ele se esforça para se explicar. "Deus foi me transformando; ele transforma a gente de dentro para fora. Então, hoje sou diferente do que eu estava, mas não estou diferente do que eu era." A saída de Rodolfo do posto de frontman do Raimundos se deu uns cinco meses após sua entrada para a igreja, em 2001. E a tempestade de críticas deixou-o de guarda armada em um primeiro momento. "[À época] eu não dava entrevista, eu fazia a minha defesa. Eu estava num tribunal sendo acusado de ter traído o rock", ele lembra, emendando uma pergunta com uma resposta. "Meu, eu não posso fazer o que eu quiser da minha vida? Não, pelo jeito não."

Rolling Stone

4 comentários:

  1. uma das coisas que mais está me deixando indignada e revoltada, é porque aqui em são paulo, existe uma rua chamada conde de sarzedas que só vende produtos evangélicos originais e as vezes o produto e 100% mais barato que em outros bairros, eu sou frequentante assídua desta rua, compro todas minhas Bíblias de estudos e cds lá, e o que mais me chama atenção são os dvds da ex-missionária lana hoder, vendendo seus dvds antigos, e muitas pessoas que não tem acesso a informações ou a internet, compram aos montes, como nesta rua se vende atacado e varejo tem pessoa que compra vários dvds, e é original já pensou quanto esta mulher fatura em cima de um produto que tem uma mensagem que ela não prega mais? eu ja´disse para irmão que o meu ministério é diferente gosto mais de deixar mensagens de evangelismo, faço pesquisa antes na Biblia antes de postar alguma coisa em meu blóg, Deus chamou o irmão para protestar, gostaria que o irmão pesquizasse se estas lójas na rua conde de sargedas são dela mesma, se for ela deveria estar na cadeia porque o dvd com o testemunho de transformação de lésbica para casada e com filho é o mais procurado, eu fico em cima do muro sem saber o que fazer, tenho vontade de chegar na pessoa e dizer a atual realidade em que ela está vivendo, mais fico pensando e se esta pessoa for nova convertida e se desviar do evangelho? aqui em meu bairro uma família que vende produtos evangélicos, comprou o dvd com o antigo testemunho dela, aí foi demais pra mim, contei para eles o que está acontecendo atualmente, e falei para não comprarem mais, só é um desabafo, se o irmão quiser pesquisar e divulgar em seu nome ficarei feliz, pois lá é o centro de distribuição nacional de produtos evangelicos, as pessoas compram de monte no atacado para levar para o interior do brasil, se a loja for dela já pensou oquanto ela est´´a ganhando?pois os lojistas só visam o lucro não vão contar pra quem quer comprar que ela já não vive mais o que prega...

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  2. Mais uma vitima da maldição do "Clube dos 27" uhahushuasuhsahus, muito bom!!!!

    e só comentano o comentário anterior... "...e as vezes o produto e 100% mais barato que em outros bairros..." It's Free!!! me diz ondé, que de graça eu quero mesmo!!!

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