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"Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim." – Jo 15.18

25 de junho de 2012

Servo dos servos de Deus

Esse ao nosso lado esquerdo é o Papa Gregório Magno, ou Gregório I, pontífice de Roma entre 590 até 604 d.C. Não foi, obviamente, um homem "sem nenhuma falha" (mas quem de nós o é?), e, ao contrário do que a grande maioria dos papas que se seguiram a ele pensaram de si mesmos, reconhecia que não era nada mais do que um servo de Deus. Ou melhor, Servus Servorum Dei (servo dos servos de Deus), em contraste com outras lideranças da sua época, como o patriarca de Constantinopla João IV. Esse título, ironicamente, de servo dos servos de Deus, permanece sendo um dos títulos dos papas, muito embora a maior parte dos que vieram após Gregório I em NADA seguiram o que esse título diz, tornando-se pseudos-senhores da igreja. Inocêncio III (1198-1216) fez totalmente o contrário do que esse título atestava: foi um dos primeiros a se declarar Vigário de Cristo (Vicarius Christi, expressão que denomina "escolhido por Cristo como cabeça) e Soberano Supremo da Igreja e do Mundo. Bonifácio VIII (1294-1303) na sua bula Unam Sanctam de 1302 dizia com todas as letras "Por isso, declaramos, dizemos, definimos e pronunciamos que é absolutamente necessário à salvação de toda criatura humana estar sujeita ao romano pontífice". Pio IX (1846-1878) se declarou mais que tudo o INFALÍVEL, ao criar a farsa do ex cathedra e em 1870 passou a ser considerado pelos cristãos católicos como perfeito. De Pio IX pra cá todos os papas agora não podem mais errar... pfff...


Onde quero chegar com todo esse texto expondo os erros do papado em contraste com a vida de um dos poucos papas que de fato buscaram viver de maneira íntegra e humilde? É que esse problema se tornou recorrente a vários líderes e cristãos em geral. Não se pode dar um pezinho de honra a nós outros que logo vem a "Síndrome de Lúcifer", como diria Caio Fábio em um de seus livros mais famosos. Deixamos de ver a honra de uma posição como uma maneira de ser um servo dos servos de Deus e queremos tornar os servos de Deus como nós em nossos servos. Ou pior, em nossos escravos. Nossos decretais se tornam infalíveis, quem nos questionar recebe "a maldição de Benny Hinn" e todo mundo que tenha um pingo de juízo (ou melhor, falta de juízo total) tem que seguir o que ele diz sem o menor questionamento se deseja ter uma vida vitoriosa. São homens que decidiram entrar em falhas enormes e nem sequer param pra ouvir quem os aconselha a mudar, ou que simplesmente querem devorar tudo o que puderem daqueles que foram postos em suas mãos para cuidar, muito similar aos pastores citados em Ezequiel 34, cujo o fim de ambos será o mesmo.


Ao avaliarmos o ministério de um dos maiores apóstolos, Paulo, ele sempre se colocou no extremo oposto desse elogio que acabei de fazer para ele. Paulo se considerava escravo de Cristo, o menor dentre os apóstolos, e que tudo que ele fazia não era pra sua própria glória nem reconhecimento e sim para a glória de Deus. Chegou a ponto de rejeitar tudo o que tinha de valor ou de conhecimento, considerando como fezes (é isso mesmo) por amor de Cristo, se esvaziando a si mesmo (Filipenses 3.7-8). Que ao sermos escolhidos por Deus pelo motivo que for para uma obra, seja ela grande ou pequena, que o façamos sem reclamar e com humildade para reconhecermos que a honra e a glória pertencem exclusivamente ao Senhor.

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