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"Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim." – Jo 15.18

15 de dezembro de 2016

1.300 brasileiras abortam por dia e 4 de cada 5 delas se dizem cristãs


A reveladora estatística foi publicada no HuffPost Brasil:

1 em cada 5 mulheres até 40 anos já fez aborto no Brasil. Católicas e evangélicas são maioria

Andréa Martinelli 

Olhe para o lado.

Entre as cinco mulheres próximas a você, pelo menos uma delas já pode ter feito aborto em segredo.

A conclusão é da Pesquisa Nacional de Aborto 2016 (PNA), realizada pela Anis - Instituto de Bioética e pela Universidade de Brasília (UnB) e divulgada na revista Ciência e Saúde Coletiva, que entrevistou 2.002 mulheres entre 18 e 39 anos. Uma em cada cinco delas já fez, pelo menos, um aborto na vida.

A pesquisa traz ainda um número alarmante, com base em um cruzamento de dados do IBGE: 503 mil de mulheres entre 18 e 39 anos fez aborto só no ano passado no Brasil. Destas, 417 mil vivem em áreas urbanas.

Ou seja, 1.300 mulheres por dia - quase uma por minuto - arriscaram a vida e a segurança para interromper, ilegalmente, uma gravidez em 2015.

"Vivemos em uma década em que houve uma maior criminalização do aborto, somadas à redução dos números de aborto legal, casos de mulheres mortas em decorrência de um aborto inseguro, mulheres denunciadas à polícia por procurar o sistema de saúde”, afirma Debora Diniz, antropóloga e coordenadora da pesquisa.

Elas são tias, primas, irmãs...

A mulher que aborta é a mulher comum: pode ser sua mãe, filha, irmã, tia, prima ou vizinha. Ela é uma mulher com filho, com ou sem religião, casada ou não, de todos os níveis educacionais, de todas as classes sociais.

Segundo a pesquisa, 67% delas têm filhos e 88% declaram ter religião - 56% são católicas, 25% são evangélicas ou protestantes e 7% professam outras religiões. Isso significa que 2,6 milhões de mulheres católicas já fizeram aborto ao longo da vida no Brasil.

A PNA 2016 também revelou que o aborto é um procedimento que faz parte da vida reprodutiva de mulheres de todas as classes sociais e níveis educacionais, mas as mulheres negras e indígenas, com menor escolaridade, e que vivem no Norte, Nordeste e Centro-Oeste apresentaram taxas de aborto mais altas.

“A eficácia dos métodos mais convencionais, da pílula, por exemplo, considera só a pesquisa médica. No cotidiano dessa mulher, acontece de forma diferente: o método falha. Quanto mais vulnerável foi a vida de uma mulher, menos eficaz é o método de contracepção. A vida concreta não é o índice de um laboratório”, explica Debora.

O principal método utilizado para a interrupção da gravidez foi o uso de medicamentos. Mais da metade delas usou remédios para abortar, cerca de 52%. Outros 44% das mulheres foram a clínicas clandestinas ou utilizaram outros métodos. Houve uma queda no número de mulheres que precisou ficar internada para finalizar o aborto: em 2010, eram 55%; em 2016, 48%.

“Cada vez menos elas procuram as clínicas clandestinas e os serviços de saúde para finalizar o aborto. Nós não conseguimos descobrir por que, uma hipótese é que o uso de medicamentos está sendo suficiente para concluir o aborto em casa e outra, por medo de procurar ajuda a um médico e acabar sendo presa”.

Aborto em pauta

Na semana passada, uma decisão da 1ª Turma do STF não viu crime na prática de aborto realizada durante o primeiro trimestre de gestação - independentemente do motivo que leve a mulher a interromper a gravidez. Dos cinco ministros No caso, três dos cinco ministros votaram pela descriminalização.

Apesar de a decisão valer apenas para um caso, o entendimento abre jurisprudência e pode embasar decisões feitas por juízes de outras instâncias em todo o país e foi vista por analistas como uma tendência dos ministros em relação ao caso do vírus da zika, que irá a plenário e será julgado pelos 11 ministros do Supremo.

Segundo Debora, a dificuldade de debater sobre o tema de forma clara e propositiva no Brasil não é nova:

"A discussão sobre aborto nessa única década foi essa, a da descriminalização. Não é nenhuma novidade essa conversa do [Rodrigo] Maia. Quando discutem aborto, elas vão de encontro a uma questão moral, não no cerne da questão. E vivemos em uma multidão de homens tomando decisões pelas mulheres”. Para a pesquisadora, o aborto é uma questão urgente de direitos humanos no Brasil, em particular de saúde pública.

“A prevenção do aborto é pela descriminalização. Quando a mulher opta pelo aborto, ela vai para um sistema seguro, ela conversa, ela conta sua história e o Estado começa a conhecer aquela mulher, saber porque ela engravidou, se ela sofre violência, etc., e consegue criar métodos para prevenir que isso se repita. Por isso que todos os países que legalizaram diminuíram as taxas de aborto”.

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