Quatro cristãos foram considerados culpados de “feitiçaria” por um tribunal do Nepal. Cada um deles deverá passar cinco anos na prisão. A acusação veio após eles orarem publicamente por uma mulher que tinha comportamento típico de uma grave doença mental.
De acordo com o Gospel Herald, Seti Pariyar foi enviada por um membro de sua família a uma igreja local e instruída para que pedisse oração por cura. De acordo com testemunhas, ela entrou na igreja, mas saiu antes do final do culto. Momentos depois, foi encontrada gritando e se autoflagelando em uma floresta nas proximidades.
A história acabou sendo divulgada pela imprensa e um homem chamado Bhisma Pariyar prestou queixa contra os líderes da igreja, acusando-os de forçar a conversão da mulher, o que é proibido no país. Cinco cristãos foram presos pela polícia e interrogados sobre sua tentativa de converter Seti.
Chamados pela corte distrital, a mulher e o esposo testemunharam que os cinco acusados não agiram com violência contra ela. Na verdade, conta, as orações dos cristãos a tinham curado completamente de sua doença naquela noite.
Por causa disso, os cinco cristãos passaram também a ser acusados de bruxaria, uma grave acusação no país. Apesar de alegarem inocência, acabaram condenados a 5 anos de prisão.
Crescimento recorde do cristianismo
Com uma população beirando os 28 milhões de habitantes, o Nepal experimenta um crescimento recorde no número de cristãos. No censo de 1951, a contagem oficial era zero. Uma década depois, apenas 458. No início do século 21, contabilizava 102 mil cristãos. Na última contagem oficial, em 2011, eram 375 mil seguidores de Jesus.
Segundo um relatório do Instituto Internacional de Liberdade Religiosa, os líderes cristãos nepaleses acreditam que, por causa das leis anticonversão, o governo está escondendo os fatos. O número atual de crentes é estimado em mais de 2 milhões. Mas o Hinduísmo continua sendo a religião principal.
Em 2007, o antigo reino do Nepal tornou-se um Estado laico. Desde então, grupos nacionalistas lutam pelo restabelecimento da “religião oficial”. Em setembro de 2016, um movimento extremista advertiu que todos os missionários cristãos estrangeiros deveriam deixar o país, acusando-os de “corromper” a nação.
Dyann Romeijn, da missão Vision Beyond Borders, afirma que grande parte da perseguição contra os cristãos mistura questões históricas e sociais. “Eles estão tentando silenciar a voz dos cristãos. [Se] as pessoas não a ouvirem, não terão a oportunidade de conhecer a verdade”, sublinha.
VIa: GospelPrime
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