A Ordem dos Pastores Batistas do Brasil decidiu se posicionar oficialmente sobre as questões relacionadas a homossexualidade e ideologia de gênero, emitindo um documento elaborado e aprovado em assembleia do dia 18 de abril e intitulado "Declaração sobre homossexualidade, identidade de gênero, orientação sexual, uniões homo e poliafetivas".
Logo no início do documento, a organização justifica a relevância deste pronunciamento oficial, citando o contexto em que a sociedade pós-moderna brasileira e até mesmo algumas igrejas evangélicas se encontram, por muitas vezes influenciadas pela "interpretação equivocada das terminologias e significação das palavras" - o que as leva a reconhecer estas questões como algo "completamente natural".
"O tema identidade de gênero e orientação sexual tem sido amplamente divulgado pelos meios de comunicação e sido objeto de discussão não apenas na sociedade, mas também no âmbito governamental e, especialmente, na obtenção de interpretação impositiva que busca cercear a liberdade de consciência e expressão, além de inserir terminologia e conceituação estranha aos Códigos Legais de nossa Nação causando inúmeros conflitos e interpretação equivocada das terminologias e significação das palavras", destacou o documento.
Primeiramente, o texto expôs o posicionamento da Ordem dos Pastores Batistas do Brasil sobre a questão da homossexualidade, citando trechos bíblicos para embasar sua declaração oficial.
"Do ponto de vista da compreensão bíblica, a homossexualidade é claramente discutida como sério afastamento, desvio e disfunção em relação à natureza humana e em relação aos propósitos originais da criação conforme temos nos textos a seguir: Lv 18.22; 20.13; Is 3.9; Rm 1.24-27; 1 Co 6.9-10; 1 Tm 1.9-10; Ap 21.8, 27). Consequentemente, tais práticas não são compatíveis com os ensinos bíblicos, nem com a natureza humana criada por Deus", acrescentou.
Ideologia de gênero
O documento também se pronunciou enfaticamente contra a ideologia de gênero, destacando que este formato dado à "luta pelo respeito à identidade de gênero" não tem qualquer respaldo científico, legal, nem bíblico.
"A ciência não possui estudos conclusivos comprovados e representativos que demonstrem alguma alteração morfofuncional cerebral que seja determinística, desde o seu nascimento, naqueles que dizem ter tendência ou comportamento homossexual ou que adotem outras 'identidades de gêneros", afirmou o texto.
"É necessário ainda considerar que afirmações como as de que a identidade de gênero tem fundamentação cientifica, carecem da própria segurança de pesquisa científica séria com reduzida curva estatística demonstrativa, sem linha histórica de acompanhamento desde a infância, portanto, insuficiente para aplicar ao gênero humano em sua inteireza populacional", destacou.
Ainda ressaltando as incoerências científicas da ideologia de gênero, o documento destacou que esta linha de pensamento chega a ignorar a própria biologia.
"Essa ideologia de gênero, então, é uma ideologia da ausência de sexo neurobiogeneticamente falando. É uma crença que afirma que os dois sexos — masculino e feminino — são meras construções culturais e sociais, não existindo, neste caso, papel neurobiogenético inscrito na natureza humana, antes formas sociáveis de desempenhar uma ou mais funções (gênero)", expõe outra parte do texto.
"O que se deseja afirmar com essa opção ideológica é que as diferenças entre o homem e a mulher, fora as óbvias diferenças anatômicas e neurobiogenéticas, não correspondem a uma natureza fixa que torne alguns seres humanos homens, e, outros, mulheres. Portanto, o ser humano pode abranger várias identidades de gênero excluindo totalmente o sexo dentro do que entendemos ser a identidade sexual de criação, conforme explicamos no item sobre as bases bíblicas a respeito do tema", acrescentou.
Concluindo sua crítica à ideologia de gênero, devido à distorção que esta traz à compreensão dos papéis de homem e mulher (biológicos e sociais), a Ordem dos Pastores Batistas afirmou que esta linha de pensamento pós-moderna não tem qualquer respaldo no guia de fé e prática dos cristãos: a Bíblia.
"Em resumo, ainda que tribunais estejam tomando decisões fundamentadas na hermenêutica jurídica ampliativa ao recepcionar a ideologia e a cultura que se tenta implantar e não a letra da Constituição Federal e do Código Civil, entendemos que os argumentos ideológicos de gênero acima descritos não possuem respaldo nestes instrumentos legais e nem na concepção divina para a criação, conforme temos nas narrativas da Bíblia que seguimos como fonte de verdade", finalizou.
O documento foi assinado pelos pastores: Hist. Carlos César Peff Novaes, Adv. Genilson Vaz, João Reinaldo Purin Júnior, Dr. Luiz Roberto Silvado (recém-eleito presidente da Convenção Batista Brasileira), Dr. Pedro Moura, Dr. Lourenço Stelio Rega (relator) e pode ser conferido na íntegra, clicando aqui.
Via: Guiame
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