Sejamos atentos e precisos em relação aos fatos. Conheço Ariovaldo Ramos há anos, ele foi meu pastor e acima disto um amigo presente. Ariovaldo sempre foi militante petista e socialista. Ariovaldo, muito mais do que isto foi amigo pessoal do ditador Chavez da Venezuela e amigo de Lula. Mais ainda, foi autoridade constituída no primeiro mandato de Lula, no CONSEA. Da mesma forma, não é nenhuma novidade que Ariovaldo Ramos tenha construído e promovido em ambientes restritos uma construção teológica na linha da Missão Integral propondo um entendimento da realidade e ortopraxia sustentada pelo ferramental das ciências sociais, em que pese ai, a cosmovisão marxista, dada a abordagem metodológica do materialismo histórico. Vai dai, o entendimento e a reação pretensamente cristã da atuação na luta de classes, no estilo máximo do esquerdismo indisfarçado a fim de promover a justiça social nestes moldes, seja a que pretexto for. Não raramente, promovendo justiça social e ideário de esquerda atropelando a prática cristã, segundo a doutrina excelsa que herdamos. Não foram poucas as vezes que vimos Ariovaldo e seus seguidores defendendo valores que aceitam males menores (e até maiores) em nome da pretensa luta pela igualdade. Só para citar um caso, a sua campanha pela defesa da maioridade penal, entendendo que a “justiça social” devida ao adolescente assassino se sobrepõe à justiça de Cristo, que estaria ao lado de quem perdeu a sua vida e sua família, exigindo a devida retribuição ao Pai. Outros exemplos recentes abundam, não apenas na práxis, mas também na defesa que Ariovaldo Ramos faz de sua teologia, dita ortodoxa e conservadora nos costumes, mas que na prática é relativista e notoriamente condescendente em relação aos valores cristãos e da família, se assim o seu partido político achar que deve ser, pois ninguém aqui jamais viu Ariovaldo Ramos sair em defesa de qualquer destes valores familiares quando estes sofrem ataques por políticos de esquerda. Nestes momentos, Ariovaldo se cala.
Então, o que há de diferente hoje e que está promovendo ataques a Ariovaldo Ramos, sejam admoestações assertivas, sejam ataques com argumentos “ad hominen”, muitos dos quais realmente ofensivos? A resposta não é uma reação a uma mudança radical de posicionamento de Ariovaldo. Ele segue sendo o mesmo, pelo menos assim o reconhecem quem o conhece de perto. A diferença são três: (1) Ariovaldo passou a defender as suas teses marxistas, disfarçadas de cristianismo em aberto, fora dos ambientes acadêmicos ou restritos, mas na internet (vídeos recentemente ganharam a rede); (2) Diante do estado grave do governo, Ariovaldo passou a colocar o militante à frente do pastor e a patrocinar atos públicos, divulgar manifestos e outros expedientes de militante profissional, ganhando pois, a alcunha pejorativa que sempre atribuiu a terceiros, do deputado-pastor, a si mesmo: Petista-pastor; e (3) e mais lamentável, decidiu no mais alto espirito de heresiarca passar a distorcer as Escrituras Sagradas a fim de revestir de santidade os seus argumentos políticos partidários. Em seu último ato público ofereceu versículos pretensamente reforçando o ideário da luta de classes, afirmou que Pedro e a Igreja primitiva valorizava a democracia e que Jesus seria contra o golpe e que Paulo valorizaria a reação das classes oprimidas contra os seus senhores, a elite. Realmente, não creio sequer necessário me estender nestas refutações. Só lamento.
Genizah
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