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"Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim." – Jo 15.18

11 de abril de 2017

Freira diz que foi estuprada, ficou grávida e agora processa Igreja Católica no Chile

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Publicado na BBC Brasil
Quando pediram para que a irmã Francisca cuidasse da alimentação do grupo de homens que reformavam o convento onde vivia enclausurada no coração de Santiago, no Chile, não tinha ideia do quanto aquilo mudaria sua vida.
Ela resume o que ocorreu em três palavras: “Começou meu calvário”, segundo a emissora local TVN.
Tudo ocorreu em 2012, quando a madre superiora autorizou um grupo de homens a dormir no convento onde trabalhavam.
Francisca cuidava deles.
Mas certo dia, aproveitando que ela não se sentia bem – segundo conta a religiosa -, um dos homens, Hernán Rios Valdivia, a levou para um quarto e a estuprou.
Foi “um golpe assustador que mudou a minha vida”, relembra ela hoje.
Traumatizada e com medo de que ninguém acreditasse na história, irmã Francisca não contou para ninguém o que havia acontecido.
“Como mulher, me senti incapaz de falar, com medo de não acreditarem em mim e fazer ameaças. E eu preferia ficar quieta”, diz.
Mas, três meses depois do ataque, ela descobriu que estava grávida. No convento, a notícia não foi bem recebida.
“Fui caluniada, disseram que era culpada e que fiz aquilo de propósito”, conta a freira.
“Eu implorei dizendo que era inocente. Minhas irmãs foram muito cruéis comigo.”
Desde então, a encarregada do convento passou a pressioná-la para que deixasse o hábito e assinasse sua demissão “voluntária” da ordem. No entanto, Francisca se negou.
Como ninguém acreditou em sua versão – e até chegaram a acusá-la de roubo, de acordo com o seu testemunho -,
Francisca decidiu deixar o convento.
Denúncias à Justiça
Com a ajuda de ONGs, ela deu seu bebê para adoção e denunciou o que aconteceu para a Justiça.
Em novembro de 2015, Rios Valdivia foi condenado por estupro.
No entanto, a irmã Francisca diz que isso não foi suficiente para que pudesse viver em paz, como disse à TVN.
“Eu tive que me calar, tive que fingir que estava tudo bem, tive que engolir minhas lágrimas e tive que esconder coisas que me aterrorizavam”, diz ela.
E culpa uma instituição que considerava “minha única família” e a abandonou: “A igreja, que sempre defendi como um leoa”.
Francisca processou a arquidiocese de Santiago e Ordem das Clarissas Capuchinhas.
A resposta da igreja
Os assessores do arcebispo de Santiago, Ricardo Ezzati, dizem que ele não esteve a par do caso.
“O bispo não entra em detalhes da vida interna, comum e cotidiana das freiras”, disse Jorge Concha, bispo auxiliar de Santiago, entrevistado pelo programa de televisão 24 horas.
A principal diocese da Igreja Católica no Chile diz que soube do caso apenas quando recebeu a notificação do processo civil e que, anteriormente, nunca tinha sido informada pela vítima ou pela madre superior. Francisca duvida dessa versão.
Ela garante que advogados da arquidiocese a visitaram anteriormente com “suas irmãs” para discutir a sua renúncia.
“Senti-me extremamente intimidada”, diz a Francisca.
O Vaticano não comentou o caso.

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