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"Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim." – Jo 15.18

2 de fevereiro de 2010

Contradições dos "levitas" de hoje

"Sede também meus imitadores, irmãos, e tende cuidado, segundo o exemplo que tendes em nós, pelos que assim andam. Porque muitos há, dos quais muitas vezes vos disse, e agora também digo, chorando, que são inimigos da cruz de Cristo, cujo fim é a perdição; cujo Deus é o ventre, e cuja glória é para confusão deles, que só pensam nas coisas terrenas. Mas a nossa cidade está nos céus, de onde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo" (Filipenses 3:17-20). 

   Muito envergonham a todos nós, cristãos fiéis, o péssimo testemunho de muitas lideranças eclesiásticas que pregam muito mais a prosperidade terrena que a salvação eterna. Envolvem-se em escândalos sem fim, brigam muito entre si (ou defendem um ao outro quando os interesses são semelhantes), chamam a si mesmo "bispos" e até "apóstolos", lançam profetadas e maldições sobre seus críticos, praticam lavagem cerebral em seus seguidores... 

   Só que tal apostasia não se tem limitado apenas ao campo pastoral. O que já era normal há muitos anos nos Estados Unidos da América agora se espalha pelo Brasil com uma proporção epidêmica: a multiplicação dos popstars na "música cristã contemporânea". São cantores, cantoras e conjuntos que aparentemente começam muito bem, priorizando o Reino de Deus e a salvação de almas, mas que são seduzidos pela fama, pelo dinheiro e pelos aplausos – a paródia a "Em Tua presença", grande sucesso de Fernanda Brum, parece uma contradição grotesca com o que tem acontecido nesse meio – a ponto de se afastarem drasticamente de seus objetivos originais. 

   E como ocorre tal afastamento? Por exemplo, nas apresentações que a maioria deles faz Brasil afora. Onde eles mais se apresentam? Quais são as exigências deles? Praticamente virou padrão: ou eles cobram um cachê astronômico (os mais "generosos" cobram alguns milhares de reais), ou exigem uma quota mínima de CDs a serem vendidos nos locais de apresentação. Aliás, o próprio termo "apresentação" está errado. Não era para ser "culto"? Culto a quem? A Deus ou ao ser humano que canta na igreja, no estádio, no ginásio, enfim, onde quer que o sujeito decide cantar? E dá-lhe cartazes, camisetas, faixas, CDs e DVDs à venda. Se for homem, então, lá vai uma saraivada de gritos histéricos ("Liiiiiiiindoooooo!!!"), desmaios... Ah, quase me esquecia dos autógrafos, das fotos e de tantas outras coisas que deixam o ego do músico ou da musicista na estratosfera. 

   Quando eles se apresentam no palco (dependendo da gravadora, pode ser tão grande quanto aos dos popstarsseculares), a distância entre o(a) cantor(a) ou integrante da banda é claramente perceptível. Se um deles dá uma de Nando Reis e desce do palco para pular com o público, então, é pedir para ter roupa rasgada, cabelos arrancados... Não é nenhuma surpresa ver um batalhão de seguranças em cada espetáculo. A performance daquele que deveria ser um(a) MINISTRO(A) e acaba tornando-se um(a) ARTISTA parece cuidadosamente moldada pela mídia gospel e principalmente pelas gravadoras, que compensam os contratos milionários que têm com seus respectivos popstars com os colossais retornos financeiros que recebem. Isso sem falar dos Troféus Talento da vida, dos Grammies, das aparições em programas seculares de auditório... Alguns deles, como o Régis "Melô do Zaqueu" Danese, até se sujeitam a participarem de concursos televisivos com distribuição de prêmios em dinheiro e – pasmem – de comissões julgadoras de concursos de dança. 

  O que Jesus diria se visse (e Ele vê!) tudo isso? Como o apóstolo Paulo e outros escritores bíblicos reagiriam diante de tanta apostasia? E os corais, os hinos antigos, os cultos formais e solenes onde Cristo está em primeiro lugar e o estudo da Bíblia Sagrada, por meio da mensagem pregada do púlpito, é o principal momento de cada liturgia? Será que todas essas manifestações, que tanto marcaram a história do cristianismo bíblico, perderam sua função e sucumbiram diante da voracidade da pós-modernidade? Onde estão aqueles ministros de música que se preocupavam muito mais com a vontade de Deus e com o zelo a Sua Palavra? 

   Meus irmãos, não é nenhum exagero ou fatalismo afirmar que a música sacra brasileira passa pelo pior momento de sua história. "Mas a Palavra de Deus tem rompido barreiras e chegado até onde ninguém nunca chegou!" reclamaria alguém. Isso é uma mentira terrível, pois muitas almas foram resgatadas do inferno ao longo da história e em todos os níveis sem que ninguém precisasse moldar-se ao mundo. Muitos dos "levitas" modernos ignoram um texto bíblico que todos nós deveríamos saber de cor: "E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus" (Romanos 12:2). Eles alegam "fazer a diferença" no meio dos ímpios, mas acabam tornando-se iguais a eles em muitos aspectos. Que (in)coerência! 

   O que fazer, então? Se não pudermos boicotar as músicas desses músicos que têm trocado a fidelidade exclusiva a Deus pelo apego aos rudimentos deste mundo, quando não pelos prazeres da carne, que possamos ao menos mostrar-lhes que é possível ser cristão sem ser "alienado". Que aqueles músicos cristãos que têm permanecido fiéis à sã doutrina, que se têm afastado do desejo do mundo, que – conforme cita um cântico do Ministério Palavra da Vida de trinta anos atrás – está "baseado em coisas sem valor, tão somente prazeres que não trazem satisfação", permaneçam assim. Eles não se arrependerão, pois o galardão que receberão na Eternidade é muito maior do que tudo o que a mídia, as gravadoras, a tietagem, enfim, maior do que tudo o que o mundo possa oferecer. Não permitamos que tais músicos tenham o mesmo destino de Elvis Presley, que tinha tudo para ser um poderoso instrumento nas mãos de Deus e acabou morrendo desfigurado no banheiro de sua mansão, cheio de drogas circulando por seu corpo. 

"Porque nada trouxemos para este mundo, e manifesto é que nada podemos levar dele. Tendo, porém, sustento, e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes. Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores" (I Timóteo 6:7-10). 
Soli Deo Gloria. Amém.

Texto escrito para o Blog Web Evangelista pelo amigo Paulo Martins de Oliveira Belo.

2 comentários:

  1. Eu sei que a maioria prefere nem manifestar-se, mas eu gostaria muito que uma das pessoas citadas direta ou indiretamente no texto acima publicasse um comentário aqui. Seria uma oportunidade de ouro para que eles tentassem mudar para melhor, preferindo o Reino de Deus a seus próprios interesses.

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