No ringue, luta e fé!
Na sala dos fundos de um teatro na Rua Beale, Memphis - Tennessee , o pastor John Renken, 42, recentemente liderou um grupo de jovens em sua oração.
"Pai, nós o agradecemos por esta noite", ele disse. "Nós rezamos para que sejamos uma representação do senhor".
Uma hora depois, um membro de sua paróquia baixou a guarda e foi atingido por uma série de socos do adversário e Renken lhe deu conselhos que não soavam sacrossantos.
"Socos diretos!" ele gritou da lateral do ringue do evento de artes marciais conhecido como Cage Assault. "Acabe com essa luta! Na cabeça! Na cabeça!"
O jovem era um membro do grupo de luta da Xtreme Ministries, uma pequena igreja da região de Nashville que também serve como academia. Renken, seu fundador, é o treinador da equipe. O lema da escola é "Onde pés, punhos e fé se combinam".
O ministério de Renken apenas um de um número cada vez maior de igrejas evangélicas que adotaram as artes marciais mistas (ou Mixed Martial Arts) - um esporte conhecido pela violência e sangue, que combina kickboxing, luta livre e outros estilos de combate - para atrair jovens cuja participação na igreja têm sido baixa. Eventos de Mixed Martial Arts atraem milhões de telespectadores e um chegou a ser o maior evento televisionado pago em 2009.
O recrutamento nas igrejas, que são frequentadas predominantemente por brancos, envolve acompanhar lutas pela televisão em festas e sermões que usam os embates para explicar como Cristo lutou pelo que acreditava. Outros ministérios vão ainda mais longe, sediando ou participando dos eventos.
O objetivo, segundo os pastores, é injetar masculinidade em suas igrejas - e na imagem de Jesus - na esperança de tonar o cristianismo mais atraente. "Compaixão e amor - nós também concordamos com tudo isso", disse Brandon Beals, 37, pastor da Igreja Canyon Creek em Seattle. "Mas o que me levou a encontrar Cristo foi o fato de Jesus ser um lutador".
A medida é parte de um esforço mais amplo por parte de algumas ministérios que temem que as igrejas se tornaram femininas demais, promovendo a ternura e compaixão às custas da força e responsabilidade.
"O homem deve ser o líder do lar", disse Ryan Dobson, 39, pastor e fã de Mixed Martial Arts que é filho de James C. Dobson, fundador do Focus on the Family, um grupo evangélico proeminente. "Nós criamos uma geração de menininhos".
Esses pastores dizem que o casamento de fé e luta busca promover valores cristãos, citando versos como "lute a boa luta da fé", de Tiago 6:12. Há quem coloque o número de igrejas que adotaram as artes marciais mistas em cerca de 700 de um total de 115,000 congregações evangélicas brancas nos Estados Unidos. O esporte parece uma ferramente legítima para buscar o envolvimento de jovens no ministério juvenil da Associação Nacional de Evangélicos, que tem mais de 45,000 igrejas.
"Há muitos jovens problemáticos que cresceram sem pai e andam por aí sem fé e se tornam pais ruins porque estão simplesmente perdidos", disse Paul Robie, 54, pastor da Igreja South Mountain Community em Draper, Utah.
A luta como uma metáfora funciona para muitos jovens.
"Eu estou lutando para oferecer uma melhor qualidade de vida para minha família e dar a eles coisas que eu não tive quando crescia", disse Mike Thompson, 32, ex-membro de gangue e pupilo de Renken que até recentemente lutava contra o desemprego e adotou o nome de guerra "A Fúria" no ringue.
"Depois que eu aceitei Cristo na minha vida", disse Thompson, "Eu percebi que é possível lutar pelo bem".
Há muito tempo as igrejas evangélicas usam a cultura popular - rock, skate e até mesmo yôga - em busca de novos seguidores. Mas mesmo nos setores mais experimentais, a Mixed Martial Arts tem seus críticos.
"O que você usa para atrair as pessoas a Cristo é o que precisa manter para que fiquem", disse Eugene Cho, 39, pastor da Igreja Quest, uma congregação evangélica de Seattle. "Eu não vivo pelo Jesus que come carne vermelha, bebe cerveja e espanca outros homens".
Fonte: The New York Times/ IG
Via: OGalileu
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