Os acampamentos de férias nunca estiveram tão no centro das atenções como agora. O motivo é a abertura, em julho deste ano, na Inglaterra, do primeiro acampamento só para crianças e adolescentes, com idades entre 8 e 17 anos, sem religião ou de pais que não acreditam na existência de Deus. A ideia não é nova.
Os chamados Camp Quest surgiram nos anos 90, nos Estados Unidos, país que possui pelo menos seis unidades com essa orientação. O criador do primeiro Camp Quest, o norte-americano Edwin Kagin, diz que decidiu começar a iniciativa depois que soube da história de uma criança que foi proibida de entrar num acampamento de escoteiros por ser ateia.
Apesar da iniciativa ter sido publicamente apoiada por um dos mais aguerridos pensadores ateus, o biólogo Richard Dawkins, a estreia do acampamento em território inglês foi criticada por vários jornais locais, que chegaram a falar em "lavagem cerebral". Segundo o jornal "Daily Mail", as crianças são encorajadas a rejeitar qualquer tipo de ensinamento religioso.
"Além da Crença"
Com o lema "Além da Crença", o Camp Quest se apresenta como uma alternativa aos acampamentos tradicionais. O objetivo, segundo a apresentação do site da instituição norte-americana, é "melhorar a condição humana através da investigação racional, crítica e criativa de pensar o método científico e o autorrespeito".
Os organizadores do Camp Quest afirmam que ser ateu não é pré-requisito, mas que os pais devem estar cientes de que o local adota uma posição crítica e científica, contrária a dos preceitos baseados na fé. "O Camp Quest encoraja as crianças a pensarem por elas próprias, de forma racional. Não há doutrinação, somente o estímulo a que tenham a mente aberta, enquanto se divertem", disse Dawkins ao "Daily Mail".Para Afonso Soares, professor de Ciências da Religião da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo, a omissão sobre os conceitos religiosos no processo de aprendizado é "uma ignorância tão grande quanto se ensinar religião sem que se ensine também o pensamento científico".
Segundo ele, aprender sobre uma teoria e não sobre a outra deixa o aprendizado incompleto. "As pessoas tratam como se fossem a mesma coisa ensino religioso e ensino de uma religião específica.
O ensino religioso é muito importante para orientar o respeito às diferentes crenças, o diálogo e a educação espiritual, sem ser uma catequese sobre uma religião em particular", diz Soares.
Além de atividades físicas típicas de qualquer acampamento – como pesca e gincanas –, no Camp Quest, as crianças praticam jogos de raciocínio e têm contato com filosofia e teorias evolucionistas.
"Acredito que as pessoas estão cansadas da influência que a religião tem sobre a sociedade, possivelmente uma influência não merecida, e estejam tentando encontrar alternativas", declarou Samantha Stein, diretora do novo acampamento inglês, ao "Daily Mail".
Fonte: Folha Universal
0 comentários:
Postar um comentário
Comenta! Elogia! Critica! É tudo para o Reino!
Considere apenas:
(1) Discordar não é problema. É solução, pois redunda em aprendizado! Contudo, com modos.
(2) A única coisa que eu não aceito é vir com a teologia do “não toque no ungido”, que isto é conversa para vendilhão dormir... Faça como os irmãos de Beréia e vá ver se o que lhe foi dito está na Palavra Deus!
(3)NÃO nos obrigamos a publicar comentários ANÔNIMOS.
(5) NÃO publicamos PALAVRÕES.
“Mais importante que ser evangélico é ser bíblico” - George Knight .