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"Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim." – Jo 15.18

10 de novembro de 2009

Meus heróis NÃO morreram de overdose




Leio que Julie Andrews completou 74 anos em 01 de outubro. Dá pra acreditar? A Maria de A Noviça Rebelde tornou-se uma septuagenária. Podem chamar de sentimental e convencional, mas é difícil resistir à Julie Andrews surgindo numa colina verdejante e girando com os braços abertos e cantando a bela "The sound of music". Tudo bem que depois tem aquelas sete notas musicais ou sete crianças, o que dá no mesmo. Mas logo aparece uma Julie enamorada cantando "Something" e o resto é Oscar, história e lágrimas.

O cantor Cazuza dizia numa música que seus heróis morreram de overdose. Ele próprio escolheu viver e morrer como seus heróis.

As mídias fingem odiar esse tipo de herói, mas são elas que cobrem cada nova celebridade com sua cota televisiva de vaidade (quando tudo vai bem), falso moralismo (quando tudo vai mal) e confete post-mortem. Todo astro recém-falecido por overdose é coroado com um mito: o melhor é morrer jovem e famoso. Essa é a maior falácia da cultura pop, um engodo que tem levado muita gente a achar que aproveitar a vida é experimentar tudo, todos e todas ao som de muito rock?n?roll, yeah!

Como escreve Robert Pirsig, "a degeneração é prazerosa, mas não sustenta uma vida inteira". Mas quem é que está se lixando pra expectativa de vida, quando dizem que não há nem céu nem inferno, nem Deus, nem deus, nem juízo. Lembra do trinômio revolucionário "liberdade, igualdade, fraternidade"? Pode parecer apocalíptico, mas alguém discorda de que esse ideal foi substituído pelo também trinômio "sexo, drogas e rock?n?roll"?

Antes que os filisteus virtuais ataquem este web-escriba, já adianto que o problema dessa geração pode até não ser a música (que espelha as vontades dessa geração). O problema é esse estilo de vida "morra jovem e drogado" sendo vendido como a quintessência do pensamento rebelde e antiautoritário, um modelo insuperável de ser artista e porta-voz da geração, quando no fundo é apenassuicídio juvenil glamourizado. Roqueiros e atores, principalmente, são elevados à categoria de ícones da juventude transviada que estabeleceu suas próprias regras de sucesso, vida e morte. Porém, se solos de guitarra não vão me conquistar, esse overdose way of life também não me convence.

Meus heróis NÃO morreram de overdose: Dostoievski, Jane Austen, Guimarães Rosa, John Steinbeck, Tolstoi; Beethoven, Bach, Bernard Herrmann, Debussy, Stravinski, Duke Ellington; Kurosawa, Jean Renoir; Lincoln, Luther King. Eles representam um tipo de herói: aqueles que escaparam à mediocridade reinante na cultura e nas relações sociais. São heróis pela excelência artística e de pensamento.

Alguém dirá: e Lutero, Paulo, Isaías, Daniel, Pedro e João não seriam heróis maiores e melhores? Estes são um outro tipo de herói: gente que nos serve de inspiração para viver. Eles são muito mais que heróis das artes e do pensamento.

Meus heróis NÃO morreram de overdose. Talvez nem sejam heróis apenas; uns preferem chamá-los de mártires. Eles morreram decapitados, queimados, crucificados e temo não estar à altura de mártires assim, que não morrem por uma ideologia, morrem pelo Amor que excede todo entedimento. Meus heróis não pegaram em armas e venceram exércitos. Eles viveram não por força nem por violência, mas pelo poder do Espírito. Meus heróis não foram seres perfeitos. Eles tiveram falhas e espinhos na carne, mas negaram-se a si mesmos e decidiram que, não eles, mas Cristo viveria neles.

Há heróis e super-heróis para todos os gostos. Contudo, se em vez de adotarmos heróis pelo nosso gosto pessoal nós levarmos nossa vida ao pé da cruz, sairemos dali com um novo sentido do que é de fato um herói. Eu preciso de heróis que vivem pelo que ainda não se vê, que vivem por uma esperança estranha para quem não acredita, mas tremendamente perfeita e elevada para quem aceita.

Fonte: Advir. Escrito por: Joêzer Mendonça - Pianista e compositor do Curitiba Coral/IASD-Central, é também arte-educador e Mestre em Música pela UNESP. Edita o blog Nota na Pauta, onde escreve sobre atualidades e antiguidades relacionadas à mídia, cultura e religião.


21 comentários:

  1. nao tenho religiao nenhuma e nem pretendo ter, embora acreditar que a explicacao cientifica mais sensata que exista, é a existencia de Deus!

    nao costumo comentar nem ao menos ler blogs como esses, o que por espanto clicando no seu, nao me arrependi, sem bondade, todos os evangelicos, cristoes... etc. etc. deveriam de fato pensar como vc!


    parabens pelo blog.

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  2. Posso até admirar alguém, mas isso termina quando esse alguém se droga até a morte. Meus heróis jamais morreriam de overdose.

    Valeu pelo post!

    PS: Mais importante que ser bíblico é ser amoroso. (Deus está no Amor mais do que nas palavras)

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  3. É tudo uma questão de interpretação.
    Voce pode ler a letra da musica e tirar as coclusões que quiser, é mais ou menos o que fazem com a Biblia.
    Voces se prendem ao refrão e esquecem de tentar entender o que o compositor quis dizer.
    Na minha opinião a musica é uma critica a sociedade, como temos sonhos e anseios, e tudo acaba em uma grande decepção...

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  4. religião é o ópio do povo , cada um acredita no que quiser , inclusive nas verdades alheias .

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  5. Show esta matéria amigo ,foi bom para refletir em quem realmente confiamos e admiramos como heroi;)

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  6. Esse blog é simplesmente uma das dádivas que podemos encontrar nessa internet, passo muitas vezes por aqui, mais não tenho hábito de comentar, mais hoje não pude de deixar meus parabéns,pela escrita, pela facilidade de contatar o outro lado da opinião...
    E quanto ao post, meus heróis tbm não morreram de overdose, e essa parte do texto é sensacional "Eles representam um tipo de herói: aqueles que escaparam à mediocridade reinante na cultura e nas relações sociais. São heróis pela excelência artística e de pensamento.", são grandes heróis pq escaparam do que toda fama pode trazer, e assim vemos muito.

    Parabéns, a paz de Deus.

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  7. é cada um tem seu herói....e só
    imagina se todo mundo gostasse só da manga né.

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  8. muito bom meeeeeeeeesmo!

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  9. Ótimo!

    Também gostaria de acrescentar meu heroi, João Paulo II.

    Segundo João da Cruz ""a pessoa se torna semelhante ao objeto amado" O trsite resultado é a juventude perdida, pervertida, vulgar, que não se valoriza ou valoriza o outro. Qualquer ideal cristão é execrado como algo irracional, e a humanidade vai cada vez mais afundando no charco que estão cavando fazendo do seu ego seus próprios deuses.

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  10. Ótimo post, gostei de ler.
    Anonimo,voce usou esta frase (religião é o ópio do povo) TOTALMENTE fora de contexto. Vá estudar Marx e só volte quando entender melhor o que ele quis dizer com isso.
    Quanto ao autor do blog, também sou contra esse estilo de vida com excesso de drogas, mas não acho que desprezar a própria expectativa de vida esteja relacionado a não acreditar em vida após a morte (quem sabe seja até o contrário). O ideal é viver ao máximo, com saúde e mesmo assim aproveitando.
    Eu sou católico, e gostei do blog, excetuando-se alguns extremismos quanto à castidade concordo com tudo que li.
    Parabéns pelo blog

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  11. E viva o "SEXO, DROGAS E ROCK N´ROLL"!!!
    Pra q tanto moralismo, se vc nem sabe se amanha vai tá vivo!
    Vive o agora sem pensar no depois ;)
    Haha

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  12. vc tá equivoca, Jimmi hendrix ou martin luther king, tem o mesmo valor

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  13. Cazuza morreu de Aids e não de overdose

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  14. Apesar de ser Ateu, Achei sensato seu texto.

    Acho que devemos zelar pelas vida, nossa vida é o bem mais precioso que temos.

    Abraço!

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  15. amei!!!!!! tudo de bom,perfeito!vc disse tudo!

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  16. Seu texto está até bem escritinho, mas tem suas impropriedades:

    1. Nos versos de Cazuza (Meus herois morreram de overdose/meus inimigos estão no poder) o eu-lírico parece demonstrar seu descontentamento em relação aos acontecimentos. Ele não faz apologia às drogas nem ao comportamento auto-destrutivo que você citou.

    2. "Ele escolheu viver e morrer como seus heróis"... Overdose? Cazuza morreu em decorrência do HIV

    3. "Meus heróis não foram seres perfeitos (...) negaram-se a si mesmos e decidiram que, não eles, mas Cristo vivia neles". Entre seus heróis está o escritor russo Fiodor Dostoiévski. Até onde eu sei, o cara era ateu.

    4. Se eles eram "herois das artes e dos pensamentos", Jummy Hendrix, Janis Joplin não eram herois das artes também? Paulo Lemisnki e Fernando Pessoa morreram de cirrose. Isso faz deles menos heroicos?

    Sem mais

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  17. Parabés, não possua religião, mas tenho minha própria visão de Deus.
    Bom, sempre leio textos de pessoas religiosas falando sobre rock 'n' roll, por que é o único ritmo de música que escuto, e sempre o que leio é um monte de baboseira fanática sem argumentos e usando passagens da bíblia que nem se encaixam no contexto, porém o que você escreveu é diferente, tem um lado religioso muito visível, mas além disso tem argumentos bons, e a critica voltado para o lado certo, e não pelo simples fato de você não gostar de rock.
    Abraços

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  18. ai gostei do que esse cara ai disse:
    viva o "SEXO, DROGAS E ROCK N´ROLL"!!!
    Pra q tanto moralismo, se vc nem sabe se amanha vai tá vivo!
    Vive o agora sem pensar no depois ;)
    poha um dia nos vamos todos morrer mesmo, ai ja era acabou temos é que aproveitar a vida e nau viver obsecado com o trabalho temos q fazer o q quizermos aproveite a sua vida
    OS MEUS HEROIS MORRERAM DE OVERDOSE SIM
    mas ele são herois de verdade vão a luta dão a cara a tapa mudaram a forma de uma geração inteira de pensar e de enchergar o mundo pra q ue viver a sua vida toda sem fazer nada do que goste pra ganhar dinheiro e nunca poder gastar vivendo a vida eu prefiro nau ganhar dinheiro e viver a minha vida

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