Membro da banda Titãs discorre sobre Marcha para Jesus de São Paulo em tom de ironia
Os gigantes - na verdade, as gigantes - a que se referem os religiosos, segundo o jornal, são as diabólicas irmãs siamesas Discriminação e Incompreensão, essas baleias do inferno dignas de toda a extinção. Esqueceram da irmã mais velha, a Intolerância, igualmente execrável. Caramba! E eu que fui dormir achando que os religiosos é que eram os preconceituosos. Apesar da força poética do nome, poderiam ter facilitado nossa vida denominando a passeata de “marchando para derrubar a discriminação e a incompreensão”. Afinal, vindo de um grupo religioso, qualquer ambiguidade pode ser mal compreendida (e até incompreendida). Imaginem um grupo de talebans marchando para derrubar gigantes.
Imediatamente pensaríamos em prédios de Wall Street desabando sobre nossas cabeças. Há quem diga que a marcha evangélica, no entanto, não passou de um ato de desagravo ao casal de bispos Hernandes, condenados pela justiça americana, mas prefiro crer em possibilidades mais magnânimas e libertárias. Sou, afinal de contas, um daqueles sonhadores de que falava John Lennon, o antigo compositor britânico. E não estou sozinho.
O bom disso é que, ao se comprometerem contra o preconceito religioso, os religiosos automaticamente se comprometem contra qualquer preconceito. Como bem sabe qualquer criança minimamente informada, não importa a que modalidades estejam aplicadas, discriminação e incompreensão (e intolerância) são sempre inaceitáveis. De agora em diante estaremos atentos às posturas evangélicas quanto a questões espinhosas como união homossexual, homofobia, pesquisas científicas com células tronco embrionárias, respeito à laicidade do estado etc.
Em contrapartida, respeitaremos igualmente espíritas, católicos, umbandistas, judaístas, testemunhas de Jeová, adventistas, evangélicos, islâmicos, batistas, muçulmanos, budistas, cristãos, crentes, descrentes, pagãos, agnósticos e ateus (perdoem-me os grupos não citados, não é discriminação e incompreensão, é esquecimento e ignorância mesmo). Qualquer hora me abalo pra cima de um trio elétrico desses com o Saramago. Me aguardem.
Fonte: Veja
Quando um grupo de pessoas pacatas fazem uma marcha dessas, onde não há bebedices, uso de drogas, promiscuidade, logo tacham de preconceituosos e até mesmo igualam os evangélicos aos talibans. Quem é preconceituoso?
ResponderExcluirO Tony não sabe o que fala. As drogas que a maioria dos roqueiros consomem são aniquiladas na vidas daqueles que procuram tais "talibans". Quantas pessoas não são libertas do vício das drogas, da prostuição, da angústia, da depressão, da criminalidade, quando buscam ajuda em igrejas evangélicas? Dizer que não é preconceito é fácil. Viver sem o preconceito já é bem diferente. Se a marcha fosse da igreja católica, o comentário seria diferente? Duvido! Nós, Talibans, como o Tony afirma, amamos todos os homossexuais, todos os espíritas, fui espírita, todos os católicos e até mesmos todos os roqueiros, viciados ou não, satanistas ou não. Sabe por que ? Por os líderes "talibans" nos ensina que devemos amar também aqueles que se colocam como inimigos, declarados ou não. É direito de todos discordar, comentar, mas não ofender da forma ofensiva e preconceituosa que o Tony descreveu a marcha evangélica. É lamentável que alguém se diz respeitável e faz ironia com aqueles que apenas profetizam uma vida melhor, uma vida de vitória. Uma vida de paz, a verdadeira paz que o mundo não pode oferecer. Imagina se ao invés de marcha evangélica fosse um show de rock, a barulheira que eles gostam de fazer sem pensar se gostamos ou não de ser acordados com guitarras e baterias infernais, cantores fazendo o sinal de cornuto e línguas para fora. Que o Senhor Jesus possa iluminar os pensamentos de Tony Belloto e mais amor ao próximo. Jesus te abençoe meu querido irmão. A Paz do Senhor Jesus invada o seu lar e principalmente o teu coração.