A Procuradoria Regional Eleitoral em Minas Gerais abriu uma investigação para apurar uma denúncia de ilegalidade eleitoral praticada no interior de igrejas.
Representação feita por um fiel da Igreja do Evangelho Quadrangular denunciou que pastores dessa denominação vêm convertendo cultos em palanques.
No texto, o fiel menciona um episódio que testemunhou. Deu-se no dia 2 de maio, na Igreja do Evangelho Quadrangular do Bairro Floresta, em Belo Horizonte.
Segundo o texto entregue à Procuradoria, o pastor que ministrava o culto noturno disse a certa altura:
“Eu, Jesus e meu projeto: eu, Jesus, Mario de Oliveira para deputado federal e Antonio Genaro para deputado estadual”.
De acordo com a denúncia do fiel, a prática de pedir votos estaria sendo replicada em outros templos da igreja.
Os políticos mencionados são filiados ao PSC (Partido Social Cristão). Mario cumpre mandato na Câmara. Genaro, na Assembléia Legislativa de Minas.
Além de abrir investigação, o Ministério Público Eleitoral enviou uma recomendação ao conselho estadual da igreja Quadrangular.
Pede a interrupção da prática. Recorda que a lei eleitoral proíbe a realização de propaganda política no interior dos templos.
Mesmo do lado de fora das igrejas, informa a recomendação, a propaganda eleitoral está proibida antes do dia 5 de julho, data oficial do início da campanha.
A Procuradoria deu prazo de dez dias para que a Quadrangular expeça um aviso aos seus pastores e envie uma resposta ao Ministério Público.
Pedidos de votos feitos no interior de igrejas sujeitam seus autores a multas que vão de R$ 2 mil a R$ 8 mil.
Campanha antecipada feita fora da igreja pode render multa que varia de R$ 5 mil a R$ 25 mil.
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