Pr Zwinglio Rodrigues
Acabei de ler o texto que noticia a honra [sic] recebida pelo apóstolo Renê Terra Nova quando do 13º Congresso Internacional da Visão Celular no Modelo dos 12 que aconteceu de 17 a 21 de junho em Manaus. Como diz o próprio texto, ele foi “honrado pela palavra de representantes de diversos países, de filhos espirituais do MIR e da família, ele foi reconhecido como Patriarca.” Patriarca?
Antes de expor a minha opinião a respeito do ato que me levou àquela interrogação, preciso dizer algumas coisas.
Eu já estive vinculado ao movimento “gdozista”. Hoje não mais trabalho com o método original exatamente porque deixei o movimento. Porém, a estrutura funcional básica, “ganhar, consolidar, discipular e enviar”, é perfeitamente bíblica e bastante eficaz. Para se constatar isso basta ler com atenção Mateus 28:19-20.
No movimento, conheci homens que amam sinceramente a Cristo e que estão interessados seriamente em cumprir o “ide” do Senhor. Homens que amam as almas perdidas, que falam com sobriedade sobre arrependimento, quebrantamento e com uma sede real de um genuíno avivamento. Vi muitos deles deslancharem na conquista de almas, ao passo que “outros não obtiveram tanto sucesso assim”. No entanto, até onde sei, a maioria deles continuam amando e temendo ao Senhor Jesus Cristo e seguem tendo o reconhecimento de um rebanho, de suas famílias e até de cidades.
Aqui em minha cidade, nós temos um apóstolo ligado à Renê Terra Nova. Ele foi, por um tempo, a “minha cobertura”…
Mesmo acreditando na funcionalidade dos quatro pilares, “ganhar, consolidar, discipular e enviar”, fazendo amizade com líderes honrados e tendo uma liderança direta sobre mim, decidi deixar para trás a “visão celular no modelo dos 12”. São duas as principais razões que acabaram me levando a não mais estar ligado ao movimento: 1º a hierarquização antibíblica, o valor extremado do ministério apostolar e o modus operandi para se consagrar apóstolos; 2º o uso de elementos, paramentos e rituais da religião judaica nos cultos a Deus [exemplo: o uso de réplicas da “arca da aliança” nos cultos como símbolo da presença de Deus. Ora, no escopo neotestamentário, a “arca”, o templo, a moradia do Espírito Santo são os nascidos de novo.]
Existem outras razões, digamos, menores. Mas o fato é que deixei o movimento. E deixei-o nutrindo uma certa estima [coisa que ainda nutro, por enquanto] pelo apóstolo Renê Terra Nova, líder dessa turma. Bom, dito essas coisas que sintetizam meu envolvimento com a “visão celular”, retorno à questão principal que deu origem a esse texto.
Eu interroguei lá nos inícios deste texto: Patriarca? Com certeza, este assunto mais um motivo para repensar meu envolvimento com o M12 se a ele ainda estive ligado.
No texto que dá a notícia do reconhecimento recebido pelo Terra Nova tem duas falas que precisam de destaque. e que vão me nortear quanto à minha contestação da tal “honra”. A primeira é da apóstola Carla Melo, de Portugal, que disse:
“As nações da terra aguardam este nível e estou neste lugar porque fui desafiada a viver no futuro. Como nações, nós o vemos como um Patriarca. O Senhor vai assumir o desafio: anda na presença de Deus e seja perfeito”.
A segunda é da apóstola Valnice Milhomens:
Quem são os verdadeiros Patriarcas? Homens e mulheres que receberam de Deus o sobrenatural e passaram o manto sobre o povo. Permaneça com coração humilde de criança”.
A contradição marca as duas falas acima. Certamente elas diriam que não. Mas veja: na 1ª, foi dito, “nós [grifo meu] o vemos como um Patriarca”. Quem é que vê o Terra Nova como Patriarca? Eles mesmos, os pares do Renê. Que coisa, a irmã portuguesa está sendo claramente usada por Deus [e ela não sabe disso] para deixar claro que o ato daquele momento estava fundado na fantasia e no delírio humano, fruto de uma incapacidade de discernir com clareza a voz do Espírito Santo. Quando ele diz nós, eu ouço Deus dizer: são vocês mesmos.
Já na 2ª, temos a suposta autoridade divina sendo manifestada. A irmã brasileira, dando uma de portuguesa que pensa estar sabendo o que diz, mas na verdade apenas pensa, afirma que era Deus quem estava chancelando o reconhecimento dos pares do Terra Nova: “Quem são os verdadeiros Patriarcas? Homens e mulheres que receberam de Deus o sobrenatural e passaram o manto sobre o povo.” Que raios de fundamento inabalável tem a apóstola em questão para dizer tal coisa? Onde está a base vétero e neotestamentária para que creiamos que de Deus “se recebe algum sobrenatural” para ser patriarca? Isso é invencionice barata!
Notou a contradição? A 2ª propõe que a “honra” procede de Deus – só que Deus não está falando por meio dela; já a 1ª deixa claro que a “honra” está sendo dada pela vontade humana, e ela, pobre coitada, não sabe que está sendo um canal do Espírito Santo.
Pelo que posso perceber [se eu tiver errado que alguém me diga para que possa me retratar], toda essa confusão fundamenta-se na chamada de Abrão. Só pode ser! Se for, mais grave ainda ficam as coisas do ponto de vista teológico.
Gálatas 3:8 diz: “… em ti serão abençoados todos os povos.” Essa citação é de Gênesis 12:3. O contexto de Gl 3:8 trata da justificação exclusivamente pela fé. O apóstolo Paulo usa alguns argumentos para esclarecer isso aos seus interlocutores. Dentre esses argumentos, ele usa o argumento de Abraão. Ao usar este argumento, Paulo demonstra que todos os nascidos de novo também são filhos de Abraão e não apenas os judeus. Nesse sentido, afirmo que se há algum homem que pode ser considerado um Patriarca sobre a nação judaica (Gn 12:1-3) e sobre os crentes, “filhos espirituais” (Gl 3:7), esse homem é Abraão e não Renê Terra Nova ou qualquer um outro. Quando se fala também em nações, estamos diante de mais uma bobagem, pois do ponto de vista neotestamentário ninguém nunca foi escolhido por Deus para tal encargo patriarcal.
Continuando a análise bíblica, na mesma epístola aos Gálatas, Paulo diz, “meus filhos, por quem de novo sofro as dores de parto”(4:19), sem, em momento algum, denominar-se patriarca segundo Abraão ou a qualquer outro que seja. Aliás, até onde sei, nem neste contexto e nem em um outro ele foi chamado ou denominou-se patriarca. E olhe que ele tinha lastro para isso, assim como tinha o apóstolo João que afetuosamente chamou seus interlocutores de “filhinhos meus” (1Jo 2:1).
Quando a apóstola Carla Melo diz “anda na presença de Deus e seja perfeito”, está evidente para mim que é com base no patriarcado de Abraão que eles criaram esse patriarcadozinho antibíblico. Sendo assim, vai um recado para o apóstolo Renê Terra Nova: irmão, você está recebendo uma honra que não lhe pertence. Estava e está em você a condição de ser bíblico ao invés de se deixar levar pelo “transe coletivo” no qual se encontravam seus pares quando lhe “honraram” com um patriarcado que já tem dono e que não é transferível em nível algum. Portanto, renuncie a esse título antes que o irmão chegue à plenitude da “síndrome de lúcifer” e aí… Irmão, caso eu esteja errado, me convença à luz das Escrituras e me retratarei.
Obs.: não vejo muita diferença entre os títulos patriarca e paipóstolo – questino a ambos.
Antes de expor a minha opinião a respeito do ato que me levou àquela interrogação, preciso dizer algumas coisas.
Eu já estive vinculado ao movimento “gdozista”. Hoje não mais trabalho com o método original exatamente porque deixei o movimento. Porém, a estrutura funcional básica, “ganhar, consolidar, discipular e enviar”, é perfeitamente bíblica e bastante eficaz. Para se constatar isso basta ler com atenção Mateus 28:19-20.
No movimento, conheci homens que amam sinceramente a Cristo e que estão interessados seriamente em cumprir o “ide” do Senhor. Homens que amam as almas perdidas, que falam com sobriedade sobre arrependimento, quebrantamento e com uma sede real de um genuíno avivamento. Vi muitos deles deslancharem na conquista de almas, ao passo que “outros não obtiveram tanto sucesso assim”. No entanto, até onde sei, a maioria deles continuam amando e temendo ao Senhor Jesus Cristo e seguem tendo o reconhecimento de um rebanho, de suas famílias e até de cidades.
Aqui em minha cidade, nós temos um apóstolo ligado à Renê Terra Nova. Ele foi, por um tempo, a “minha cobertura”…
Mesmo acreditando na funcionalidade dos quatro pilares, “ganhar, consolidar, discipular e enviar”, fazendo amizade com líderes honrados e tendo uma liderança direta sobre mim, decidi deixar para trás a “visão celular no modelo dos 12”. São duas as principais razões que acabaram me levando a não mais estar ligado ao movimento: 1º a hierarquização antibíblica, o valor extremado do ministério apostolar e o modus operandi para se consagrar apóstolos; 2º o uso de elementos, paramentos e rituais da religião judaica nos cultos a Deus [exemplo: o uso de réplicas da “arca da aliança” nos cultos como símbolo da presença de Deus. Ora, no escopo neotestamentário, a “arca”, o templo, a moradia do Espírito Santo são os nascidos de novo.]
Existem outras razões, digamos, menores. Mas o fato é que deixei o movimento. E deixei-o nutrindo uma certa estima [coisa que ainda nutro, por enquanto] pelo apóstolo Renê Terra Nova, líder dessa turma. Bom, dito essas coisas que sintetizam meu envolvimento com a “visão celular”, retorno à questão principal que deu origem a esse texto.
Eu interroguei lá nos inícios deste texto: Patriarca? Com certeza, este assunto mais um motivo para repensar meu envolvimento com o M12 se a ele ainda estive ligado.
No texto que dá a notícia do reconhecimento recebido pelo Terra Nova tem duas falas que precisam de destaque. e que vão me nortear quanto à minha contestação da tal “honra”. A primeira é da apóstola Carla Melo, de Portugal, que disse:
“As nações da terra aguardam este nível e estou neste lugar porque fui desafiada a viver no futuro. Como nações, nós o vemos como um Patriarca. O Senhor vai assumir o desafio: anda na presença de Deus e seja perfeito”.
A segunda é da apóstola Valnice Milhomens:
Quem são os verdadeiros Patriarcas? Homens e mulheres que receberam de Deus o sobrenatural e passaram o manto sobre o povo. Permaneça com coração humilde de criança”.
A contradição marca as duas falas acima. Certamente elas diriam que não. Mas veja: na 1ª, foi dito, “nós [grifo meu] o vemos como um Patriarca”. Quem é que vê o Terra Nova como Patriarca? Eles mesmos, os pares do Renê. Que coisa, a irmã portuguesa está sendo claramente usada por Deus [e ela não sabe disso] para deixar claro que o ato daquele momento estava fundado na fantasia e no delírio humano, fruto de uma incapacidade de discernir com clareza a voz do Espírito Santo. Quando ele diz nós, eu ouço Deus dizer: são vocês mesmos.
Já na 2ª, temos a suposta autoridade divina sendo manifestada. A irmã brasileira, dando uma de portuguesa que pensa estar sabendo o que diz, mas na verdade apenas pensa, afirma que era Deus quem estava chancelando o reconhecimento dos pares do Terra Nova: “Quem são os verdadeiros Patriarcas? Homens e mulheres que receberam de Deus o sobrenatural e passaram o manto sobre o povo.” Que raios de fundamento inabalável tem a apóstola em questão para dizer tal coisa? Onde está a base vétero e neotestamentária para que creiamos que de Deus “se recebe algum sobrenatural” para ser patriarca? Isso é invencionice barata!
Notou a contradição? A 2ª propõe que a “honra” procede de Deus – só que Deus não está falando por meio dela; já a 1ª deixa claro que a “honra” está sendo dada pela vontade humana, e ela, pobre coitada, não sabe que está sendo um canal do Espírito Santo.
Pelo que posso perceber [se eu tiver errado que alguém me diga para que possa me retratar], toda essa confusão fundamenta-se na chamada de Abrão. Só pode ser! Se for, mais grave ainda ficam as coisas do ponto de vista teológico.
Gálatas 3:8 diz: “… em ti serão abençoados todos os povos.” Essa citação é de Gênesis 12:3. O contexto de Gl 3:8 trata da justificação exclusivamente pela fé. O apóstolo Paulo usa alguns argumentos para esclarecer isso aos seus interlocutores. Dentre esses argumentos, ele usa o argumento de Abraão. Ao usar este argumento, Paulo demonstra que todos os nascidos de novo também são filhos de Abraão e não apenas os judeus. Nesse sentido, afirmo que se há algum homem que pode ser considerado um Patriarca sobre a nação judaica (Gn 12:1-3) e sobre os crentes, “filhos espirituais” (Gl 3:7), esse homem é Abraão e não Renê Terra Nova ou qualquer um outro. Quando se fala também em nações, estamos diante de mais uma bobagem, pois do ponto de vista neotestamentário ninguém nunca foi escolhido por Deus para tal encargo patriarcal.
Continuando a análise bíblica, na mesma epístola aos Gálatas, Paulo diz, “meus filhos, por quem de novo sofro as dores de parto”(4:19), sem, em momento algum, denominar-se patriarca segundo Abraão ou a qualquer outro que seja. Aliás, até onde sei, nem neste contexto e nem em um outro ele foi chamado ou denominou-se patriarca. E olhe que ele tinha lastro para isso, assim como tinha o apóstolo João que afetuosamente chamou seus interlocutores de “filhinhos meus” (1Jo 2:1).
Quando a apóstola Carla Melo diz “anda na presença de Deus e seja perfeito”, está evidente para mim que é com base no patriarcado de Abraão que eles criaram esse patriarcadozinho antibíblico. Sendo assim, vai um recado para o apóstolo Renê Terra Nova: irmão, você está recebendo uma honra que não lhe pertence. Estava e está em você a condição de ser bíblico ao invés de se deixar levar pelo “transe coletivo” no qual se encontravam seus pares quando lhe “honraram” com um patriarcado que já tem dono e que não é transferível em nível algum. Portanto, renuncie a esse título antes que o irmão chegue à plenitude da “síndrome de lúcifer” e aí… Irmão, caso eu esteja errado, me convença à luz das Escrituras e me retratarei.
Obs.: não vejo muita diferença entre os títulos patriarca e paipóstolo – questino a ambos.
0 comentários:
Postar um comentário
Comenta! Elogia! Critica! É tudo para o Reino!
Considere apenas:
(1) Discordar não é problema. É solução, pois redunda em aprendizado! Contudo, com modos.
(2) A única coisa que eu não aceito é vir com a teologia do “não toque no ungido”, que isto é conversa para vendilhão dormir... Faça como os irmãos de Beréia e vá ver se o que lhe foi dito está na Palavra Deus!
(3)NÃO nos obrigamos a publicar comentários ANÔNIMOS.
(5) NÃO publicamos PALAVRÕES.
“Mais importante que ser evangélico é ser bíblico” - George Knight .