Antonio Carlos Costa
O problema da desigualdade entre os homens, faz parte de qualquer sistema de pensamento teísta - que tenha o ser de Deus como realidade última. Sendo Deus bom e Todo-poderoso, porque não criou todos iguais? Somente os ateus não devem se preocupar com isso. Para o destino cego e impessoal, uma criança com leucemia agonizando e uma pedra rolando do alto de uma montanha são a mesma coisa.
Não creio que o espiritismo o resolva. Pense comigo. Se existe outra vida anterior a esta, por que uns caíram em erro e outros não? Por que Deus sabendo de antemão que alguém numa vida passada haveria de tomar um caminho de pecado e erro, decidiu mesmo assim criá-lo? Por que não o impediu de ser mau e vir a cair num mundo de sofrimento, regido por um castigo cósmico -chamado de carma-, capaz de impingir ao homem desgraças das quais não pode escapar? Se Deus é poderoso para usar os carmas da vida para nos fazer evoluir, porque ele não usou desse mesmo poder para fazer um mundo onde as pessoas não precisassem apanhar para aprender? Não há sentido, não é didático e vai contra a racionalidade de qualquer conceito de justiça, alguém pagar pelo que não sabe que deve. Sofrer pelos pecados praticados numa vida da qual não se lembra.
Não há nada mais desanimador do que a reencarnação. Qualquer ser humano em perfeito juízo, não almejaria jamais voltar para esse mundo, mesmo para ser rei, quanto mais para voltar para a escola do castigo determinista - chamado de carma -, do qual nem a mais fervorosa oração e determinação humana podem livrá-lo. É o seu carma.
O maior erro do espiritismo, contudo, é não considerar a morte de Cristo na cruz, como oferta feita por Deus a Deus pelo nosso pecado. A salvação por meio das sucessivas reencarnações, torna a morte de Cristo desnecessária. Ficamos privados da maior resposta de Deus para o problema da desigualdade entre os homens: a identificação de Cristo com a desgraça humana. O Filho de Deus recebendo no seu corpo sem pecado o castigo pelos nossos pecados, tornando assim todo carma desnecessário.
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