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"Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim." – Jo 15.18

6 de julho de 2010

O TESTEMUNHO DE DIRK WILLEMS


         No ano de 1569, a inquisição católica estava no auge, em toda a Europa, inclusive na Holanda. Dirk Willems, um humilde e piedoso servo do Senhor Jesus Cristo, estava na prisão, aguardando a morte na estaca. De qual crime fora acusado? O de ter sido rebatizado nas águas, após ter feito uma confissão de fé no consumado sacrifício de Cristo na cruz, como total e suficiente para a salvação de sua alma. Os registros oficiais da cidade declaravam que “o prisioneiro, persistindo obstinadamente em sua opinião... deve ser executado pelo fogo, até à morte”.
         Um dia, quando um guarda esqueceu a porta da cela aberta, Dirk resolveu escapar, através de um lago congelado que havia nas proximidades. O alarme soou rapidamente e o guarda responsável por Dirk foi convocado a trazê-lo de volta, sob pena de morte, tendo saído em perseguição ao fugitivo.
         Em sua fuga pelo lago congelado, de repente Dirk escutou um estalo de gelo se quebrando. Parou, olhou para trás e viu o seu perseguidor afundando nas águas escuras do lago...
         Dirk esperou um momento, dominado por uma profunda luta de consciência. Em seguida, resolveu voltar e salvar da morte o seu perseguidor. O soldado, em sinal de gratidão pelo gesto heróico do fugitivo, resolveu permitir que ele escapasse, mas Dirk recusou, explicando que sua fuga poderia significar a morte do soldado e, portanto, não seria justo ele fugir. Explicou que Jesus havia ensinado que  “não há maior amor do que dar a vida pelo irmão”. Falou ao soldado da salvação dada por Cristo, e, ali mesmo, ele aceitou o dom gratuito de Deus...
         Dirk foi reconduzido ao cárcere e, dias depois, foi colocado na estaca. Os registros da época narram que um vento oriental soprava naquele dia, o que tornou mais lenta a agonia mortal do fogo devorando o corpo daquele cristão.
         Isto nos remete à morte lenta e cruel de Cristo na cruz. A Escritura diz que Deus é Amor. (1 João 4:8) O Amor (caridade) é, portanto, uma parte essencial de Sua natureza. Quando Ele criou o universo, preparou na Terra um lugar aprazível para a morada dos homens, o que se torna evidente nos detalhes mais específicos. Deus é sábio e criativo. Ele poderia ter-nos colocado num enorme planeta; mas, para demonstrar a Sua criatividade, fez questão de nos colocar num planeta menor, o qual seria também a morada do Seu Filho, durante trinta e três anos.
Deus é onisciente e onipotente; por isso não entendemos os Seus desígnios, com a nossa ínfima capacidade humana de entender um Deus tão sábio e poderoso. Quando Ele fundou o mundo, já sabia de antemão que o homem iria cair em desgraça, por causa de sua desobediência no Jardim. Por isso, Ele decidiu realizar o maior ato de amor que alguém poderia demonstrar. Ele deu o Seu Filho unigênito para morrer pelos nossos pecados (João 3:16).
Dirk tanto entendeu este mistério divino que tentou imitar Cristo, salvando a vida de um homem, que o estava perseguindo. Cristo é a sabedoria de Deus e não existe maior  prova de sabedoria do que seguir os Seus ensinos.
         Quem seria capaz de um ato de amor tão edificante como o de Dirk? Você, eu, algum pastor? Acho que nenhum de nós... Por isso, deveríamos cair de joelhos, antes de buscar o sono de cada noite, confessando os nossos pecados de comodismo; de falta de amor ao próximo e, também, da incapacidade de obedecer cabalmente os ensinos da Santa Palavra de Deus.
         A vida mais preciosa que já existiu neste planeta foi sacrificada por amor de nós,  pecadores miseráveis, que nada merecemos, a não ser condenação e inferno. No entanto, Deus continua nos amando e nos dando tudo de bom que não merecemos receber e ainda nos garante um lugar na pátria celestial, onde veremos o Seu Filho, exatamente como Ele é!

Mary Schultze, 06/07/2010 – www.maryschultze.com
Inspirado no texto “The New Inquisition”, de Dave Hunt.

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