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"Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim." – Jo 15.18

20 de outubro de 2009

"Deus escolheu as coisas que não são (...) para aniquilar as que são" (1 Co 1.28)


 


Quando lemos a Bíblia, entre as inúmeras constatações que poderíamos fazer, uma em especial fica muito clara: "As escolhas que Deus faz geralmente são totalmente contrárias à lógica humana". Tal fato pode ser verificado nas linhas que seguem:

Deus escolheu um homem inexperiente na arte da carpintaria, Noé, para que este construísse um barco com a dimensão de um moderno transatlântico, a fim de que pudesse exercer o Seu juízo sobre a humanidade pecadora através do dilúvio (Gn 6.13-17).

Deus escolheu um homem idólatra, chamado Abrão, para que este fosse transformado no "pai da fé" (Js 24.2,3; Gn 12.1-3).

Deus escolheu um pastor nômade de ovelhas, o qual não possuía boa oratória e nem eloqüência, Moisés, para ser o libertador do povo de Israel, em vez de escolher seu irmão, Arão, o qual possuía grande capacidade de comunicação verbal (Ex 3.1,10; 4.10-14).

Deus escolheu dois homens praticamente desconhecidos, Eldade e Medade, para profetizarem no arraial dos israelitas, em vez de escolher o braço direito de Moisés, Josué (Nm 11.26-29).

Deus escolheu uma jumenta como Sua porta-voz para repreender o profeta (Nm 22.20-35).  

Deus escolheu o pior momento para fazer o povo de Israel atravessar o Rio Jordão, ou seja, a época das enchentes. E o povo atravessou o rio a seco! (Js 3.15-17).

Deus escolheu os gritos dos israelitas e os transformou em poderosas dinamites, que fizeram com que as muralhas de Jericó viessem ao chão (Js 6.20).

Deus escolheu um rapaz que era o caçula entre os seus irmãos, que pertencia a uma família muito pobre e cuja tribo estava entre as menos importantes de Israel, Gideão, para libertar Seu povo dos midianitas opressores (Jz 6.12-16).

Deus escolheu apenas 300 homens inexperientes na arte da guerra, os quais utilizaram armas estranhas - trombetas, cântaros e tochas - para colocar em fuga uma multidão de midianitas e amalequitas (Jz 7.7,12,16-25).

Deus escolheu um menino, Samuel, para revelar Seus planos sobre o Seu sacerdote, Eli, por causa de sua indolência espiritual (1 Sm 3.10-18).

Deus escolheu um corvo, animal impuro segundo a lei israelita, para ser o garçom que serviria a Elias durante parte do período de seca, bem como, escolheu uma pobre mulher viúva de Sarepta para alimentá-lo (1 Rs 17.1-6,9).  

Deus escolheu um pastor de ovelhas, Davi, para ser rei de Israel (1 Cr 17.7).

Deus escolheu os cânticos de louvor ao Seu nome - em vez de escolher o arco, a flecha e a lança - como armas poderosas que serviram para desbaratar os exércitos inimigos de Josafá (2 Cr 20.21-23).

Deus escolheu um profeta rebelde e insensível à Sua voz, Jonas, para que, a despeito de sua rebeldia, ele se tornasse o pregador mais bem sucedido de todos os tempos. A mensagem de Jonas foi responsável pela conversão de uma cidade inteira, a qual possuía mais de 120 mil habitantes! (Jn 1-4).

Deus escolheu um casal de idosos, Zacarias e Isabel (e ela ainda era estéril!), para que eles se tornassem os pais de um dos maiores profetas da Bíblia, João Batista (Lc 1.5-17).

Deus escolheu uma moradora de uma das cidades menores e mais insignificantes de toda a Bíblia, Nazaré, para que esta fosse a mãe do Salvador. Nazaré não é citada nenhuma vez sequer em todo o Antigo Testamento! (Lc 1.26-31).

Deus, na pessoa de Jesus, escolheu como seus apóstolos algumas pessoas que normalmente jamais seriam recrutadas por nenhum departamento de recursos humanos de qualquer empresa (Mt 10.1-4). Ele escolheu: um homem que tinha instintos violentos, Pedro (Jo 18.10); dois irmãos cujos temperamentos pendiam para a agressividade, Tiago e João, filhos de Zebedeu (Lc 9.51-56); um incrédulo, Tomé (Jo 20.24-29); um coletor de impostos, Mateus, pessoa que era odiada pelos judeus e cuja profissão era vista com muita desconfiança (Mt 9.9-13); Simão, um zelote, pessoa que estava ligada aos partidos revolucionários judaicos e, muitas vezes, andava armada com uma adaga (Lc 5.15); e, por fim, escolheu um traidor, Judas (Mt 10.4).

Deus escolheu derramar a presença do Seu Espírito na História, não no suntuoso Templo de Jerusalém e nem nas disputadas sinagogas, mas sim em um simples quarto de estudos e de oração, o cenáculo! (At 1.13; 2.1).

Deus escolheu como seu arauto um dos maiores teólogos e pensadores da história da igreja. Porém, este homem antes de se converter foi alguém que consentiu na morte de Estêvão e que também chegou a perseguir a igreja e a conduzir homens e mulheres crentes à prisão. Seu nome, Saulo (Paulo) (At 7.59-8.3; 9.1-18).

Finalmente, Deus escolheu você! Sim, você mesmo (a) que agora lê esse texto! Preste bem a atenção ao que eu vou te dizer. Deus não está interessado em escolher mentes brilhantes, oradores eloqüentes ou personalidades empolgantes. Ele não está à procura de pessoas que possuem cultura invejável, riquezas inigualáveis ou coisas do gênero (isso não quer dizer que Ele não se preocupe também com tais pessoas. Nada disso! Ele está interessado apenas em escolher pessoas que queiram amá-lo, adorá-lo e serví-lo. Portanto, não se esqueça de uma coisa: "Deus não cometeu nenhum equívoco ou engano quando te escolheu. Ele sabia quem você era, quem você é e quem você virá a ser. Ele jamais se arrependeu de ter te escolhido e, se você deixar, Ele fará essa escolha valer à pena. Isto só depende de você, escolhido(a) do Senhor!".

Abraços,

Carlos Augusto Vailatti

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